
Aos 76 anos, Carlos Cruz vive num apartamento alugado, em Cascais, longe da fama que outrora o transformou num dos rostos mais importantes da televisão portuguesa. Diz que foi obrigado a vender tudo para pagar aos advogados que o defenderam no processo Casa Pia, onde acabou condenado por abusos sexuais de menores.
Acredita na energia e por isso faz questão de consultar cartomantes, entre outros especialistas de ciências ocultas.
"Vou apenas por curiosidade. Divirto-me imenso. Tomo notas e depois confiro. Erram muito. Vou desde a quem lança búzios, lê as mãos e não vou sempre à mesma pessoa", revela em entrevista à revista ‘Sábado’.
Algo que lhe terá sido incutido pela ex-mulher Marluce, com quem tem uma filha, Marta, e de quem continua muito próximo.
Em janeiro foi-lhe diagnosticado um cancro no fígado. Os sintomas começaram ainda quando estava detido na cadeia devido à condenação por abusos sexuais de menores, mas o tumor só viria a ser descoberto mais tarde já em liberdade.
"Tinha sintomas e foi-me aconselhado a estar sob uma certa vigilância médica. O meu médico ia com frequência à cadeia (...) Já em liberdade, procurei um médico amigo para diminuir o perímetro da barriga (…) Durante o exame, o técnico disse-me logo que eu tinha um nódulo no fígado", explica à mesma publicação.
Na mesma entrevista, o antigo "senhor televisão" assegura que não recebeu nenhum convite para regressar ao pequeno ecrã.
"Há medo das reacções das pessoas e das audiências (…) A não ser, como já disse, se conseguisse a revisão da sentença e fosse declarado inocente. Mesmo assim, julgo que haveria sempre um outro sector da opinião pública que estaria renitente", esclarece.
Atualmente, Carlos Cruz mantém-se longe das luzes da ribalta.
"Deito-me e levanto-me relativamente tarde. Ocupo o tempo com leituras variadas e de vez em quando tento escrever histórias de ficção (…) O mais importante, acompanho as minhas filhas com quem contacto várias vezes durante o dia pessoalmente ou por telefone", finaliza.