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Crime

Empregada de Júlio Machado Vaz assassinada: "Antes disso, fora agredida em privado e em público várias vezes. Pediu ajuda e ela não veio"

O conhecido psiquiatra deixou um emotivo testemunho nas redes sociais.
Por FLASH! | 26 de maio de 2025 às 11:14
Empregada de Júlio Machado Vaz assassinada: "Antes disso, fora agredida em privado e em público várias vezes. Pediu ajuda e ela não veio"
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
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Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz
Júlio Machado Vaz

"Quando os números são de carne e osso", assim começa o testemunho de Júlio Machado Vaz deixado na sua página de Facebook. Prossegue o médico psiquiatra: "A minha ex-empregada foi morta pelo ex-marido, que se suicidou a seguir" relatando mais um caso de violência doméstica do qual a vítima era uma pessoa sua conhecida.

"Antes disso fora agredida em privado e em público várias vezes. Pediu ajuda e ela não veio. Amanhã ou no fim do mês será um número nas estatísticas", continua Machado Vaz.

O médico recorda a senhora que em tempos foi sua empregada e que acabou morta às mãos do ex-marido: "Cá em casa era uma mulher pálida, triste, às vezes queixosa, nunca esperançada. Quando eu entrava a horas inesperadas, tinha de me anunciar em voz alta para que não entrasse em pânico."

E termina Júlio Machado Vaz: "Deixou de vir porque morava longe. Morreu porque uma sociedade inteira vivia longe dela." A caixa de comentários enche-se com mensagens dos seus seguidores e entre elas há uma em particular que se destaca: "Quando os números têm rosto… e o rosto podia ser o meu. Li este texto com um nó na garganta, não só por ela, essa mulher de carne e osso, que gritou em silêncio tantas vezes , mas também por mim. Porque eu já fui essa mulher. Já vivi esse medo de abrir a porta, esse pânico quando o silêncio era interrompido por um passo mais brusco, essa esperança que morre todos os dias um pouco. Já fui ignorada. Já pedi ajuda. Já achei que talvez fosse normal. Já me calei para não incomodar, para não expor, para não ter de me explicar. Já me disseram que “ele parecia tão calmo”, que “devia ser exagero”. E enquanto isso, fui desaparecendo por dentro. A violência doméstica não começa com um murro. Começa com um olhar que desvaloriza, com uma palavra que humilha, com um controlo disfarçado de amor. Vai crescendo devagar, sem que se note muito, até que já é tarde, até que a vítima se convence de que a culpa é dela ,ou que não há saída. Hoje, estou viva. Mas há dias em que não sei muito bem como. E cada mulher que morre às mãos de quem dizia amá-la é uma ferida aberta em todas nós. Não somos números. Somos histórias interrompidas, sonhos adiados, vidas que a indiferença tornou descartáveis. Este texto devia ser lido por todos. Mas mais do que isso, devia ser vivido com a urgência de quem percebe que o silêncio mata. E que amar, proteger e agir não é só um dever moral, é um dever humano."

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