
Margarida Bakker, 25 anos de idade, mostrou-se solidária com a atriz Inês Vaz, que veio a público indignar-se com a "ditadura da fama e dos seguidores" em detrimento do "trabalho artístico e criativo".
Para além do apoio à jovem atriz, a filha de Alexandra Lencastre denunciou ter sido ameaçada por um canal de televisão e deixou algumas críticas à mãe que diz se ter deixado "corroer pelos valores meramente estéticos que a ficção nacional lhe impôs desde sempre".
"Obrigada pelo testemunho! Já ando nesta luta pela igualdade de oportunidades e/ou, pelo menos, respeito pela formação/experiência há algum tempo… Cheguei a ser contactada pelos advogados de um dos 'grandes canais' a ameaçarem-me com processos caso a 'polémica nas redes não terminasse'. Tenho uma mãe que se deixou corroer pelos valores meramente estéticos que a ficção nacional lhe impôs desde sempre (também é atriz), assim como um pai que produz e sabe que infelizmente já não os anos 80. Uns colegas meus falaram na altura de uma plataforma online para colegas 'não influencers' para acesso a castings", afirmou.
As declarações polémicas de Margarida Bakker vêm na sequência da reflexão da atriz Inês Vaz, sobre a forma como se sentiu ostracizada na sua condição de atriz.
"Um filme – já antigo, de 2011 – em sou umas das personagens principais passou ontem na RTP2. Ao ser promovido nas redes e na página da RTP, omite-se por completo a minha participação no elenco, assumindo apenas os atores com "fama" (ou talvez mais seguidores), mesmo sejam papéis secundários ou participações especiais", descreveu numa publicação nas redes sociais.
"Já não é a primeira vez que acontece. Um ator na atualidade não só tem as chances de integrar um projeto audiovisual mediada pelos 'seguidores' ou grau de fama, como também vê o seu trabalho invisibilizado à posteriori pelas mesmas razões. A lógica que assiste a estas dinâmicas – que é clara – parece-me preguiçosa e desonesta", acusa.
"Esta ditadura da fama e dos seguidores, completamente dominante e dominadora hoje em dia, é, parece-me, um desserviço ao trabalho artístico e criativo. E também ao que estamos a construir como sociedade. Tenho quase 20 anos de profissão e um trabalho consistente enquanto atriz, ainda que não seja mediático ou mainstream. Torna-se ofensivo, uma forma de violência e de indiretamente perpetuar a precariedade. E este post é um singelo apelo, à minha pequena escala, para que se repense tudo isto. O que fazer para alterar esta lógica cada vez mais dominante?", questiona Inês Vaz.