
Io Appolloni recordou a decisão que teve de tomar por causa da ditadura e das leis anteriores à revolução do 25 de Abril. Aos 20 anos de idade, a atriz viu-se obrigada a fazer um aborto porque o companheiro Camilo de Oliveira ainda era casado.
"Eu fui a primeira mulher em Portugal a dizer abertamente num programa de televisão que tinha praticado o aborto. Fui chamada à judiciária mas depois houve grande onda de solidariedade", começou a contar Io em conversa com Daniel Oliveira, no 'Alta Definição'.
"O Camilo ainda estava casado, ainda não tinha saído a lei sobre os filhos nascidos fora do casamento, e eu não queria ter de maneira nenhuma um filho de pai incógnito. Era uma vergonha tanto para mim, como para a minha família. Portanto eu não quis passar por isso", continuou.
A atriz de 76 anos de idade afirmou que "foi [uma decisão] em conjunto com Camilo porque foi a primeira vez que tinha ficado grávida na vida".
"Devia [estar grávida] de dois meses, dois meses e meio, e tenho impressão que foi a frio. Bom, não quero pensar mais nisso", disse ainda, mas acrescentou que a equipa que fez o procedimento não teve cuidados. "Senti mesmo na carne um horror. Pronto, é um horror", finalizou sem queres recordar mais.
Io teve mais tarde dois filhos com Camilo, Rossana e Camilo Humberto. Do segundo casamento, com Luís Almeida, teve ainda Bruno.