
A presença de Marcelo Rebelo de Sousa na televisão e nos jornais é constante. Em ações sociais, em iniciativas populares ou em eventos oficiais, o Presidente dos afetos está em todo o lado. E tal está a gerar uma onda de críticas à Direita. Sobretudo por parte do PSD, partido ao qual Marcelo já presidiu.
Cavaco Silva, que lançará o livro de memórias 'Quinta-feira e outros dias', no dia 16, tinha um estilo oposto ao de Marcelo. E também não o poupa.
Na pré-publicação da obra pode ler-se uma frase bastante ilustrativa da postura do antigo inquilino de Belém. Cavaco recorda o seu "distanciamento relativamente à comunicação social, a reserva da Presidência da República nas relações com a imprensa e a minha recusa da política-espetáculo tão cara a muitos políticos por proporcionar notícias e fotografias o que, em minha opinião, não traz qualquer benefício ao país".
A farpa foi lançada e parece evidente a alusão à postura do novo Presidente. Marcelo leva a sério a proximidade com a população. Não nega um beijinho, uma palavra ou uma 'selfie' com quem o aborda. Acode a várias situações, sobretudo junto da população carenciada.
4 VISITAS EM 8 DIAS
Entre 1 e 8 de fevereiro, o Presidente esteve em 4 ações solidárias. No primeiro dia do mês vestiu a bata de voluntário da Liga dos Amigos do Hospital S. Francisco Xavier e esteve no SO a dar alento aos doentes ali internados. O Presidente cumpriu a rigor esta função e chegou a dar sopa a alguns internados.
No dia 2 foi a vez de os idosos que vivem sós, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, receberem a visita do Presidente.
A freguesia abrange toda a zona central e alguns bairros históricos da capital, onde muitos séniores moram sozinhos, em casas muito pequenas, passam dificuldades e vêem passar os dias sempre iguais.
Este foi um dia diferente. Marcelo entrou nalgumas casas e fez companhia a muitos destes idosos. "Um estava muito triste mas quando lhe falei do Futebol Clube do Porto animou logo! De facto, o futebol tem este efeito de trazer alguma alegria às pessoas", afirmou o Presidente.
Na sexta-feira, 3, o Presidente almoçou em casa de Filipa e Paulo Fernandes. O casal de antigos sem-abrigo serviu empadão de atum, na casa onde agora moram, num bairro social. "Soube que era o prato preferido do Sr. Presidente", afirmou a empregada de limpeza, que se esmerou toda a manhã, na cozinha.
A mesa foi posta a rigor e Marcelo sentou-se, a almoçar e a conhecer a história de vida do casal que tinha conhecido noutra ação solidária: a ceia de Natal da Comunidade Vida e Paz. Durante o almoço, o Presidente convidou o casal para um almoço na sua residência particular, em Cascais, como forma de retribuir o gesto de Paulo e Filipa.
Os refugiados também contam com o apoio do mais alto magistrado da nação. No dia 8, o Presidente regressou à Mouraria – onde já tinha visitado idosos no dia 2 – para almoçar na Cozinha Social.
A refeição foi preparada por Nazir Almadani, um cozinheiro sírio que veio há 8 meses para Portugal. A felicidade dos refugiados, provenientes da Síria, Eritreia e Iraque era evidente. À chegada, um bolo dizia "Bem-vindo Presidente Marcelo". O Presidente cortou a iguaria e deu o seu parecer: "É menos doce que o folar, muito consistente e com pouco sal".
CRITICADO PELOS SEUS
No campo político, as críticas que eram feitas em surdina são, agora, assumidas. É sabido que as relações entre Marcelo Rebelo de Sousa e o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não são calorosas.
A primeira farpa chegou na quadra natalícia, quando Passos Coelho afirmou: "Ainda bem que [Marcelo] não é presidente do PSD. Está a fazer tudo o que está ao alcance dele para que o mercado, os agentes económicos, acreditem mais um governo do que desconfiavam".
O Presidente estava atento. Passos recebeu a resposta. "O PSD está bem entregue e o país também".
O clima de harmonia entre Belém e S. Bento está a deixar transparecer as críticas da Oposição. Marcelo Rebelo de Sousa é interventivo, dentro do que são os limites do seu poder. E está, praticamente, em todo o lado.
ELOGIOS AO GOVERNO
Entretanto, a "Geringonça" vai andando para a frente o que agrada a Marcelo, favorável a que o governo cumpra a legislatura de 4 anos, em prol da estabilidade política e económica de Portugal.
Ainda no domingo, 11 de fevereiro, o jornal espanhol 'El País' publicou uma entrevista com o Presidente português. Marcelo reitera os elogios ao governo do PS, apoiado no parlamento pelos partidos à Esquerda, BE, PCP e PEV. "Ninguém sabia como se iria desenvolver o compromisso à volta do programa de Esquerda moderada do Partido Socialista com partidos que, em teoria, têm dúvidas sobre a NATO, sobre o euro, sobre os políticas económicas de Bruxelas".
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que era seu dever "mostrar uma posição de apoio ao Governo". O Presidente finaliza reafirmando que António Costa está a ser bem sucedido e que o país "deu passos em frente depois dos primeiros meses difíceis".