
Em 2007 centenas de pessoas fizeram donativos para ajudar na busca mundial pela menina inglesa de 3 anos que desapareceu misteriosamente enquanto dormia com os dois irmãos gémeos, mais novos, no apartamento 5A do resort Ocean Club, na praia da Luz, em Lagos, no Algarve, na noite de 3 de maio.
Em menos de 2 anos, o fundo de Madeleine McCann e as sucessivas campanhas 'Find Madeleine', promovidas pela família da menina, angariaram mais de 2,2 milhões de euros.
Muitas pessoas anónimas contribuíram com algum dinheiro, mas várias foram as figuras públicas que também abriram os cordões à bolsa e deram do muito que tinham, tendo o fundo acumulado a quase totalidade destes milhões de euros sensivelmente até setembro de 2007, altura em que o casal se tornou suspeito do crime de ocultação de cadáver pela Polícia Judiciária portuguesa. Com essa notícia, que abriu caminho a uma nova linha de investigação, as doações caíram a pique e não voltaram a crescer depois de o casal ter sido inocentado em 2008.
Em outubro de 2007, quando o casal decide regressar a Inglaterra, quase 5 meses após o desaparecimento da filha mais velha, a estação de televisão 'BBC' lança a notícia de que os McCann teriam usado o dinheiro do fundo destinado a pagar a procura pela filha para liquidar 2 prestações da hipoteca ao banco da sua moradia em Rothley, em Inglaterra, isto depois de terem ficado quase meio ano retidos em Portugal, sem trabalhar.
Na altura, os gestores do fundo terão confirmado à BBC que "uma fatia das doações internacionais recolhidas com a finalidade de ajudar Kate e Gerry a procurarem a filha foi usada para pagar algumas das suas despesas pessoais", apesar de, enquanto casal, auferirem cerca de 150 mil euros ano no exercício das suas funções como médicos.
MUITAS FIGURAS PÚBLICAS DOARAM DINHEIRO
Entre os doadores de dinheiro e figuras públicas solidárias que ofereceram recompensas a quem encontrasse a pequena Maddie, surgem nomes de figuras como o produtor de programas de televisão como o 'Got Talent' Simon Cowell, a criadora de Harry Potter, a escritora J.K. Rowling, ou o empresário multimilionário Richard Branson. Muitos jornais ingleses como o 'News of the World' e o 'The Sun' também lançaram campanhas de recompensas a quem encontrasse a menina desaparecida a 3 de maio de 2007 na praia da Luz, no Algarve.
Os pais de Maddie gastaram centenas de milhares de euros em detetives privados, na defesa legal dos pais acusados, no processo judicial que abriram contra o ex-inspetor português Gonçalo Amaral, nas viagens dos pais à volta do mundo em busca da filha e nas campanhas publicitárias e de marketing com cartazes espalhados pelo planeta.
Em 2009 o fundo estava a esgotar-se, em parte devido à escassez de ofertas e pelo facto dos custos terem disparado. "Ainda há dinheiro no fundo. Não secará nos próximos meses, mas provavelmente por altura do final do ano, ao ritmo a que estamos a usá-lo diminuirá", confessou Gerry McCann, numa entrevista ao jornal "Portugal News".
Em outubro de 2010, o fundo dispunha de apenas 450 mil euros para alimentar um 'call-center' permanente, os detetives privados ingleses e uma equipa de investigação em Portugal. O site 'Find Madeleine' continua ativo e é alimentado com algumas notícias e textos de opinião.