Assinala-se em junho cinco anos desde que a notícia da morte de Pedro Lima deixou o País em choque. Galã, com uma simpatia natural e de sorriso pronto, o ator era naturalmente acarinhado. E se o seu talento já inspirava, a família de cinco filhos, quatro deles em comum com Anna Westerlund, completava um quadro que muitos viam como de perfeição, desconhecendo os demónios que atormentavam a estrela da TVI e a levaram a colocar termo à vida aos 49 anos de idade.
A morte abalou Portugal, deixou-nos a todos a pensar sobre quanto da vida do outro conhecemos, efetivamente, mas o verdadeiro e doloroso abanão foi para a família. Enquanto ela própria lidava com a dor e tentava processar o que tinha acontecido, Anna Westerlund tinha, ao mesmo tempo, de ser colo a dobrar para os filhos, de ter conversas que provavelmente nunca pensou iniciar, de ser ainda mais presente, atenta e vigilante. Foi um trabalho de casa conjunto no sentido de lamber feridas e reerguer a família no meio do caos.
"Não deixo de sentir que houve uma Anna que morreu quando o Pedro morreu e estou a nascer de novo", disse a ceramista ao 'Observador' para falar sobre a nova vida que foi obrigada a iniciar. A sua postura foi, por muitos, descrita como irrepreensível. Nunca baixou os braços, não demonizou nem tornou num ato de heroísmo o que tinha acontecido. Falou das coisas como elas realmente são, até que hoje, cinco anos depois, a família encontrou o seu ponto de paz, em que já consegue falar de Pedro Lima, recordando o melhor de um homem que, nas memórias de todos, continua sempre presente.
“Falamos do Pedro, recordamos o Pedro constantemente. É bonito quando percebemos que a pessoa continua presente de outra forma. O Pedro não ficou permanentemente ausente, neles (nos filhos), nas recordações. Fala-se muito do Pedro, todos os dias falamos do Pedro”, fez saber Anna.
De lá para cá, tudo mudou, e os filhos, na altura jovens e adolescentes a lidar com o luto, estão a cimentar as suas próprias conquistas, que os levam a sair de casa – a tal que estavam a construir na altura da morte do ator e que Anna se dispôs a levar até ao fim – e a ganhar umas asas de que o pai se orgulharia.
“São miúdos espetaculares.” “Inspiram-me muito, de muitas maneiras diferentes e pela forma como também encaram a vida e continuaram. A Emma tem 21 anos, está a acabar as suas coisas e a repensar o que quer fazer. A Mia quer ir estudar para fora, à partida isso vai acontecer, no sentido em que já foi aceite. É uma nova etapa para mim também de largá-los ao mundo.”
Para além dos filhos em comum com a ceramista, João Francisco Lima, o mais velho – fruto do primeiro casamento com Patrícia Piloto – tornou-se num jovem inspirador, que tanto fala sobre saúde mental como não tem problemas em dizer o que pensa, tendo repudiado recentemente, apesar de ser sportinguista, o polémico lance entre Matheus Reis, jogador do clube de Alvalade, e Andrea Belotti, do Benfica, o que o deixou exposto às críticas.
APAIXONADA PELO MELHOR AMIGO
Como parte do processo de se reerguer, Anna Westerlund teve também de reaprender a abrir o seu coração ao mundo. E o amor chegaria numa altura em que o luto já estava processado, vindo precisamente de um lugar de conforto. Isto porque a artista plástica se apaixonou precisamente por José Chaves, um dos grandes amigos do marido.
O romance é visto com bons olhos pelo círculo que era próximo do casal e amigos de Pedro admitem mesmo que este ficaria feliz por ver a volta que a vida deu.
"Se, em vida, perguntassem ao Pedro com quem é que gostaria que a Anna ficasse, se partisse primeiro, não temos a menor dúvida de que ele responderia: 'com o Zé'", disse uma fonte à 'TV Guia', acrescentando que, cinco anos depois, o ponto de equilíbrio foi encontrado para uma família que passou por muito e encontrou na união o grande remédio para a cura.
