
Hernâni Carvalho revelou novos detalhes da investigação sobre o acidente que tirou a vida de Sara Carreira a 5 de dezembro na A1, envolvendo quatro carros.
De acordo com o jornalista, na sua coluna na 'Tv Mais', as conclusões da GNR, divulgadas na semana passada e enviadas ao Ministério Público (MP), ainda não são definitivas. Falta desvendar se os carros estavam na velocidade adequada para a autoestrada e as condições meteorológicas assim como um estranho mistério do início do acidente, com o primeiro carro que foi projetado na autoestrada naquele fatídica noite em que chovia torrencialmente.
"Ao abrigo da lei, todos os condutores envolvidos em acidentes com feridos graves ou mortos são obrigados a fazer teste de alcoolemia e psicotrópicos", esceveu o jornalista. "Só cinco horas e meia depois do acidente é que o condutor do VW Passat foi levado pela GNR ao hospital para fazer o teste de alcoolemia. No relatório consta que acusou 1,35% de taxa de álcool no sangue (TAS). Crime. E já tinham passado cinco horas. A ciência sabe que isto quer dizer que na hora do acidente (cinco horas e meia antes) a taxa terá sido muito mais alta. O risco de envolvimento em acidente mortal aumenta à medida que a TAS se eleva".
O que se sabe é que a inspeção a este veículo "só foi feita no dia seguinte, já no parque para onde foi levado pelo reboque". Tudo parece funcionar no carro sem problemas.
Sobre a questão das velocidades dos veículos, "a GNR estará a fazer" testes, contou Hernâni.
Para já, Ivo Lucas é o único arguido no processo.
Como aconteceu o acidente
Perto da saída do Cartaxo, na A1, no sentido Porto-Lisboa, o veículo VW Passat foi batido por trás e projetado 40 metros pelo carro da fadista Cristina Branco, um Volvo V50, em que a artista seguia com a filha de 10 anos.
Chovia torrencialmente e o carro de Cristina Branco fez um peão, parando na via central, virado ao contrário do trânsito. A fadista deu a volta ao veículo para resgatar a filha e correu para o que achou ser a berma da estrada. No entanto, ambas ficaram no separador central de cimento.
Atordoada, Cristina Branco não conseguiu responder as perguntas do 112 e acabou por ligar ao companheiro, que notificou as autoridades do acidente. Minutos depois, a fadista viu o condutor do carro em que embateu. O homem saiu ileso do acidente e ficou a deambular na berma.
Atrás vinha o Range Rover Evoque de Sara Carreira, conduzido pelo namorado da cantora, Ivo Lucas. O carro bateu de frente no Volvo de Cristina Branco, fez uma pirueta, e quatro cambalhotas, parando 100 metros à frente, atravessado na via da esquerda. Um quarto carro, um Fiat Marea, conseguiu evitar bater nos dois primeiros carros mas acabou por passar de raspão no veículo de Sara e ficou imobilizado à frente. O condutor saiu ileso.
Outros 10 carros passaram pelo acidente antes de chegar a equipa de socorro para os feridos: Ivo Lucas, a fadista Cristina Branco e a filha.