
1. A SIC estreou Agarra a Música no domingo, 15. Por não quererprecipitar-me na avaliaçãodos apresentadores, Cláudia Vieirae João Paulo Rodrigues, e doconcurso propriamente em si, ao fimde um episódio, debruço-me apenassobre as audiências alcançadas: 1 milhão e 114 mil espectadores, quecorresponderam ao quarto programamais visto do dia. A apenas 55mil de distância do rival da TVI, Desafio Final - Agora ou Nunca,as próximas semanas prometem,tendo em conta também que Os Extraordinários, de Sílvia Alberto,um formato tantas vezes já visto naRTP1, alcançou – imagine-se – o seumelhor resultado, desde a estreia(1 de Janeiro): 950 mil espectadores.
2. Depois da revolta do director de Comunicação do Sporting, Nuno Saraiva, contra a última autopromoção da RTP sobre o clube de Alvalade, os jornalistas da editoria de Desporto da estação pública – e 28 repórteres de imagem – escreveram uma carta à direcção de Informação, a condenarem tal trabalho – e outros, realizados nos últimos meses. "Irresponsável e atéprovocatório", acusam Alexandre Afonso, Inês Gonçalves, João Pedro Mendonça, Carlos Manuel Albuquerque e Alexandre Santos, entre outros 60 profissionais, entendendo que "os criativosdevem ter liberdade de expressãode criatividade, mas sempre comum limite: o do bom senso". Assino por baixo estas palavras: desde que Nuno Artur Silva é administrador da RTP, e desde que se rodeou também de profissionais das Produções Fictícias, várias promoções têm tido um ponto comum: o do muito mau gosto. Quem mete mão nisto?
3. Ainda na RTP: valerá a pena o investimento de 4,8 milhões de euros em O Sábio, vista por pouco mais de 250 mil espectadores, a seguir ao almoço? À mesma hora, a novela protagonizada por Manuel Wiborg e Paula Lobo Antunes perde para Laços de Sangue, da SIC, e DeixaQue Te Leve, da TVI, ambas reposições. Além dos péssimos resultados e deste investimento megalómano, é importante recordar que a aposta da estação pública neste tipo de ficção foi amplamente criticada por Nuno Artur Silva no passado, talvez longe de imaginar que, um dia, viria a ser administrador na televisão dos portugueses. Enfim... Palavras, leva-as o vento...