
"Nos últimos anos, há mais de três e meio, quase quatro, o Zé Eduardo [Moniz] insistia muito na retórica de que eu devia dar o salto para a frente da câmara. Enfim, justiça seja feita, acho que, com os dados que temos em cima da mesa, não é possível contrariá-lo.
Efetivamente, a coisa tem impactado. Foi o culminar desta insistência." Quem o diz é João Patrício, jornalista, realizador, diretor-executivo da TVI e agora apresentador de ‘A Sentença’, numa grande entrevista à TV Guia, esta semana.
Vem isto a propósito de quê? Simples: em abril, quando ‘A Sentença’ estreou, alguns riram-se desta aposta – e achincalharam, até. Tipicamente português. Ou porque o formato era uma cópia de ‘O Juiz Decide’, transmitido entre 1994 e 2000, na SIC, e, portanto, era uma ideia velha; ou porque João Patrício era realizador e, portanto, não percebia do assunto. Seis meses depois, o balanço não podia ser melhor: o programa é líder de audiências e ajudou a estação a cimentar o 1.º lugar, com João Patrício irrepreensível. "O Moniz está ultrapassado", ouvi várias vezes. "Esta ideia do Moniz é surreal."
Volto à entrevista de João Patrício. "Arrancámos com uma experiência de 20 programas, hoje vamos fazer os casos 218 e 219. Isso diz tudo." Pois diz. E diz que Moniz continua ousado e visionário, capaz de levar a TVI a ter, de novo, a hegemonia – dia 31 de dezembro estará aí para o provar. Pedro Morais Leitão, presidente-executivo da Media Capital e fulcral na estratégia encetada em 2022, só pode ser um homem feliz.