
1. Tenho visto Luciana Abreu em 'Agarra a Música', com alguma atenção, e aquilo que posso dizer é que, se tivesse nascido nos Estados Unidos, ou até em Espanha, e se tivesse um agente a sério – que soubesse gerir a sua carreira, imagem e a fizesse crescer intelectualmente, como Rui Calapez, por exemplo –, seria muito provavelmente uma artista top, alguém que faturava milhares, milhões. Luciana representa, canta e dança a um nível acima da média, sempre com paixão e confiança. Respira o mundo do espetáculo, como se pode confirmar aos domingos à noite, na SIC.
Luciana tem uma vasta legião de fãs, de norte a sul do País, a começar por Teresa Guilherme, que a descobriu em 1999. Desde então, já passaram 18 anos, Luciana conseguiu (quase) tudo: venceu o 'Cantigas da Rua', surpreendeu em 'Ídolos', representou Portugal na Eurovisão, protagonizou uma novela que foi um sucesso de audiências numa estação que não tinha história na ficção, 'Floribella', conquistou o 'Dança Comigo', arrebatou a segunda série de 'A Tua Cara não Me É Estranha' e já integrou elencos de tramas que prenderam milhões de portugueses ao pequeno ecrã. Luciana chegou a ter, até, um programa de televisão, na SIC, 'Grande Tarde', mas, por desentendimentos graves com a colega Andreia Rodrigues, nos bastidores, acabou por ser afastada.
Aos 31 anos, Luciana Abreu ainda vai bem a tempo de ser alguém. Alguém com A grande. Se quiser, claro, mas também se tiver a inteligência suficiente para se saber rodear de um staff profissional e de confiança, que lhe mostre o caminho do sucesso e a saiba resguardar das inúmeras polémicas que tem acumulado na vida privada. Alguns que por aí andam, com muito menos talento para a coisa, mas com muito mais esperteza para o negócio, sabem o que estou a dizer.
2. Vi João Manzarra na estreia de 'Agarra a Música' (quem diria, a pisar os calcanhares a 'Desafio Final', da TVI) e, entre tanta patetice descabida em estúdio, fiquei a perceber a razão de continuar afastado da TV – o seu último trabalho foi Ídolos, em 2015. Quem me consegue explicar, todavia, como é que alguém que está longe de acrescentar qualidade à SIC (e audiências) continua a ter um contrato de exclusividade? Isto há com cada mistério em Carnaxide...