
1. A estratégia da TVI para os sábados à noite ruiu em apenas duas semanas. Se, inicialmente, as expectativas de todos sobre 'Let’s Dance', desde o director-geral, Bruno Santos, à apresentadora, Fátima Lopes, eram as maiores, hoje, pode dizer-se que o concurso, que obrigou a estação a gastar uma boa fatia do seu orçamento para 2017, é uma aposta falhada.
Não na detecção de talentos e na promoção desta arte, mas nos resultados. E isso, numa estação privada, por muito que nos possa custar, é primordial. Na estreia, em 11 de Fevereiro, prendeu pouco mais de um milhão de espectadores e, no segundo episódio, nem chegou aí. E já não vou falar dos diários, entre as 19:30 e as 20:00, que faziam metade dos do campeão 'O Preço Certo', de Fernando Mendes, na RTP1.
Assim sendo, porque – repito – as audiências são sinónimo de dinheiro, não restou a Bruno Santos outra solução: empurrar 'Let’s Dance', aos sábados à noite, para uma hora mais tarde, a seguir a 'Ouro Verde', acabar com os diários de segunda a sexta, que vão ser ocupados, para já, enquanto não estreia o concurso de Cristina Ferreira/Pedro Teixeira, por novas aventuras de 'Inspector Max', e, por fim, apostar numa quarta edição de 'Love on Top', meio envergonhada na TVI e assumidamente no TVI Reality, no cabo. E é aqui que não posso calar a minha revolta: quando tudo nos levava a crer que os formatos com parasitas da sociedade tinham levado um pontapé no rabo, no final de 2016, eis que os responsáveis de Queluz de Baixo voltam miseravelmente à fórmula inicial.
Temo que a 'Operação Triunfo', aposta da TVI para Setembro, venha a dar lugar em Outubro a mais uma 'Casa dos Segredos'...
2. Embora já não fosse uma criança, considerei Nuno Eiró a revelação da TV portuguesa em 2015. Um ano depois, em 2 de Dezembro de 2016, escrevi, aqui, que ele estava "pronto para assumir melhores desafios profissionais". Pois bem, mal aproveitado na TVI, aceitou mudar-se para a CMTV, onde começou a apresentar o programa das manhãs, ao lado de Maya, na segunda-feira, dia 27. Gosto de gente que não se conforma com o que tem, de gente que arrisca. Boa sorte, Nuno!
*Este texto não é escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, por vontade expressa do autor.