
1. Sílvia Alberto, que um director da SIC, um dia, achou que era melhor do que Catarina Furtado, é a estrela do momento na RTP1. No sábado à noite, 15, lá andava ela a aprender tango, na viagem a Buenos Aires, juntamente com Sónia Araújo – claramente a vencedora antecipada de Danças do Mundo, tal é o seu talento para esta arte. Depois, no dia seguinte, domingo à tarde, 16, lá estava Sílvia Alberto a entrevistar Mikaela Lupu, em Sociedade Recreativa, magazine social que foi criticado, no passado, pelo administrador Nuno Artur Silva, defendendo que este tipo de formatos não cabia na grelha da estação pública. Ainda nesse domingo, mas agora à noite, lá estava Sílvia Alberto a conduzir um novo episódio de Got Talent.
Perante este excesso de protagonismo, capaz de saturar o espectador menos exigente, não seria melhor tirar Sociedade Recreativa a Sílvia Alberto, como esteve recentemente em cima da mesa? Ou não há na estação ninguém capaz de fazer uma conversa (normal) como aquela que vemos todos os domingos com um famoso? Se não há – e eu acho que há –, muito mal vai a RTP.
2. A SIC arrancou oficialmente com as comemorações dos seus 25 anos, que terminam em 6 de Outubro. Sem a presença dos directores Gabriela Sobral, Luís Proença, Júlia Pinheiro e Ricardo Costa, quem assumiu essa responsabilidade em Carnaxide, na segunda, 17, foi Daniel Oliveira... que, no evento, não apresentou nada que nos fizesse bater palmas. Temo o pior, até lá, numa altura em que os resultados da estação deixam muito a desejar, como são os casos de Queridas Manhãs, Juntos à Tarde ou Just Duet. Este concurso, de João Manzarra, que na estreia obteve um resultado miserável – 600 mil espectadores –, fez ainda pior no domingo, 16, com meio milhão de espectadores. Quem tem coragem para dar (a sério) um murro na mesa?
* O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga ortografia.