
O auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, encheu-se para o lançamento de 'Vida Plena - 50 reflexões de um médico', o novo livro do médico Luís Paulino Pereira. Com prefácio de Manuela Eanes, a apresentação da obra coube a Guilherme d'Oliveira Martins, antigo ministro e atual administrador executivo da fundação. Na sua intervenção o ex-ministro das Finanças, da Presidência e da Educação, recordou que o clínico acompanhou "os últimos momentos" do pai e enalteceu a sua atuação enquanto médico. Também a antiga primeira dama exaltou a "dimensão ética" do autor e disse sentir-se honrada por ter escrito o prefácio de um livro que considera "muito importante".
"A intenção é ajudar as pessoas a pensarem pela sua cabeça e a encontrarem pistas para a resolução de muitos problemas de saúde", explica o médico de família que até há dois meses exercia no centro de saúde da Ajuda, em Lisboa. "Reformei-me do Estado mas não me reformei nem da Medicina, nem dos amigos", adiantou o clínico de 66 anos que na plateia contou com a presença de vários rostos conhecidos, nomeadamente da área da representação. "Já há muitos anos que acompanho os artistas e até já têm dito na brincadeira que eu sou o médico dos artistas" revelou Luís Paulino lembrando que o gosto, sobretudo pelo teatro, vem da mãe que era professora e encenava peças com os seus alunos. "Gosto do teatro. É uma coisa que vem de família, e tenho acompanhado todos os que aqui estão e não só. Os pais da Paula Marcelo, a Rita Ribeiro, enfim todas as pessoas do meio artístico sabem perfeitamente que contam comigo e que numa primeira fase sou o bombeiro voluntário", revelou ainda o médico que continua a exercer no Hospital de Jesus, em Lisboa.
Para terminar a apresentação desafiou ainda para uma atuação o paciente e amigo, Miguel Gameiro. "São muitos anos de trabalho, de carinho, com os doentes que aqui estão e como estamos a atravessar a pandemia penso que tudo combinou bem com aquele abraço do Miguel Gameiro. Ele exemplificou com a sua música o abraço de que todos necessitamos numa altura destas", adiantou o autor referindo-se à atuação do cantor. 'Dá-me um abraço', foi o êxito musical que abriu a pequena atuação e contou com a participação de todos os presentes. Miguel Gameiro interpretou ainda 'O Tempo não para' de Mariza e 'O que é preciso', música que compôs durante a pandemia, e terminou cantando, de novo, 'Dá-me um abraço'. "Estamos sequiosos de afetos numa altura destas", lembra o clínico geral, confessando sobre uma plateia emocionada: "Acho que entrámos no coração das pessoas e era que se pretendia".