
Chega a Lisboa a obra do incontornável ativista chinês Ai Weiwei através de ‘Rapture’, exibição que poderá ser observada na Cordoaria Nacional, em Belém, a partir desta sexta-feira, 4 de junho, onde permanecerá até ao dia 28 de novembro.
O artista de 63 anos foi preso político na China, devido às suas críticas ao governo chinês, nomeadamente no capítulo dos direitos humanos, e desde 2015 que tem vivido fora do país: primeiro na Alemanha, depois em Inglaterra, e, agora, em Portugal – nomeadamente, numa residência rural em Montemor-o-Novo.
A exposição inclui dois núcleos: o da fantasia e o da realidade, com muitas das obras a simbolizarem uma crítica ou uma questão relativamente aos assuntos políticos e sociais dentro dos quais vivemos na atual era.
Segundo o próprio, muitas das peças nunca estiveram simultaneamente lado a lado, e outras estão expostas pela primeira vez, pelo que se configura como uma exposição de elevado interesse para os adeptos de arte contemporânea.
Ai Weiwei visitou o local no dia da inauguração e, em declarações à RTP, afirmou: "Acho que a minha obra só se tornou relevante porque eu encontrei tantas dificuldades, pessoas que me tentaram bloquear, apagar ou censurar, fizeram-me sentir que devia ser muito importante."
Sobre a escolha de Portugal como local de residência disse: "A razão é a de entender a cultura portuguesa, descobri a porcelana, os mármores e a cortiça, e trabalho com essas coisas, com bom resultado."