
Com o desconfinamento a ir em frente, é natural que muitos queiram voltar à atividade física, não só para manter uma vida saudável, mas também porque há quem queira perder os quilinhos que ganhou enquanto esteve fechado em casa. No entanto, é necessário compreender que para muitos não será possível pegar logo de onde se parou e que o corpo precisa de recuperar os hábitos de exercício físico.
O site 'Healthline' dá algumas recomendações para a retoma: primeiro, as expetativas das metas a cumprir terão de ser adaptadas nesta fase inicial. É algo que parece lógico, todavia, há quem não aceite essa realidade. Isto porque, de acordo com a psicóloga desportiva Christina Frederick, citada no artigo, "quando incidentes com uma longa duração afetam as nossas vidas, como é o caso da pandemia, existe um tipo de dissonância cognitiva entre a nossa identidade e a realidade da situação. Pessoas iradas ou frustradas podem estabelecer metas irrealistas."
Assim, é imperativo alterar a rotina e o regime de treinos para atenuar os efeitos do longo período sem atividade física, diminuindo, por exemplo, o número de repetições de um dado exercício, ou, no caso de uma corrida, baixar a distância que se pretende cumprir.
A especialista Grace Neurorhr, citada pela 'Lifebridge Health', considera que é pertinente adicionar um dia de descanso entre os dias de treino para evitar sobrecarga física, principalmente se se tratar de um indivíduo que fora afetado pela covid-19, algo que pode deixar sequelas a nível do organismo – "até adultos mais jovens e saudáveis que testaram positivo nos últimos meses deveriam consultar um médico ou especialista antes de retomar exercícios vigorosos, como corrida", aconselhou.
Adicionalmente, o site 'The Conversation' lista algumas das lesões mais comuns para quem regressa a um regime de treinos antes de recuperar a forma física anterior, como tendinopatias ou estiramentos musculares, detalhando que mesmo que o desempenho seja equiparável àquele registado previamente ao confinamento, o stress causado é maior, e isso pode, por exemplo, refletir-se no ritmo cardíaco, sublinhando também que, portanto, é de extrema importância aumentar o ritmo gradualmente e assegurar que a recuperação devida é cumprida.