
"Qualquer um que violar a regra será punido", foi esta a declaração da polícia religiosa dos Talibãs, segundo a BBC.
Alguns barbeiros de Cabul, revelaram que também já tinham recebido ameaças semelhantes.
Estas instruções marcam um retrocesso às regras rígidas do mandato anterior do grupo no poder, apesar das promessas serem de maior abertura.
"Os soldados continuam a vir e mandam-nos parar de aparar as barbas", disse um barbeiro de Cabul à BBC. "Um deles disse-me que podem enviar inspetores disfarçados para nos apanhar", afirmou. Outro barbeiro disse que recebeu um telefonema de alguém que afirmava ser um funcionário do governo, e ordenou que "parasse de seguir os estilos americanos" e não desfizesse a barba ou cortasse o cabelo.
Outro barbeiro disse que recebeu um telefonema de alguém que afirmava ser um funcionário do governo, e ordenou que "parasse de seguir os estilos americanos" e não desfizesse a barba ou cortasse o cabelo.
Um dos fundadores dos Talibãs disse que o grupo vai recorrer novamente a execuções e amputações. Lembrando que no sábado passado, um grupo matou quatro supostos sequestradores e os corpos foram pendurados nas ruas da cidade de Herat.
Desde que os Talibãs reassumiram o poder a 15 de agosto que os afegãos vivem num regime de forte opressão. Entre 1996 e 2001, o regime talibã determinou que os homens deixassem crescer as barbas. Com o fim do emirado islâmico, em 2001, os homens passaram a barbear-se e a frequentar os barbeiros para modernos cortes de cabelo, influenciados pela cultura ocidental.
Com a tomada do poder pelos Talibãs, muitos barbeiros têm vindo a queixar-se que as novas regras estão a afetar o seu sustento. "Por muitos anos, o meu salão foi um lugar para os jovens se barbearem conforme desejassem e estarem na moda", disse um deles à BBC sob condição de anonimato. "Não adianta continuar este negócio." "Os clientes não fazem a barba [porque] não querem ser alvos dos grupos dos Talibãs nas ruas. Eles querem misturar-se e parecerem-se com eles", disse ainda o profissional, acrescentando que o seu negócio está em risco de fechar, apesar de ter optado por preços mais baixos.
"Por muitos anos, o meu salão foi um lugar para os jovens se barbearem conforme desejassem e estarem na moda", disse um deles à BBC sob condição de anonimato. "Não adianta continuar este negócio."
"Os clientes não fazem a barba [porque] não querem ser alvos dos grupos dos Talibãs nas ruas. Eles querem misturar-se e parecerem-se com eles", disse ainda o profissional, acrescentando que o seu negócio está em risco de fechar, apesar de ter optado por preços mais baixos.