
O cantor R. Kelly foi declarado culpado por crime organizado e tráfico sexual, tendo liderado um esquema que durou duas décadas e que tinha como vítimas mulheres e crianças negras. A decisão que estava nas mãos de um júri de 12 pessoas foi tomada no espaço de nove horas e pode levar a que R. Kelly passe o resto da vida na prisão.
O julgamento, que teve lugar em Nova Iorque, durou 6 semanas e contou com os testemunhos de onze pessoas – 9 mulheres e 2 homens – que acusaram o artista de humilhação sexual e violência, incluindo agressões físicas, sendo que algumas das vítimas eram à altura menores de idade.
Foi também comprovado que o músico de 54 anos traficou mulheres entre estados e que utilizava os seus ‘managers’, seguranças e outros membros da sua ‘entourage’ para o auxiliar no esquema. A advogada de várias das vítimas, Gloria Allred, afirmou que, nos 47 anos em que exerceu a profissão, R. Kelly foi o pior dos predadores que confrontou, enquanto que o representante do norte-americano, Deveraux Cannick, confessou-se desiludido com o veredito.
Kelly foi um dos maiores nomes do RnB, tendo chegado ao topo com o tema ‘I Believe I Can Fly’, em 1996, ainda que as acusações de crimes sexuais tenham existido desde a década de 1990. O cantor casou-se com a colega de profissão, Aaliyah, já falecida, quando esta tinha 15 anos, num matrimónio anulado após um ano devido a ter sido considerado ilegal.
Em 2019, com o documentário ‘Surviving R. Kelly’, que começou a ser difundido a escala real dos crimes do natural de Chicago, culminando na sua detenção em julho desse ano.
O artista está ainda a aguardar idas a tribunal por crimes sexuais, sobre os quais alegou inocência, nos estados de Illinois e do Minnesota.