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Com a vida em risco, princesa Haya teme a maior das vinganças do ex-marido, o Emir do Dubai

Fugiu das garras opressoras de Mohammed bin Rashid Al-Maktoum. Exilou-se com os dois filhos em Inglaterra e pediu o divórcio. O Tribunal Superior do Reino Unido deu-lhe razão e condenou o poderoso emir do Dubai a pagar-lhe quase 700 milhões de euros. Mas esta vitória tem um sabor muito amargo para a irmã do rei Abdullah da Jordânia. Sabe que o preço por ter tido a coragem de enfrentar o prepotente sheik árabe pode ser muito alto. Receia ter de pagar a ousadia com a própria vida. Há uma campanha de intimidação e de ameaças que dão força aos seus receios mais tenebrosos.
Ana Cristina Esteveira
Ana Cristina Esteveira
23 de dezembro de 2021 às 23:39
Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya
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Haya da Jordânia
Haya da Jordânia
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Haya da Jordânia
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Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya
Haya da Jordânia
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Haya da Jordânia
Haya da Jordânia
Haya da Jordânia
Haya da Jordânia
Haya da Jordânia
Haya da Jordânia

Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro ministro dos Emirados Árabes Unidos e emir do Dubai, foi condenado pelo Tribunal Superior do Reino Unido a pagar uma quantia acima dos 600 milhões de euros à princesa Haya, sua ex-mulher, e a ambos os filhos fruto desse casamento, Al Jalila e Zayed, de 14 e 9 anos. Esta sentença faz com que este seja o divórcio mais caro da história de Inglaterra. Até mesmo o de Sir Paul McCartney e Heather Mills está muito abaixo desta quantia.

Mas é quase certo que esta vitória judicial não seja celebrada como seria suposto por quem consegue uma quantia tão astronómica como aquela que vai entrar na conta bancária da princesa Haya. O medo do que tem do poderoso sheik e daquilo que ele possa fazer contra si, turva-lhe o sabor desta conquista. Haya sabe bem do que o ex-marido é capaz, pois um homem que persegue, prende e tortura as próprias filhas é capaz do pior. Até de a mandar matar.

A princesa da Jordânia está consciente que enfrentar o prepotente emir do Dubai foi a sua mais perigosa ousadia. Além do mais, ter-lhe infligido uma tão grande humilhação perante tudo e todos, pode sair muito caro. Mohammed bin Rashid Al Maktoum não é homem que aceite uma derrota tão facilmente e, isso, ficou demonstrado em várias situações familiares que já enfrentou no passado.

Princesa Haya, Dubai
Princesa Haya, Dubai Foto: Reuters

A FUGA DAS FILHAS

Falamos, por exemplo, da fuga de duas das suas filhas que não aguentaram a violência e o facto de terem a sua liberdade completamente limitada por este pai tão austero e que vive como se fosse rei e senhor do mundo. Assume-se como dono da sua vasta família. Depois de terem tentado a fuga, as duas filhas mais velhas do governante do Dubai foram capturadas e obrigadas a regressar ao palácio. Neste momento, pouco se sabe de Shamsa e Latifa. De quando em vez lá conseguem fazer chegar um apelo de socorro para o exterior, mas sempre que isso acontece as medidas de segurança em torno delas ficam ainda mais apertadas.

A princesa Haya, uma das seis mulheres do emir foi, portanto, a terceira pessoa a tentar fugir da vida no palácio de Rashid al-Maktoum. E a única a a ter sucesso na sua fuga. Um sucesso questionável, mesmo depois desta enormíssima vitória nos tribunais ingleses.

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Princesa Haya pede proteção em tribunal contra emir do Dubai

E dizemos questionável porque depois de ter fugido do Dubai, em maio de 2019, a irmã do rei Abdullah da Jordânia, foi vítima de inúmeras ameaças e de uma verdadeira campanha de intimidação. Ela não recuou, mesmo com medo. Muito medo! Mas não foi fácil, dado que as ameaças eram francamente aterradoras como foi provado em tribunal: "Tendo em conta a sua posição e as ameaças de terrorismo e sequestro que enfrentou, considera-se que são particularmente vulneráveis [a princesa e os dois filhos] e que necessitam de ter garantias de maior segurança neste país", considerou o juiz Philip Moor na leitura da sentença. Não deixa de ser curioso que o emir do Dubai seja obrigado a pagar mais dinheiro para proteger aqueles que ameaça. Também isto foi realçado na sentença: "A principal ameaça que enfrentam provém do mesmo [o governante], e não de fontes externas", opinou Moor.

"Haverá um risco claro e sempre presente para a princesa para o resto da sua vida, seja do Sheik Mohammed ou apenas de um terrorista normal", disse o juiz, referindo-se às ameaças à segurança de Haya. Assim, uma grande parte da quantia que o emir vai ter de pagar à ex-mulher será destinada à sua segurança e à dos filhos, de acordo com os detalhes do acordão. O objetivo é evitar que as crianças sejam sequestradas pelo próprio pai, considerou o magistrado.

A PERSEGUIÇÃO À PRINCESA

O facto de ter tido o telefone de Haya e dos seus advogados sob custa é só mais um sinal de que o perigo a que a princesa está exposta não é ficção.  Um volume "muito importante" de dados foram extraídos do telemóvel da irmã de Abdullah da Jordânia. Segundo foi apurado, foram "roubados" cerca de 265 megabytes – o equivalente a 24 horas de gravação de voz ou 500 fotografias. Para conseguir todo este "material", o sheik usou uma tecnologia altamente sofisticada: Spyware Pegasus, um software que só é permitido aos serviços secretos dos países para a luta contra o terrorismo e o crime organizado.

Disse ainda o juiz que Mohammed bin Rashid Al-Maktoum "acossou e intimidou a mãe dos seus filhos antes da sua partida para  Inglaterra tal como à sua chegada a este país" e "e permitiu que atuassem por sua conta no Reino Unido de forma ilegal".

Princesa Haya
Princesa Haya

"Sinto como se as paredes se estivessem a fechar sobre mim, como se me estivessem a asfixiar-me", explicou Haya bint-Husein num comunicado dirigido ao juiz Andrew McFarlane, que decidiu a custódia das duas crianças no passado mês de outubro. "Não sinto que possa andar livremente tal como estão as coisas neste momento. Sinto-me perseguida o tempo todo e sou obrigada a olhar constantemente por cima do ombro", acrescentou a princesa em tribunal.

Este sentimento de insegurança e medo será aquele que vai acompanhar Haya por muito mais anos, independentemente de ter agora a sua conta bancária bem mais recheada, pois há coisas que o dinheiro não compra. Falamos da paz e da liberdade de poder andar sem medo na rua!

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