
O exílio do rei emérito de Espanha parece estar a ter um efeito contrário na casa real, que tem agora de dar respostas ao governo. O primeiro-ministro Pedro Sánchez assegurou numa carta que "todos os funcionários públicos devem ser responsabilizados pela conduta, sem excepção".
Sánchez enviou a carta aos militantes do PSOE esta semana, após o anúncio de Juan Carlos de que ia abandonar o país, para reforçar que vai cobrar uma resposta do pai de Felipe VI sobre as acusações de atos de corrupção, lavagem de dinheiro e fuga ao fisco.
"Ninguém pode escapar da transparência dos média, nem da ação dos tribunais. Todos os funcionários públicos devem ser responsabilizados pela conduta, e assim será, sem excepções. No entanto, a conduta irregular compromete a pessoa responsável e não a instituição", declarou, citado pelo 'El Español'.
Onde está a fortuna do rei Felipe VI?
A viagem de Juan Carlos, que continua com paradeiro desconhecido, deixa o rei Felipe VI no centro da crise com o governo. O deputado do PSOE Odón Elorza exigiu a declaração dos bens do monarca.
"O que Felipe VI devia ter feito por iniciativa própria era usar a lei [de transparência] e comprometer-se em fazer uma declaração pública anual dos seus bens e património", afirmou o deputado em entrevista à 'Radio Euskadi'.
Odón Elorza ainda definiu o exílio de Juan Calos como "uma fuga", "uma saída de conveniência", faltando explicações da casa real e do próprio rei emérito sobre "as informações, acusações e alguns atos mais ou menos comprovados" que estão em causa nas investigações aos negócios Juan Carlos.