
O Tribunal de Luanda ordenou o arresto das participações de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, nas empresas onde têm posição acionista, casos da Zap, Unitel, Cimentangola, Contidis e dos bancos BIC e BFA. A decisão foi tornada pública esta terça-feira, 30 de dezembro, em comunicado e cisa ainda Mário Leite Silva, administrador da empresária angolana em várias sociedades detidas por esta.
Além das participações, o tribunal decidiu-se também pelo arresto da contas bancárias de Isabel dos Santos e Sindika Dokolo nos bancos BIC, BFA, BAI e Banco Económico.
Segundo o despacho-sentença do Tribunal Provincial de Luanda, a que o 'Negócios' teve acesso, a decisão surge na sequência de uma providência cautelar de arresto dos bens dos três visados pedia pelo Estado angolano, a qual mereceu acolhimento favorável dos juízes.
O Estado angolano, representado pelo Ministério Público, fez uma extensa fundamentação onde, em traços gerais, sustenta que Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, utilizaram fundos, nomeadamente da Sonangol, para fazerem negócios, não tendo pago os mesmos.
"Pelos documentos que o requerente juntou aos autos e pelas testemunhas inquiridas, ficou provada a existência de um crédito para com o Estado (requerente) de mais de 1,1 mil milhões dólares, resultante de vários negócios em que intervieram empresas do Estado e os requeridos (...) Os requeridos reconhecem a existência da dívida, porém alegam não ter condições para paga", afirma o tribunal no seu despacho.