Princípio, meio e fim. Francisco Pinto Balsemão poderá ter tido uma palavra final na decisão da venda do Grupo Impresa, dona da SIC, aos italianos da MFE. Mais: o negócio deverá estar concluído até ao final deste ano, de acordo com o 'Negócios'. Entre o que acontecerá à empresa familiar e o luto pelo patriarca, os alicerces do clã vivem os seus tempos mais instáveis.
Entre negociações com o grupo da família Berlusconi e os prejuízos de milhões, o que irá acontecer a Francisco Pedro Balsemáo, que assumiu o legado do pai e que foi subindo na estrutura da Impresa até chegar a CEO, mas também dos outros filhos e da matriarca Tita Balsemão.
Oriundo de uma família abastada, Balsemão enfatizou, ao longo da sua vida, a importância de não viver à sombra da herança familiar, mas sim de construir o seu próprio caminho e mérito.
O Mosteiro dos Jerónimos foi o palco de uma verdadeira celebração do homem que foi Francisco Pinto Balsemão e o legado deixado pelo antigo primeiro-ministro, empresário da comunicação social, fundador do 'Expresso', da SIC e do PSD – em que era o militante número um, com a família unida e muitas personalidades da vida política nacional.
Chegou à Impresa com 29 anos, mas quando, após a saída de Pedro Norton, decidiu candidatar-se ao cargo de CEO, admite que o pai, Francisco Pinto Balsemão, não entrou em euforias. "Chutou um bocado para canto", contaria Francisco Pedro, o mais novo de cinco irmãos, que cresceu entre o peso de "ser filho de" e o desejo de trilhar o seu próprio caminho. Tímido, admite que tinha pavor de falar em público, mas que herdou da mãe a teimosia que tantas vezes o fez dar o passo em frente. Com os quatro irmãos – de três diferentes relacionamentos do pai – diz ter atingido a harmonia familiar. "Podíamos não nos dar, andarmos aqui à cabeçada, mas damo-nos todos muito bem."
A derradeira despedida a Francisco Pinto Balsemão aconteceu esta quinta-feira, 23 de outubro, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, numa verdadeira celebração do homem que foi o antigo primeiro-ministro e fundador do 'Expresso' e da SIC.
O ponto alto da cerimónia dos Globos do Ouro sempre foi aquele em que o antigo primeiro-ministro subia ao palco para entregar o Prémio Mérito e Excelência. Este ano, Pinto Balsemão voltou a manter-se longe do Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Foi o filho, Francisco Pedro, que assumiu essa tarefa.
A ceramista volta a sentir na pele a perda, agora do 'sogro', o 'rei' das análises clínicas, que deixa um império na área da saúde, e que será dividido entre os filhos e os sócios.
Reconhece que nasceu no seio de uma família privilegiada, mas ainda assim Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, revela que houve algo que lhe faltou.