Até a mulher de Sérgio Conceição está metida ao barulho? As contas por explicar dos administradores de Pinto da Costa com milhões de despesas por justificar
As contas por explicar dos administradores do FC Porto agora colocadas a nu respingam em todas as direções e no meio da polémica até a mulher de Sérgio Conceição foi metida ao barulho. O caso das contas fraudulentas do clube há muito que está na ordem do dia e logo após a mudança de direção Vítor Baía tinha sido acusado de financiar o batizado dos filhos com o cartão de crédito do clube. Entenda a polémica!
As contas, agora postas a nu, revelam um cenário de gastos sem limites, que representaram um rombo para os cofres do FC Porto de largos milhões de euros. Uma auditoria minuciosa às faturas com despesas pessoais dos administradores da direção de Pinto da Costa, agora levado a cabo, expõe como os homens-fortes do antigo líder azul e branco teriam carta branca para utilizar o cartão de crédito do clube para despesas de cariz pessoal, que eram depois apresentadas ao clube sob o mote de material desportivo (quando na verdade falávamos de uma joia), alojamento em representação do FC Porto (mesmo que o administrador em causa estivesse de férias no Brasil) ou 18 mil euros em supermercado (descrito como despesa inserida como inerente ao cargo de administrador) ou cinco mil euros em quatro almoços e um jantar.
Num passivo interminável que lesou os cofres do clube, havia também espaço para que os administradores fizessem obras em casa, com direito a 7 mil euros em serralharia, entre outros detalhes que denunciam a gestão danosa.
No documento agora tornado público, apenas se tem acesso a contas, não há os nomes de quem apresentou as faturas, no entanto, é sabido que da administração do clube faziam parte nomes como Adelino Caldeira ou Vítor Baía, homens da confiança de Pinto da Costa.
Aliás, logo após as mudanças na estrutura do clube, o Correio da Manhã havia noticiado que Vítor Baía tinha deixado um passivo de 50 mil euros no seu cartão de crédito do clube, com o qual teria até financiado o batizado dos filhos, algo que o antigo guarda-redes desmentiu.
No entanto, todas as dúvidas pairam num momento em que cada vez mais dados vêm a lume. Na tarde de quarta-feira, dia 15 de janeiro, enquanto o caso era analisado no 'Mercado' da CMTV, a própria jornalista Tânia Laranjo revelaria um dado curioso, e que tinha a ver com o facto de a própria mulher de Sérgio Conceição, Liliana, ter acesso "a uma viatura do FC Porto que não estava contratualizada", em mais um gasto durante a vigência de Pinto da Costa e que está por explicar.
AS COMISSÕES NA TRANSFERÊNCIA DE JOGADORES
Esta é uma polémica que, na verdade, poderá respingar para todos os lados e a partir do momento em que André Villas-Boas começou a revirar as gavetas da contabilidade do FC Porto, há novos dados a expor uma realidade que em nada beneficiaria o clube.
Entre as viagens pagas a Fernando Madureira, dos Super Dragões, para que se divertisse com a família e amigos em destinos de sonho como Brasil ou ilhas paradisíascas, estão também a ser investigadas as comissões na transferência de jogadores, num caso que poderá ser associado ao nome do filho de Pinto da Costa, Alexandre.
Na verdade, este é um assunto que desde 2021 que está na mira da Justiça, altura em que o Ministério Público anunciou a abertura de vários inquéritos para que Pinto da Costa, o filho Alexandre e o empresário Pedro Pinho explicassem uma série de negócios de jogadores, com os quais teriam obtido ilegalmente vários milhões de euros, numa quantia que ascenderia aos 40 milhões. O esquema teria sido perpetuado durante mais de dez anos.
No despacho em que pediu buscas ao FC Porto, e que foi divulgado pela 'Sábado, o procurador Rosário Teixeira referiu que, desde 2012, que o presidente do FC Porto, o filho, Alexandre Pinto da Costa, e o empresário Pedro Pinho "desenvolveram um esquema destinado a gerar proveitos indevidos". Os três arguidos são suspeitos de ter montado um esquema para desviar dinheiro do FC Porto, com base na transferência de vários jogadores.
Esse terá sido, aliás, um dos principais motivos de divergência entre pai e filho, que estiveram zangados até muito recentemente, altura em que, devido à condição muito débil de Pinto da Costa, a lutar contra um cancro aos 87 anos, enterraram o machado de guerra.