Ganância e ressabiamento! Como Meghan "cozinhou" a vingança contra William e se aproveitou dos ciúmes que Harry sempre teve do irmão
Ao incentivar o marido a escrever a tão falada autobiografia, a duquesa conseguiu "matar dois coelhos com uma cajadada só". Explicamos: ganhou uma fortuna à conta do polémico livro e vingou-se da família real de Inglaterra. Já o príncipe Harry foi levado por razões menos mesquinhas. Quis apenas mostrar ao mundo, mas em particular ao pai e ao irmão que, afinal, o seu lugar pode não ser o da sombra, onde sempre o puseram. Que é mais do que um suplente. Pela primeira vez, conseguiu inverter os papéis do destino, colocando William num plano secundário e assumindo ele o protagonismo. E gostou (muito) desta inversão.
Harry diz que quer "recuperar" a família. Que quer que a sua relação com o pai, o rei Carlos III de Inglaterra, e com o irmão, o príncipe William, volte a ser próxima. Afetuosa, se possível. Mas depois de 'Na Sombra', a polémica autobiografia que acaba de chegar às livrarias, dificilmente isso acontecerá. O filho mais novo de Diana e de Carlos trilhou um caminho sem retorno. Como é que os Windsor vão poder continuar a respeitar, mas sobretudo a confiar em alguém que escreveu um livro em que escancara a privacidade familiar? Que expõe segredos? Que denigre a sua imagem? Que a coloca na lama? E, pior, que faz perigrar a mais antiga monarquia da Europa movido por razões mesquinhas? Como se vê, será dificil reconstruir uma relação que há muito está ferida de morte. Mas o que o "público" pode apelidar de razões mesquinhas, para Harry não o serão de todo. Para ele é como que um ajuste de contas pelos anos em que esteve sempre na sombra do irmão mais velho. Em que sempre foi visto como o "suplente" de um jogo ao qual nunca foi chamado a jogar. Este livro põe a descoberto a imensa rivalidade que o duque sempre sentiu pelo atual príncipe de Gales.
"O meu irmão e eu amamo-nos. Eu, amo-o profundamente, mas tem havido muito mágoa entre os dois, especialmente nos últimos seis anos (altura em que apresentou Meghan Markle à família). Nada do que escrevi, nada do que inclui, teve a intenção de magoar a minha família. Mas dá uma visão completa da situação enquanto íamos crescendo e também deita por terra essa ideia de que de alguma forma a minha mulher foi a pessoa que destruiu a relação entre estes dois irmãos", disse Harry a Anderson Cooper no programa '60 Minutes', da CBS. Uma das entrevistas que deu para promover 'Spare' [o título original da sua autobiografia]. Acrescentou ainda: "Olhei para Willy, olhei realmente para ele talvez pela primeira vez desde que éramos crianças. E percebi tudo, a sua zanga em relação à família, que foi sempre o seu problema em relacionar-se comigo, a sua alarmante calvície, mais acentuada do que a minha, a sua famosa semelhança com a nossa mamã, que desapareceu, com os anos, com a idade", opinou referindo-se a um encontro com o irmão em 2021.
ANOS DE CIÚMES, RIVALIDADE E MÁGOAS
Mas a ideia que dá de William nesta entrevista a Anderson Cooper, não é a que faz passar na sua autobiografia. Aí, o que se percebe são os ciúmes que sempre sentiu do irmão mais velho. Não esquece que o herdeiro sempre teve um quarto maior do que o seu. Que sempre teve mais mordomias e direitos do que ele, algo que se acentuou bastante com a morte prematura de Diana. Lady Di ainda terá tentado que os dois filhos não sentissem que havia diferentes tratos para cada um deles. Fazia de tudo para que o mais velho não se sentisse superior e que, por sua vez, o mais novo não se sentisse inferior ao irmão. Só que com o seu desaparecimento, esse cuidado deixou de existir. Carlos e a restante família deram ao herdeiro do trono o destaque que consideravam que ele tinha de ter. Harry foi obrigado a perceber cedo que era muito mais insignificante, quando comparado com o irmão, para o pai e para toda a família. Sem falar para todo o país em si. Mas há mais! Harry também não gostou de ver que o irmão e a cunhada viviam rodeados de luxos em Kesington Palace, enquanto ele e Meghan viviam numa outra casa do mesmo palácio, mas em condições muito mais modestas. Faz até questão de dizer que tinham recorrido a muitas peças de mobiliário da Ikea.
SÍNDROME DO IRMÃO MAIS NOVO DO HERDEIRO DO TRONO
Especialistas consideram que o filho mais novo de Carlos III de Inglaterra sofre da "síndrome do irmão mais novo do herdeiro do trono". E se ao longo de muitos anos (mesmo muitos) se tinha a ideia de que os irmãos eram inseparáveis e que eram (além de irmãos) eram os melhores amigos um do outro, especialmente depois da dor de terem perdido a mãe. Desde desde o outono de 2019, começa-se a perceber que afinal a cumplicidade familiar e entre William e Harry tinha "pés de barro". A imagem idílica desvanecia-se à medida que o polémico 'megxit' era posto em prática: os Sussex decidiram afastar-se da instituição e, por conseguinte, da família real. O príncipe de Gales não perdoou o irmão e assumiu esta decisão como uma traição à coroa e a si, em particular. Mas no seu livro, Harry desfaz a ideia que a relação deles se destruiu com o 'megxit' ou por culpa de Meghan Markle. Em 'Na Sombra' faz questão de admitir que para além do amor, também existiu ciúmes, competição e uma rivalidade acesa que até levou a alguns confrontos físicos. Mas percebe-se que o que mais o magoou ao longo do seu crescimento era ver o irmão a ser tratado como "o herdeiro" e ele como o "suplente" ou "sobressalente" [Spare].
O PLANO DE MEGHAN Meghan Markle, atenta, observadora e muito inteligente, depressa percebeu esta mágoa do marido. E foi "cozinhando" a melhor forma de aproveitar tudo o que Harry guardou dentro de si ao longo da sua infância e adolescência. Como tirar proveito desses traumas? Como ganhar pontos com as amarguras do príncipe? Não demorou muito a perceber que um livro autobiográfico, onde o duque contasse tudo era o trunfo perfeito. Embora seja ainda muito novo para escrever um livro de memórias - tem apenas 38 anos - a antiga atriz de Hollywood não deixou de ir motivando Harry para escrever. Preparou todo o cenário necessário para que o marido aceitasse a ideia. Apanhou um susto quando o príncipe arrepiou caminho quando morreu a rainha Isabel II. A dor de perder a avó - que tanto amava - fê-lo vacilar em avançar com a publicação do livro. Mas já havia um acordo assinado e já era muito difícil impedir que 'Spare' chegasse às mãos do público. Esta semana, com o livro finalmente nas livrarias, Meghan Markle respirou de alívio. Além de ter a conta bancária muito mais recheada, conseguiu ainda vingar-se do sogro e dos cunhados. Veremos agora se este terá sido um cheque mate ao rei... ou se ainda heverá novas jogadas!.