Ana Obregon tornou-se no assunto mais falado de Espanha, numa história que rapidamente transpôs as fronteiras do país, devido a toda a sua carga tanto legal como emotiva. Não está a par do que aconteceu? Vamos tentar fazer um resumo rápido: aos 68 anos, e com esperma do único filho, que morreu com cancro, uma das maiores estrelas do país vizinho recorreu a uma barriga de aluguer para ter um bebé. Que legalmente é seu, mas que na prática é do seu falecido filho.
A história pode parecer um tanto ou quanto confusa, mas na verdade é mais simples do que parece, não fossem todas as implicações legais e a polémica que está a causar. E para a percebermos melhor temos de recuar cerca de cinco anos no tempo, antes de a doença ter destruído a família da atriz.
Ana Obregon era, então, uma das maiores estrelas de Espanha, que tinha quase tudo do melhor que a vida tem para oferecer. No amor, tinha vivido intensamente, com várias paixões, a sua carreira atingido o auge, a conta bancária nem se fala e, para culminar este quadro tão apeltativo, tinha um filho lindo, lançado e bem sucedido aos vinte e poucos anos. Que mais uma pessoa pode desejar na vida?
No entanto, sabemos bem o quanto estas coisas são permeáveis e que basta um segundo para tudo mudar. E foi o que aconteceu com Obregon. Tudo começou com alguns sintomas, várias consultas e um diagnóstico aterrador que viria a mudar a vida de toda a família da espanhola: Aless Lequio, o seu único e querido filho, estava a braços com um cancro. E não uma coisa simples, mas daqueles raros e com pouca esperança, mesmo para quem tem dinheiro para recorrer aos tratamentos mais inovadores.
Foi um balde de água fria para Ana Obregon e o ex-marido, o conde italiano Alessandro Lequio, que esqueceram todas as guerras e desavenças para estarem ao lado do filho. A atriz deixou, inclusivamente, a vida em suspenso e durante dois anos não fez mais nada do que estar ao lado do filho nos tratamentos. Uma luta inglória que, em maio de 2020, culminou com a trágica morte do jovem, aos 27 anos.
A vida de Ana Obregon nunca mais voltou a ser a mesma. A atriz recolheu-se, viveu a dor em privado e apenas quebrou o recolhimento para, num longo texto, agradecer aos fãs todo o carinho que recebeu. Uma mensagem que tocou ainda mais o público, absolutamente comovido com o drama da família.
"Meu querido filho, sei que nunca gostaste que falasse de ti publicamente, mas é o que me pede o coração e agora que tenho um pouquinho de força tinha que agradecer as milhares de mensagens de carinho que tenho recebido", começou por escrever Ana, recordando o caminho do jovem até o cancro o atingir.
"Até que um dia a palavra cancro apareceu nas nossas vidas. Lutaste de forma valente durante dois anos contra essa maldita doença e sempre com um sorriso. Demasiado nobre para ter lugar neste mundo. Meu guerreiro, de sorriso eterno, apesar da dor, dos meses no hospital e do sofrimento... Para mim foi uma honra estar a teu lado, de mão dada nesta batalha sem descanso".
Ana Obregon termina o texto num relato de partir o coração em que se questiona como iria continuar a sua vida sem o filho.
"Que te posso dizer, filho? Que eras/és a minha vida e agora não há nada. Que perder um filho é morrer e ter a obrigação de viver. E tu querias viver, casar e ter cinco filhos. Muitas noites no hospital pedimos juntos a Deus para te curar, e ele não nos fez caso. Agora só peço que te possa voltar a abraçar muito em breve, porque sinto a tua falta de uma forma insuportável. Meu Álex, foi e é um provilégio ser tua mãe. Amo-te desde sempre e para sempre".
A resposta ao vazio de Ana Obregon chegou agora, quando decidiu dar vida ao sonho do filho de ser pai e ao mesmo tempo ter um pouco de Aless na sua vida.
A FILHA QUE AFINAL É NETA
Depois do luto, Ana Obregon volta a saltar para a capa das revistas espanholas onde se mostra com a filha Ana Sandra. Filha tecnicamente, uma vez que não seria possível registá-la oficialmente em nome de uma pessoa que já morreu. Mas biologicamente a bebé é filha de Aless, que antes de falecer congelou o seu esperma.
Tal como é comum quando alguém jovem se debate com um cancro, Aless foi aconselhado a congelar os espermas, uma vez que os tratamentos poderiam ter implicações futuras nesse campo. Foi o que fez. Ficaram até há pouco intocados na clínica até a mãe amadurecer a ideia de dar, desta forma, vida ao sonho do filho.
"Esta foi a última vontade de Aless, trazer um filho seu ao mundo. O que me tem permitido continuar a viver todos os dias é cumprir esta missão", pode ler-se na revista 'Hola!', na qual Obregon se mostra renascida com a bebé e indiferente à polémica gerada em torno do assunto, e das críticas ao facto de ter utilizado esperma do filho e também de colocar uma criança no mundo quando ela própria já tem quase 70 anos.
"Creio que não há nada no mundo que quando vir esta menina, tão desejada pelo seu pai no céu e por mim em terra, não pense o mesmo. É algo que só os pais e mães que perderam um filho vão entender perfeitamente", é dito.
A decisão de Ana Obregon está a dividir opiniões, ao mesmo tempo que comove o Mundo, mas não há ninguém que lhe fique indiferente a este bebé, que veio lançar o debate sobre o tema e colocar toda a gente a falar sobre o assunto, de figuras públicas a anónimos.
Álex era o único filho da atriz espanhola, de 65 anos, e era fruto da sua tumultuosa relação com o conde italiano Alessandro Lequio.
Há dois anos que o jovem lutava pela vida e os pais uniram-se para o acompanhar em todos os tipos de tratamentos inovadores. Agora, por fim, estava internado há um mês numa clínica em Barcelona, para receber um novo tratamento.
Mais uma vez, Ana Obregón e o aristocrata italiano, abdicaram das suas vidas, mudando-se também para Barcelona para acompanhar o filho. Perante este desfecho, a atriz recorreu às redes sociais para escrever: "A minha vida apagou-se".
