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As reações de Irina Shayk e de outras celebridades russas que fizeram frente a Vladimir Putin por causa da guerra na Ucrânia

A invasão comandada pelo líder russo ao território ucraniano não foi bem visto por várias personalidades oriundas da Rússia, como por exemplo a ex-companheira de Cristiano Ronaldo ou a famosa antiga tenista Maria Sharapova, mas outras pronunciaram-se de forma distinta e menos unânime.
Afonso Coelho
Afonso Coelho
17 de março de 2022 às 23:25
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk
Irina Shayk

A Rússia é um país com um peso incontornável e significativo na História e na cultura mundial e de lá chegou o mais variado leque de personalidades, quer na literatura, como são os casos de Tolstoi ou Dostoievski, quer na música, como Tchaikovsky. Os ícones russos dos dias de hoje serão talvez menos marcantes a nível histórico, é certo, mas daquele país são ainda originários muitos famosos.

Aqui veremos como estes reagiram à invasão da sua nação à Ucrânia numa movimentação geopolítica por parte do presidente Vladimir Putin, que não deixou ninguém indiferente no último mês, criando uma tensão bélica há muito não assistida dentro do Velho Continente.

IRINA SHAYK E OUTRAS PERSONALIDADES CONTRA A GUERRA

No que se cingirá ao mundo abordado por esta publicação, provavelmente a celebridade mais relevante dos últimos tempos é Irina Shayk, uma das caras mais conhecidas do mundo das supermodelos e, claro, ex-companheira de Cristiano Ronaldo e de Bradley Cooper.

A natural de Yemanzhelinsk, junto à fronteira com o Cazaquistão, já se mostrou frontalmente contra a guerra. Numa publicação nas redes sociais datada do início de março, Irina escreveu "Não à guerra" e anunciou que iria doar à UNICEF e à Cruz Vermelha ucraniana.

Outra das personalidades contemporaneamente mais emblemáticas da Rússia é Maria Sharapova. Antiga número 1 do ranking WTA e uma lenda do ténis feminino, Sharapova nasceu em Nyagan, mas devido às consequências de Chernobyl, mudou-se para Sóchi, antes de, ainda muito criança, viajar até aos Estados Unidos para ter aulas de ténis.

"A cada dia que passa, estou cada vez mais desolada e entristecida pelas imagens e histórias de famílias e crianças afetadas pela crise na Ucrânia", redigiu nas suas redes sociais, antes de também ela comunicar que iria doar à organização ‘Save the Children’, convidando os seus seguidores a fazerem o mesmo. "Eu rezo pela paz e endereço o meu amor e apoio a todos os afetados", concluiu a ex-tenista de 34 anos.

Garry Kasparov é o mais icónico xadrezista de todos os tempos. Identifica-se como russo, apesar de ter nascido no Azerbaijão e ter raízes arménias e judaicas, mas é um confesso crítico de Vladimir Putin há longos anos, algo que já lhe valeu algumas detenções por denunciar o autoritarismo do líder da Rússia. Em declarações à Reuters, Kasparov pediu que a Rússia fosse severamente punida pelo Ocidente pelas suas ações: "Devem devolver a Rússia à Idade da Pedra para garantir que as indústrias vitais para a sobrevivência do regime não funcionem sem o apoio do Ocidente. Putin cometeu crimes de guerra muito além da imaginação", disse, pedindo aos Estados Unidos que atuassem de forma musculada perante a invasão russa. Por oposição, Anatoliy Karpov, em tempos seu adversário nos tabuleiros, é hoje político na Rússia e foi alvo de sanções por ter apoiado o reconhecimento das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk. 

Garry Kasparov
Garry Kasparov Foto: Getty Images

Regina Spektor, cantora com dupla nacionalidade russa e norte-americana, nascida na capital da Federação Russa, Moscovo, foi incisiva na sua condenação desta guerra: "Hoje, o meu coração dói porque independentemente das grandes obras de arte e músicas representativas dos horrores da guerra, novos mestres da guerra se erguem em todos os países, enviando novas crianças para se massacrarem entre si. Havia e ainda há nazis reais no mundo, mas na Ucrânia, existem milhões de civis arrastados para uma guerra e na Rússia há crianças a serem atiradas à luta para morrer por nenhuma razão para além da ganância de políticos e corporações. E é assustador", escreveu no Instagram, no dia seguinte às notícias que davam conta da invasão russa à Ucrânia, que, segundo Putin, teriam como motivo a "desnazificação e desmilitarização" do país.

Finalmente, Aleksei Miranchuk, futebolista da seleção russa e dos italianos da Atalanta, terá abraçado o colega de equipa ucraniano Ruslan Malinovskyi nos balneários, após tê-lo também apoiado quando este mostrou uma mensagem anti-guerra durante um jogo. O treinador do clube de Bérgamo, Gian Piero Gasperini, elogiou a amizade entre os dois, afirmando: "Estamos próximos do Miranchuk, é uma amizade extraordinária que ele e o Malinovskyi têm e ele está quase envergonhado por esta situação. As pessoas são mais importantes que bandeiras e fronteiras, ele é um bom rapaz e merece também respeito."

Miranchuk, Malinovskyi, guerra, rússia, ucrânia
Miranchuk, Malinovskyi, guerra, rússia, ucrânia Foto: Getty Images

AQUELES A QUEM APONTARAM O DEDO

Existem também exemplos de personalidades russas cujas declarações foram interpretadas por muitos como insuficientes perante a gravidade das ações de Vladimir Putin. Alex Ovechkin, figura da equipa de hóquei no gelo norte-americana Washington Capitals, que já apoiou o líder russo no passado, disse: "Espero que não haja mais guerra. [Putin] é o meu presidente, mas eu não estou na política, espero que tudo termine em breve, é uma situação difícil para ambos os lados. É uma situação difícil, eu tenho família na Rússia", afirmou numa conferência de imprensa no dia 25 de fevereiro. Posteriormente, os Capitals condenariam a invasão russa à Ucrânia e mostraram apoio aos seus jogadores russos, quatro no total, reconhecendo que estão a ser colocados numa situação complicada.

Por outro lado, o tenista Daniil Medvedev, atualmente o número 1 do ranking ATP, está atualmente a ver a sua atuação no prestigioso torneio de Wimbledon em risco, caso não se oponha publicamente a Vladimir Putin, após declarações do ministro do Desporto do Reino Unido, Nigel Huddleston. Por oposição, Andrey Rublev foi dos primeiros famosos russos a reagir escrevendo "Não à guerra, por favor", numa câmara durante um torneio nos Emirados Árabes Unidos.

Já Nina Kraviz, um dos maiores nomes da música eletrónica mundial, que já atuou por diversas vezes em Portugal – a última das quais em outubro passado, estando ainda no cartaz do festival Neopop, em Viana do Castelo, em agosto – foi muito criticada por colegas da indústria, após ter somente colocado um vídeo no Instagram com a palavra ‘Paz’, como por exemplo pelo inglês Dave Clarke, que a acusou de ser pro-Putin e de ter atuado para oligarcas russos durante a pandemia. Por outro lado, a ucraniana Nastia, frequentemente comparada à russa pelo percurso semelhante que trilharam e pela relação próxima que chegaram a ter no início da década passada, exclamou: "Só queres saber de ti, querida. Sabemos que estás a tentar muito ser a melhor atriz na nossa cena, mas ninguém acredita. És ridícula" – curiosamente, ambas atuariam no mesmo festival nos Estados Unidos, o CRSSD Fest, no início de março.

Por fim, Khabib Nurmagomedov, lutador de MMA por quem Putin nutre uma confessa admiração e com quem já se reuniu por múltiplas ocasiões, não fez qualquer declaração em relação à invasão à Ucrânia até à data de escrita deste texto.

E AS ESTRELAS DENTRO DA RÚSSIA?

No que toca às estrelas russas que exerciam a sua atividade dentro das fronteiras da Rússia, contudo, a situação é bastante distinta. Aqueles que abandonaram a Rússia após a invasão à Ucrânia são considerados traidores por comunidades russas pró-guerra.

Um site autodenominado de ‘Comité para a Proteção dos Interesses Nacionais’, que se caracteriza como uma "força patriótica da Rússia" listou todos aqueles que considerou "traidores": uma lista de 600 indivíduos ligados à comunicação social russa que foram "cobardes e fugitivos", assim como várias outras, entre atores e músicos, que se pronunciaram contra a invasão russa. O tabloide russo Komsomolskaya Pravda "denunciou" da mesma forma as "estrelas que saíram da Rússia", como o jornalista Yury Dud, a política e atriz Ksenia Sobchak ou o crítico de cinema Anton Dolin, que fugiu da Rússia após ser alvo de ameaças de morte por parte de nacionalistas locais.

É indubitavelmente uma situação delicada para as personalidades russas neste momento, pressionadas a tomar uma posição, ainda que, no caso de muitas, não tenham qualquer relação com Putin. Identicamente para estes o desfecho mais benéfico seria o final do conflito armado, esperado, de forma idêntica, por muitos pelo mundo fora.

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