George Clooney e Julia Roberts são nomes incontornáveis da era moderna de Hollywood: ambos são responsáveis por um vasto leque de títulos reconhecíveis do cinema norte-americano nas últimas décadas, quer a solo, desde ‘Um Sonho de Mulher’ (‘Pretty Woman’) até ‘Aberto até de Madrugada’, quer mesmo em conjunto, como é exemplo ‘Ocean’s Eleven – Façam as Vossas Apostas.’
Agora, preparam-se para uma reunião no grande ecrã através da comédia romântica ‘Ticket to Paradise’, com estreia agendada para o próximo mês de outubro. A longa-metragem realizada por Ol Parker, que já havia sido responsável pela sequela de ‘Mamma Mia’, conta a história de um casal divorciado que pretende sabotar o casamento da filha em Bali.
Apesar de ser apenas o quarto filme que conta com os dois em simultâneo no elenco, as ligações entre Clooney, de 61 anos, e Roberts, de 54, não se ficam por aqui, tendo já coincidido em vários outros projetos e sendo próximos amigos de longa data – desde que se conheceram, há mais de duas décadas.
O INÍCIO DE UMA BELA AMIZADE
Foi em ‘Ocean's Eleven - Façam as Vossas Apostas’, de 2001, que George Clooney e Julia Roberts contracenaram pela primeira ocasião: "Conhecemo-nos no ‘Ocean’s’, nunca nos tínhamos conhecido antes, as pessoas simplesmente pensavam que sim", referiu Clooney à ‘People’, em 2016. Contudo, foi o próprio um dos responsáveis pela "convocatória" da atriz: "Eu não a conhecia e ela estava a ganhar 20 milhões de dólares por filme. Falei com o Brad Pitt e com o Matt Damon e queríamos a Julia. Por isso, pus uma nota de 20 dólares num guião e enviei-lhe, disse ‘Ouvi dizer que agora ganhas 20 por filme’", afirmou à ‘GQ.’
No filme de sucesso de Steven Soderbergh, o ator interpreta Danny Ocean, o cérebro do golpe – um papel que pertenceu a Frank Sinatra em 1960 – enquanto Roberts é a sua ex-mulher Tess. Daí nasceu uma amizade que nunca quebrou: "Ela ficou na minha casa de Itália quando estava grávida [dos gémeos Hazel e Phinneus, em 2004]. Depois, levou aqueles monstrinhos a minha casa quando já eram seres humanos reais e divertimo-nos imenso com eles", completou.
Efetivamente, voltariam a reunir-se na estreia de Clooney como realizador, ‘Confissões de uma Mente Perigosa’, em 2002, e dois anos depois para ‘Ocean’s Twelve’, onde Julia Roberts foi, acidentalmente, alvo de uma ‘partida’ do colega: "Estava grávida e eles tratavam-me como se fosse de porcelana. Quando cheguei ao hotel em Roma, abri a minha mala de viagem e estava lá uma estátua pesadíssima gigante de bronze na mala! Quase comecei a chorar, pensei como é que me poderiam estar a fazer aquilo. Depois percebi que o George pensava que era a mala do Brad Pitt e eu retaliei antes de saber a verdade", disse à Sirius XM, em 2017.
ELOGIOS MÚTUOS ENTRE "FAMÍLIA"
Nos anos seguintes a ‘Ocean’s Twelve’, foram vistos juntos por várias vezes em eventos, nunca escondendo a forte amizade que nutrem um pelo outro. Aliás, nem só pelo outro, mas também pelos seus parceiros: "Eu e o Danny somos grandes amigos e gostamos muito um do outro. É divertido porque é como uma família", disse Clooney sobre Danny Moder, marido de Julia Roberts, com esta a ter também afirmado que Amal Clooney "entrou" na sua vida e que é "uma influência, de uma boa forma" no ator. Já Amal Clooney não parece ter sempre levado a bem esta proximidade entre o marido e Julia Roberts, mas aí chegaremos atempadamente.
George e Julia voltariam a estar novamente unidos por um projeto cinematográfico em 2013, quando o primeiro produziu ‘Um Quente Agosto’, que valeu à atriz uma nomeação nos Óscares, e, depois de novo, quando ambos protagonizaram ‘Money Monster’, filme de 2016 realizado por Jodie Foster, que fez relativo sucesso nas bilheteiras e no qual, como nos velhos tempos, Clooney ajudou a convencer a amiga a entrar.
De facto, em 2013, Julia Roberts não se coibiu de se desmanchar em elogios ao colega de profissão ao apresentá-lo nos prémios BAFTA Los Angeles: "Estou muito honrada por estar aqui esta noite. Há duas razões óbvias para me terem escolhia: uma, o Brad Pitt estava fora da cidade, duas, o Matt Damon estava na cidade mas não podia vir. Considero o George um amigo, trabalhámos juntos e estivemos lado a lado em filmes. Ele é o meu produtor e o meu realizador, e em tudo isso é incomensuravelmente dotado. É bonito, é talentoso, é um humanitário exemplar e faz partidas como ninguém."
O ator não se fez rogado e retribuiu: "Tem sido um prazer ver a mulher em que te tens tornado. É muito difícil para mim só ser simpático porque ela me vai me chatear depois. É uma mulher incrível, uma esposa extraordinária, e uma amiga muito, muito boa. É uma honra tê-la aqui", afirmou bem-humorado o ator natural do estado do Kentucky.
CIÚMES NO PARAÍSO?
Desde então, muita coisa mudou na carreira do duo. Entre ‘Money Monster’ e a data de hoje, George Clooney apenas surgiu em dois projetos, ambos para plataformas de streaming: ‘O Céu da Meia-Noite’, que realizou e protagonizou para a Netflix em 2020, e ‘The Tender Bar’, igualmente realizado por si para a Amazon, no ano seguinte. Já Julia Roberts dividiu-se entre alguns filmes de menor dimensão e duas minisséries para as supramencionadas plataformas, nomeadamente ‘Gaslit’, lançada já este ano, sobre o escândalo de Watergate.
O que não se alterou foi a amizade entre os dois atores que voltaram a surgir juntos num episódio do talk show de Jimmy Kimmel, no final do ano transato, em que Julia Roberts ‘invadiu’ silenciosamente a entrevista que estava a ser conduzida a George Clooney.
Agora, as atenções estão concentradas neste novo ‘Ticket to Paradise’,
As coisas parecem ter, no entanto, corrido pelo melhor, com tudo pronto para a chegada do filme às salas de cinema no dia 21 de outubro deste ano. Prevê-se, claro, que haja mais manifestações desta cumplicidade entre duas das maiores estrelas cinematográficas do nosso tempo durante a pletora de incontornáveis atividades de promoção de ‘Ticket to Paradise.’ "Que alívio não sermos só 'amigos de Hollywood'", disse numa ocasião Julia Roberts, com o par a provar que, entre amigos, não é obrigatório que os negócios fiquem à parte.
