
A conhecida relações públicas do Porto voltou a subir ao altar e trocar juras de amor. O sorriso rasgado e o brilho especial no olhar denunciam o estado de felicidade que está a viver ao lado de Belmiro Costa, o homem por quem se apaixonou e quem a levou a acreditar, uma vez mais, que valia a pena voltar a trocar alianças. Está tão certa de que este amor será para sempre que até organizou duas cerimónias de casamento. Uma numa magnífica quinta na região do Douro, outra em Marraquexe, em Marrocos, num verdadeiro cenário das ‘Mil e Uma Noites’.
Cláudia Jacques falou em exclusivo à FLASH! sobre os seus seis casamentos e, claro, sobre o amor. A força motora que tem guiado a sua vida e do qual não abdicará. Por nada, nem por ninguém.
Seis casamentos são a prova de que é uma mulher que acredita no amor?
É a prova de que nunca desisti de ser feliz e de viver a minha vida por inteiro e intensamente. Se uma relação, duas ou três, não funcionar, não significa que isso tenha que ser assim para o resto da vida. O que é preciso é encontrar a pessoa certa e, isso, não é fácil, admito.
Mas todos os seus outros maridos foram, certamente, as pessoas certas em determinados períodos da sua vida…
Sem dúvida. Mas o facto de uma pessoa ser importante para nós em determinado período da nossa vida e chegarmos a um ponto de saturação e acharmos que já não faz sentido estarmos juntos, prefiro saber parar do que manter uma relação que já deixou de nos fazer feliz e de nos acrescentar.
Nunca manteve nenhuma relação pelas filhas, por exemplo?
Nunca! Isso não faz qualquer sentido. Posso garantir que nunca me mantive casada por aquilo que as pessoas poderiam dizer, por questões financeiras, ou seja, para manter o conforto económico, nem mesmo pelas minhas filhas. Sempre valorizei estar bem e feliz, estar com alguém com quem me identifico, ter uma comunhão de vontades e de gostos, do que estar numa relação em esforço.
No início de uma relação nunca se está em esforço?
Depende, mas na grande maioria das vezes não. No início, ambos estão muitos disponíveis para se adaptarem e para fazer alguns pequenos sacrifícios. Só a convivência diária é que mostra e revela que um dos dois está em esforço para agradar o outro e, isso, não é bom.
"Nunca me mantive casada por questões financeiras"
A Cláudia nunca pensou duas vezes antes de terminar um casamento, até pelo tal conforto económico que é, quer se queira quer não, um fator determinante?
Nunca. Posso até dizer que já passei por momentos muito complicados na minha vida. Recordo, por exemplo, na minha terceira separação, tinha as minhas duas filhas ainda muito pequeninas, a Carolina com dois anos e a Mafalda apenas só mais quatro. Pior, eu trabalhava com o meu marido na empresa dele. Isto, para dizer que no final daquele casamento, acabei por me ver sem nada. Tinha o meu apartamento, que ainda não estava pronto a habitar, mas estava desempregada.
Não terá sido fácil.
Não foi mesmo. Tive de recomeçar do zero com duas filhas muito pequeninas. Foi muito duro, mesmo! Chorei muito! Desesperei muito, mas nunca parei de lutar por mim, pelas minhas filhas, pela minha vida e pelas minhas coisas. O Pedro [Ribeiro dos Santos], na altura, decidiu separar-se por estar confuso e com dúvidas. Como me tinha prometido que nunca me iria trair e que sentia que estava a ponto de o fazer, achava que era melhor separar-nos. E assim foi. Costumou-me horrores, confesso.
Foi reviver o que já havia acontecido no passado.
Precisamente! Foi refazer uma nova casa, uma nova vida… repito, foi começar do zero. Isto para dizer que já tive vários momentos difíceis e vários recomeços. Há quem possa pensar que já tive seis maridos e que isto é uma leveza, talvez por eu ser uma pessoa que faz de tudo para nunca mostrar os problemas que possa a passar, mas se eu fosse falar de tudo o que já vivi, veriam que nem tudo é um mar de rosas.
Um desses momentos menos bons e que é público, foi o seu casamento com Olivier da Silva Parente e que todos sabemos o desfecho que teve.
Sim. Nesse caso, fui obrigada a sair daquela relação porque me deparei com uma verdade do passado que eu desconhecia por completo. Fui obrigada a tomar uma posição em relação a isso, já que manter aquele casamento representava um risco para mim por vários aspetos. Isto no início é tudo muito bonito e muito romântico, mas depois é preciso perceber que cada desfecho é doloroso, chorei muito e tive que fazer muitos recomeços e adaptar-me a muitas vidas. Não, não foi tudo perfeito.
A Cláudia nunca se arrependeu de nenhum dos seus casamentos e das separações consequentes?
Nunca! Não me arrependo de nada e de nenhum deles. Todos eles tiveram um papel importante na minha vida. A soma de todas estas vivências com eles, fez de mim o que sou hoje, tornei-me uma mulher muito mais forte, muito mais destemida, muito mais independente e muito mais certeira nas minhas vontades.
Volto a insistir: nunca aceitou ter um casamento de fachada?
Não, nunca! Sempre arrisquei tudo pela minha felicidade. Sei que tenho o meu feitio, como cada um tem o seu, mas há uma coisa que tenho a certeza: nunca prevariquei com qualquer um dos meus maridos e nunca fui eu a errar nesse sentido para dar uma machada final à relação. Nunca traí! O que aconteceu foi… Ou eles não se portaram bem comigo, ou havia um passado que eu desconhecia e passei a conhecer, ou estavam com dúvidas.
Mas mesmo perante esses factos, se gostava deles… não lutou por esse amor?
O amor não se pede, o amor não se mendiga. Nunca o fiz e temos que o ter porque alguém o sente por nós. E vou tê-lo as vezes que for preciso na minha vida, mas sempre de uma maneira pura, por inteiro, de uma maneira bonita, saudável e feliz. Se não for assim, não vale a pena.
"Não sou uma mulher marcada, azeda"
Deixou marcas o facto de ter vivido todas estas relações que não deram certo?
Não! Não sou uma mulher marcada, azeda, amarga porque acredito que a vida é feita de contrariedades e de conquistas, de coisas boas e coisas más. Assim, sempre aceitei que temos de viver tudo, mas sem nunca desistir só porque algumas coisas não deram certo.
E por nunca ter desistido, voltou a acreditar que este casamento é a sua felicidade?
Estou convencida, e espero não estar errada, que finalmente encontrei a pessoa certa para mim. Estou a falar do meu marido, do Belmiro.
Neste percurso, alguma vez deixou de acreditar? Alguma vez ficou mais desconfiada?
Acreditei sempre muito, mas antes de encontrar o Belmiro houve uma fase em que passei por algum descrédito, é um facto. Achava que já tinha tido cinco maridos, que já tinha tido alguns namorados e já tinha tido muitas experiências a dois e estava cansada. E cansada porquê? A vida a dois não é fácil!
A Cláudia é feliz sozinha?
Ai… tanto! Sei preencher a minha vida tão bem, tanto pelo trabalho como relações públicas, como pelas muitas amizades que tenho. Tenho sempre com quem ir jantar, com quem ir ao cinema, com quem viajar… Também me sinto plena, mesmo se não tivesse ninguém como namorado ou marido.
Quais são as qualidades do Belmiro para a conseguir tirar dessa plenitude de que fala?
Antes de ele aparecer na minha vida, pus como condição que só me voltaria a envolver com uma pessoa se fosse muito especial e preenchesse os requisitos que hoje sei que são importantes para mim. Amadureci, conheço-me bem, sei a dificuldade que é viver a dois. E depois, sem estar à procura de nada, apareceu o Belmiro que parece que foi feito à minha medida.
Sempre acreditou que um dia ia parecer esse homem, à sua medida?
Nunca andei à procura de nada e nem estava com pressa, pois como já tinha vivido muito e tinha sido amada por muitos homens, isso tinha deixado de ser uma prioridade da minha vida. Mas, na verdade, acho que o meu anjo da guarda me ouviu. Pedia-lhe: ‘Anjo da guarda, queria tanto um homem que já tivesse uma maturidade, que fosse calmo, discreto, que não fumasse, que me aceitasse como eu sou… porque não é fácil encaixar-se no meu estilo de vida, pela minha profissão e por ser uma pessoa de afetos que abraça, que dá beijinhos e que se entrega às pessoas. Reconheço que não é fácil.
E esse homem apareceu…
Apareceu na hora certa, pois já nos íamos cruzando há cerca de quatro anos. Só que, nessa altura, nem o Belmiro fazia sentido na minha vida, nem eu na dele. Acredito que tivemos que viver o que vivemos, para agora nos encontrarmos. Eu também já sou a terceira mulher do Belmiro. Foi experienciando outras coisas para depois saber o que quer da vida e de quem está a seu lado a partilhar a vida. Fazer um caminho a dois é tão mais prazerosa e bonita. Ninguém deve desistir disso… eu não desisti!
As suas filhas sempre aceitaram e compreenderam as suas decisões?
Há sempre só alguém para nós… pode não ser a primeira, a segunda ou a terceira. Isto para dizer que se me tivesse conformado ou com medo o que iriam pensar de mim, ou pela questão financeira ou até pelas minhas filhas, nunca teria dado espaço a que o Belmiro tivesse aparecido na minha vida. E nem nunca seria tão feliz como sou hoje. Foi isto que tive que explicar às minhas filhas. Houve momentos em que elas me atiraram à cara, mas eu sempre lhes disse que quando chegassem à idade adulta e tivessem a vida delas vão perceber tudo. Se a vida nos empurra para algumas coisas, temos de tomar atitudes. E foi sempre isso que fiz. Este é o exemplo que dei às minhas filhas, a verdade! Sempre soube que iria chegar uma altura em que as minhas filhas me iriam entender, portanto nunca abdiquei de viver a minha vida
Alguma foi atrás de um amor?
Nesse aspeto considero que sou uma abençoada, mal-habituada ou bem-habituada, já que foi o amor que veio sempre ter comigo. Tive sempre essa sorte. Nunca andei atrás de um homem, eles é que andaram sempre atrás de mim. Mas claro que correspondia quando via que havia compatibilidades. Quando olho para trás, só tenho boas recordações. Não tenho ódio nem rancor de nenhum deles. As coisas que aconteceram tiveram o seu propósito. Quem passa pela nossa vida leva algo de nós e deixa ficar algo de si.
Como define o amor, Cláudia?
O amor tem de ser uma coisa simples. Ser feliz é simples e o amor tem de ser encontrado naquela pessoa que encaixa em nós sem esforço. Tem de ser simples e não pode ser complicado. Amar só pode ser fácil. O amor anda de mão dada com a felicidade.