
Charlene de Mónaco reapareceu, enfim, num ato público. Ao lado do marido, o príncipe Alberto II, e dos filhos, os gémeos Jacques e Gabriella, a sul-africana voltou a mostrar-se como sempre: melancólica e triste. Nem as notícias de que já está completamente restabelecida afastam o que é por demais evidente: a sul-africana continua a não ser uma mulher feliz, mesmo depois de ter voltado a "casa" e estar junto da família. Uma especialista analisou, entretanto, a linguagem corporal da princesa e chegou à conclusão de que a antiga atleta olímpica está "emocionalmente isolada do príncipe Alberto". A pergunta que falta fazer é se Charlene está "emocionalmente isolada" apenas do marido? Não será que esse sentimento não aplica também a tudo o que a rodeia no pequeno principado? O que faz a princesa a permanecer onde não se sente feliz? Onde nunca sentiu aquele país como seu? Tantas questões às quais a Casa Real do Mónaco insiste em não dar respostas convincentes. Além disso, a ausência de explicações concretas só contribui para que os rumores se adensem e não parem de circular e ganhar força.
Completa-se agora um ano sobre a viagem da mulher de Alberto II à África do Sul para dar o rosto por uma campanha de alerta para o perigo da extinção de rinocerontes devido à caça furtiva. Oficialmente, Charlene estaria ausente do principado apenas durante 10 dias, mas a realidade acabou por ser bem diferente. A princesa acabou por ficar longos meses no seu país e junto da sua família de origem. A explicação que foi dada – mas que continua a não convencer os mais céticos – é de que a antiga nadadora olímpica teria contraído uma doença do foro otorrinolaringológico que a impedia de viajar de avião. Enquanto Charlene se mantinha na África do Sul, Alberto ocupava-se da regência do principado e da educação dos dois filhos. Um afastamento que terá deixado marcas em toda a família, pois segundo a especialista em linguagem corporal que analisou à lupa as imagens da primeira aparição pública após a sua longa ausência, veio reforçar nas páginas do ‘Dailymail’ aquilo que o povo já diz em surdina há tanto tempo: Alberto e Charlene são a imagem de um casal que mantém a distância um do outro. Judi James, assim se chama a especialista britânica, esclarece ainda que a expressão "pensativa" de Charlene a faz parecer "isolada" do resto da família. Ela é a única que não se mostra satisfeita por estar ali a assistir à prova do campeonato de Fórmula E que se realizou no passado sábado, dia 30 de abril, em Monte Carlo.
UMA SOLIDÃO...ACOMPANHADA
"Charlene parece emocionalmente isolada, com uma expressão muito triste e um olhar pensativo", explicou Judi James. Nas fotos tiradas no evento, Charlene está atrás de sua filha Gabriella, com a mão apoiada no peito da menina de 7 anos. A sua aliança de casamento está bem visível. Tal posição sugere que Charlene quer "proteger e tranquilizar Gabriella, ao mesmo tempo em que enfatiza seu papel de esposa amorosa com sua aliança". Ainda assim, a especialista não deixou de realçar a pouca interação entre o príncipe Alberto e a mulher. Sinais que acabam por dar força aos rumores que já circulam há bastante tempo e que a Casa Real nunca conseguiu erradicar: o casamento real atravessa uma séria e grave crise. "A sua única comunicação verbal [e não verbal] parece ser apenas com a filha. Charlene não fez um único contacto visual com o marido ou sequer com o público", explicou Judi James.
A especialista vai ainda mais longe na apreciação que fez para o ‘Dailymail’. Aponta para um outro aspeto: além da postura, o sorriso da princesa reflete uma tristeza sem fim.. "Não se pode chamar de sorriso, não chega sequer aos olhos, enquanto um sorriso genuíno começa na expressão do olhar", observou a especialista, acrescentando que "o movimento da boca sugere que a princesa enfrenta um conflito interno, tentando sorrir ou achando que deveria aparecer sorrindo, mas falhando na tarefa". O ar pensativo de Charlene contrasta, por sua vez, com o comportamento do marido: "Alberto parece otimista. Acena para a assistência e exibe um sorriso aberto". Por fim, Judi James chama a atenção para a roupa de Charlene. A escolha reflete, segundo a análise da especialista, o desejo de parecer forte. "A opção das calças cor de carvão e uma jaqueta com ombros acolchoados sugere que ela está pronta para projetar uma sensação de força e confiança", opinou.
A LIBERDADE EM TROCA DOS FILHOS
Mas qual a razão para esta atitude de Charlene que supostamente já está completamente restabelecida após um internamento de meses numa clínica na Suíça para recuperar de um "estado de fadiga geral profunda"? A recuperação da ex-nadadora olímpica não poderia ter corrido melhor, segundo esclareceu a Casa Real do Mónaco. Ainda assim, nada mudou no semblante da princesa. A sua tristeza é tema de conversa em todo o principado e no mundo inteiro, mas os monegascos são quem menos compreendem a atitude distante da mulher de Alberto II. Consideram que ela tem tudo e que não há razão para tanta insatisfação. São da opinião que, sendo ela uma privilegiada, só deveria ser grata e aproveitar o estatuto que tem.
Mas tudo indica que para Charlene há coisas mais importantes que o estatuto de pertencer à realeza e de ter possibilidades de levar uma vida de luxo. O seu maior desejo seria poder regressar ao seu país, para junto dos seus e esquecer o Mónaco. Então, o que a impede de seguir o coração? Ao que parece, os impedimentos são demasiados castigadores para a princesa e isso deve-se às cláusulas que aceitou assinar antes de casar com o príncipe regente do Mónaco. Do acordo pré-nupcial constará que a sul-africana perde o direito de estar com os filhos em caso de divórcio. Isto significa que, caso decida deixar o Mónaco, terá de deixar Jacques e Gabriella para trás. Em caso algum seria concedida a autorização das duas crianças acompanharem a mãe.
Diz-se que Alberto até aceitaria o divórcio, desde que a mulher continuassse a viver no Mónaco. Hoje em dia, o divórcio já não é uma vergonha entre a realeza. Há exemplos nas mais variadas casas reais, com a Inglaterra a encabeçar a lista através de divórcio do príncipe Carlos (herdeiro do trono) e da princesa Diana. Inclusivamente no Mónaco, a irmã de Alberto, a princesa Carolina, também passou por um divórcio. Assim, este não seria o maior obstáculo à liberdade da sul-africana, mas sim a sua vontade de abandonar o país e levar consigo as duas crianças. Isso sim, nunca lhe será autorizado.
Portanto, a mulher de Alberto II só tem três hipóteses. Primeira: permanecer casada, mas levar uma vida separada do marido (como tem acontecido até aqui) e continuar a usufruir de todas as mordomias inerentes ao seu estatuto. Segunda: Divorciar-se, perder regalias, mas continuar a viver no Mónaco para ter os seus filhos por perto. Terceira e última: divorciar-se, deixar o principado, que ela tanto odeia, e perder o contacto frequente com Jacques e Gabriella. Com as cartas todas em cima da mesa, cabe à princesa fazer a sua escolha, mas resta saber se ela estará em condições de decidir seja o que for, tal o seu estado psicológico.