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A grande surpresa: José Cid e Tozé Brito reinventam-se em nova vida e novo projeto "do caraças!"

Têm 70 e 79 anos e dizem com um brilho nos olhos que têm "mais sonhos do que memórias". E que essa é a razão pela qual não se sentem "velhos". Em 2022 eles vão dar que falar. Vão lançar o disco 'Tozé Cid' e querem fazer muitos concertos. Acústicos. Calminhos. E com muitas músicas censuradas do tempo do saudoso e pioneiro Quarteto 1111, mas também com temas "alternativos" e "caóticos", promete Cid e assegura Brito.
João Bénard Garcia
João Bénard Garcia
23 de setembro de 2021 às 23:15
Tozé Brito
Tozé Brito
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
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Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito
Tozé Brito
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Tozé Brito
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
Tozé Brito, José Cid
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Tozé Brito, José Cid, José Jorge Letria
Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito, José Cid
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Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito
Tozé Brito
Tozé Brito
Tozé Brito, José Cid, Quarteto 1111
Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito, José Cid, José Jorge Letria
Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito, José Cid
Tozé Brito, José Cid

Tozé Brito, 70 anos. José Cid, 79. Dispensam muitas apresentações porque são dois dos maiores vultos da música Pop portuguesa. Autores e intérpretes dos maiores êxitos musicais da canção portuguesa dos últimos 50 anos. Ah, e têm uma vantagem: são grandes amigos. Mesmo! Daqueles para toda a vida. Tanto que, em 2022, vão lançar um álbum conjunto, chamado 'Tozé Cid', com músicas censuradas do tempo do Quarteto 1111 e muitas que têm composto em conjunto aos longo de décadas. Mas já lá iremos...

Tozé Brito dá o mote quando lhe perguntamos se cantar e trabalhar com José Cid é mesmo uma grande loucura. "É pá, prepara-te para qualquer surpresa. Somos dois seres inquietados, desassossegados, mas temos uma coisa fundamental: Há um respeito enorme entre nós. Tenho uma admiração e um respeito enorme por ele, independentemente de muitas vezes discordarmos. O Zé é um irmão mais velho para mim", confessa o mentor discográfico de algumas das maiores bandas do final do século XX português.

OS SEGREDO DA AMIZADE

Mas discutem muito? Insistimos. Tozé reconhece: "Discutimos. Conversamos muito. Ele é um tipo de ideias fixas: 'É assim! É por aqui! Eu é que sei!'. E com ele já percebi que não adianta contrariar logo as ideias quando as tem. Deixo passar um tempo e depois falamos. Sei que o que disse é quase tudo perfeito, mas há aqueles quase 20% que podem ser melhorados ou modificados. Esse tem sido o segredo da nossa relação: respeito, amizade e admiração mútua."

Mas há mais. O amigo do intérprete do tema 'Nasci para a Música' tece-lhe um elogio como poucos: "O Zé é dos compositores mais geniais em Portugal. O Zé vai para cima de um palco e faz uma coisa que só mais um ou dois poderão aspirar a fazer, que é estar duas horas e meia em cima de um palco e toda a gente cantar as músicas dele".

CID, O MANO OUSADO DE TOZÉ

José sorri e reconhece. "É pá, é verdade. Sou o único gajo de quase 80 anos em Portugal a aguentar quase duas horas e meia de concerto a berrar", dispara com uma gargalhada sentida... e sonora.

Quando lhe perguntamos o que o cantor ribatejano sente por Tozé Brito, que se assumiu nesta conversa como sendo o seu "irmão" mais novo, Cid reage: "Sou mais jovem do que o Tozé em ousadia. O Tozé é muito politicamente correto e faz ele bem. Quanto muito sou o mano mais velho rebelde", corrige.

Já em termos musicais a coisa pia mais fino: "Para além da nossa amizade, o Tozé recuperou muito bem a voz recentemente porque deixou de fumar. A vozinha dele veio-lhe outra vez ao de cima e está a cantar melhor do que nunca. E quando canta comigo canta sempre melhor", jura o cantautor.

Quanto à amizade profunda e bonita que nutrem um pelo outro, há uma explicação: "Foi tudo tão marcante nas nossas vidas que era impossível dizermos que não estaríamos juntos até ao fim". "Esta aventura musical que atravessámos na Pop... Fizemos juntos ou em paralelo da melhor pop que havia no mundo", garante.

NOVO ÁLBUM "DO CARAÇAS"

José Cid avança que têm um novo disco "praticamente todo gravado" e que "isto é feito com muitas músicas censuradas no Quarteto 1111. Outra é a última música que o Jay-Z usou no álbum 'The 40/40 Club', há um poema de Gil Vicente, o 'Pigmentação' e um tema simplesmente caótico que se chama 'Lisboa 3000', que conta a história do desembarque no Tejo habitantes de Mercúrio. O nosso álbum é lindo de morrer. Ouçam porque é do caraças", desafia, sublinhando: "Na nossa idade as coisas ou são boas ou não são. Não estamos em posição de fazer umas coisinhas".

Tozé Brito garante, entusiasmado, que do álbum 'Tozé Cid' já está tudo gravado. "O disco são canções muito antigas. Quase todas. Fomos buscar as canções proibidas do Quarteto 1111, com uma nova roupagem e também canções que escrevemos juntos ou uma outra minha e outra dele, mas que cantamos juntos. Não é um disco de originais, é tudo antigo. Repescámos canções dos lados B, que as pessoas pouco ouviram porque algumas são muito boas. O disco é muito simples. Tem muito acústico, mas também tem bastantes teclados sintetizados e órgão. Uma componente muito anos 60 e 70. A grande ênfase está nas vozes, as vozes estão cá à frente. Trabalhámos bem as vozes para se perceber"

MAIS SONHOS QUE MEMÓRIAS

Questionado sobre a sua enorme capacidade de encaixar coisas novas e ideias novas, Tozé Brito responde a sorrir: "Ó pá, eu quero mais é ouvir coisas novas. Das velhas estou eu cheio. Costumo dizer que enquanto eu tiver mais sonhos do que memórias não sou velho. E é o que acontece: Tenho muitas memórias, mas se quiseres fazer uma entrevista sobre os meus sonhos, vamos ficar aqui 24 horas a conversar". Fica para breve Tozé!

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