
Foi como que um mau augúrio a avisar que mais valia estarem sossegados. Corria o ano de 2001 quando Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho se preparavam para subir ao altar. Eram, então, o chamado casal do momento. Ele era Ministro da Cultura e tinha-se perdido de amores por ela, que mais não era do que uma das apresentadoras mais populares da televisão. Tinham-se conhecido em 1999 quando Bárbara foi ao gabinete de Carrilho pedir um subsídio para um programa que apresentava. Conta-se que o amor foi fulminante e que passado uns dias, a estrela da SIC estava a receber um ramo de flores em casa e um convite para jantar. Meses mais tarde, os 'desfiles' de mãos dadas quer por cenários políticos quer por outros tão idílicos como Paris mostravam que os dois estavam tão apaixonados que nada poderia pôr travão a este amor. Mas a verdade é que cedo iriam perceber que estavam enganados.
Foi três dias antes do casamento que chegou o primeiro travo amargo. Afinal, os dois só podiam trocar juras de amor eterno para a fotografia porque a apresentadora estava oficialmente ligada a um outro homem, Pedro Miguel Ramos, com quem se tinha casado anos antes em Punta Cana. Em sua defesa, ela disse que achava que o enlace tinha sido só uma coisa a brincar e que não fazia ideia de que estava registado oficialmente, mas a verdade é que a 'brincadeira' obrigou a que tivessem de adiar o casamento, com a apresentadora, alegadamente, a viajar até à República Dominicana para resolver o asssunto. "Três dias antes do nosso casamento ela surpreendeu-me com a notícia de que era casada com o Pedro Miguel Ramos. […] O que ela fez foi agarrar numa amiga e ir direita a Punta Cana", relataria mais tarde Manuel Maria Carrilho para recordar a polémica, que entretanto foi tornada pública pelo jornal 'Tal&Qual', que não se ficou pelo diz que disse: enviou um jornalista à República Dominicana para conseguir uma cópia do registo de casamento. Acontece que alguém já se tinha antecipado e o que encontraram foi uma folha rasgada nos serviços centrais.
"Três dias antes do nosso casamento ela surpreendeu-me com a notícia de que era casada com o Pedro Miguel Ramos. […] O que ela fez foi agarrar numa amiga e ir direita a Punta Cana", relataria mais tarde Manuel Maria Carrilho para recordar a polémica, que entretanto foi tornada pública pelo jornal 'Tal&Qual', que não se ficou pelo diz que disse: enviou um jornalista à República Dominicana para conseguir uma cópia do registo de casamento. Acontece que alguém já se tinha antecipado e o que encontraram foi uma folha rasgada nos serviços centrais.
A polémica acabou por manchar o casamento de Bárbara e Carrilho, que ficaria diminuído a um beberete, e teve mesmo de ser adiado por causa do escândalo, anunciando que mais problemas poderiam nascer desta relação. Mais tarde, este episódio viria a constar, inclusivamente, do processo de violência doméstica, com Manuel Maria Carrilho a relatar a surpresa e a vergonha que sentiu quando o assunto foi tornado público. Também perante o juiz, uma amiga da apresentadora viria a falar sobre o assunto para afirmar que a estrela não tinha consciência de que o casamento com Pedro Miguel Ramos tinha sido a sério.
Mais tarde, este episódio viria a constar, inclusivamente, do processo de violência doméstica, com Manuel Maria Carrilho a relatar a surpresa e a vergonha que sentiu quando o assunto foi tornado público. Também perante o juiz, uma amiga da apresentadora viria a falar sobre o assunto para afirmar que a estrela não tinha consciência de que o casamento com Pedro Miguel Ramos tinha sido a sério.
A CAMPANHA POR CARRILHO
Bárbara e Carrilho acabariam por se casar, tiveram dois filhos e tudo parecia tão bem que eram a sombra um do outro. Por isso, quando em 2005 o político concorreu à Câmara de Lisboa, a apresentadora não hesitou em apoiar o marido na corrida ao mandato e, num longo vídeo, mostrou-se com o filho Dinis ao colo a incentivar ao voto. "Nós gostaríamos que o Presidente da Câmara de Lisboa fosse o papá, não é Dinis?". A frase fez manchete de jornais e as fotografias apaixonadas dos dois capas de revista, mas mais de uma década depois o casal iria dar início a uma batalha feia na Justiça com a apresentadora a acusar o ainda marido de violência doméstica.
Anos anos, o casamento começava a sua curva descendente. Com Carrilho afastado dos principais cargos políticos e o clima de romance perdido algures lá atrás, acontecem as primeiras cenas que em tribunal Bárbara descreve como de violência doméstica. Garante, então, que o marido lhe controla as chamadas, as mensagens, os emails e que vive em paranoia. E tudo descarrila oficialmente na festa dos 40 anos de Bárbara.
O ex-ministro da Cultura, que sempre detestou este tipo de acontecimentos, é acusado de ter destratado as amigas da mulher e abandonado a festa. E quando, mais tarde, se encontraram em casa, terá brindado Bárbara com algumas frases que esta recordaria em tribunal. "És uma alcoólica", "não vales nada", "estás acabada". Mais tarde, começaria a violência física relatada pela apresentadora, que terá culminado com uma ameaça bem real. "Se me deixas vai haver muito sangue. Mato-te a ti, mato os nossos filhos e a seguir mato-me a mim", terá dito Carrilho.
Foram precisos muitos anos de batalhas judiciais para que Bárbara visse a sua verdade provada e o ex-ministro da Cultura fosse condenado a três anos e nove meses de prisão, numa pena suspensa mediante o pagamento de 40 mil euros à estrela da SIC. É o fim de uma história, que começou mal e acabou ainda pior, com vários feridos e vítimas pelo meio. Para a posteridade ficam um casamento e um divórcio muito atribulados.