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O regresso da "senhora covid": como Marta Temido aceitou voltar, após 'calvário' superado com apoio do marido

Antiga Ministra da Saúde assume desafio das Europeias depois de a vida no Governo quase a ter levado ao limite. Dos tempos em que precisou de andar com segurança e viu a sua vida a abanar, Marta Temido guarda o espírito de resiliência e o apoio em casa de alguém que nunca a deixou cair: o marido, Jorge Simões.
23 de abril de 2024 às 20:47
Marta Temido
Marta Temido

Aos 50 anos de idade, Marta Temido tem pela frente um novo desafio, que não a assusta: é cabeça de lista do PS para as europeias, num passo à frente que não surpreende os mais chegados, que há muito que constataram as novas ambições políticas da ex-ministra da Saúde de António Costa.

Em 2021, passou a ter cartão de militante do Partido Socialista e foi número dois na lista única à concelhia do PS Lisboa. Na Assembleia da República, onde tomou posse como deputada após o fim da sua vida como ministra, não deixou de notar a nova dedicação total ao PS, depois de um período em que precisou de colocar tudo em perspetiva e reerguer-se.

Até porque a sua saída do Governo foi muito mais inglória do que aquilo que esperava. Depois de ter aguentado firme durante toda a pandemia, sendo o rosto mais visível da luta contra a Covid-19 ao lado de António Costa, a morte de uma grávida, após meses de crise nos serviços de obstetrícia, levou à sua demissão, no final do verão de 2022.

Foi um ponto de viragem na vida de Marta Temido, que na altura já levava praticamente quatro anos à frente do Ministério da Saúde. A pausa foi aproveitada ao máximo por Marta Temido para se dedicar ao seu grande apoio, que esteve sempre a seu lado, mesmo quando as polémicas em torno do setor da saúde pareciam impossíveis de controlar, o marido, Jorge Simões.

Junto há vários anos e sem filhos, os dois têm uma relação à prova de polémicas e o companheiro não pensou duas vezes, por exemplo, em deixar a presidência do Conselho Nacional de Saúde quando Marta Temido assumiu a pasta da Saúde para não gerar incompatibilidades.

"É evidente que não é fácil. Somos dois indivíduos, cada um tem o seu percurso, cada um tem o seu espaço profissional, mas neste caso poderia gerar dificuldades de percepção", disse a ex-ministra sobre a decisão do marido em renunciar ao cargo.

AMOR, FAMÍLIA E O RENASCIMENTO

Muita coisa mudou na vida de Marta Temido depois de ter entrado para o Governo, e as mudanças foram tão bruscas que, a dada altura, precisou de começar a andar com segurança. No entanto, tentava prescindir de guarda-costas na maioria dos casos, como acontecia nas férias do Algarve. No auge da fama que a pandemia lhe trouxe, não abdicou dos habituais dias de descanso na Praia Verde, no Algarve, e as fotos em que aparecia de biquíni verde ao lado do marido, de chapéu de palha correram o País.

Marta Temido e o marido, Jorge Simões, no Algarve
Marta Temido e o marido, Jorge Simões, no Algarve Foto: Cofina Media

Sobre a multidão que não tirava o olho de si, a ex-ministra de António Costa garante que foi um aspeto difícil de lidar. "As primeiras férias depois de estar neste lugar foram muito penosas. Eu não sabia que as pessoas iam ficar a olhar para mim. Ficava muito desconfortável", admitiu, adiantando, no entanto, que a maioria das abordagens foi "simpática".

No entanto, houve um apoio que se manteve constante, o do marido, Jorge Simões, ainda que a vida como ministra lhe tenha roubado muito tempo para a vida a dois. "As famílias sofrem muitos com estas nossas vidas, às vezes temos de os pôr um bocadinho de lado por causa das nossas vidas. Mas não posso desistir, seria uma cobardia", admitiu Marta, que não tem filhos.

Com a pasta da Saúde a não lhe deixar quase tempo livre, Marta assume que deixou de fazer o que quer que fosse em casa e que passou a ser o marido a assegurar tudo. "Não há rotina. Cozinhar é completamente impossível porque nos 'dias bons' chego pelas 22h. Tenho muito apoio do meu marido e estou totalmente dispensada das tarefas domésticas até ao fim do surto", disse ao 'Expresso' durante a pandemia.

Quando saiu do Governo, Marta pôde colocar o tempo em família em dia, mas nessa altura já tinha o "bichinho" da política e, quando se falava que a ex-ministra estaria pronta para entrar na corrida à Câmara de Lisboa, surge a notícia de que seria cabeça de lista para as Europeias. É um novo ciclo que começa.

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