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Os incríveis irmãos Markl: dois introvertidos que cresceram juntos e souberam cultivar uma união para a vida

Ela diz que Nuno é o seu "principal cuidador", ele que Ana é um "farol". Com nove anos de diferença, Nuno Markl e Ana souberam sempre manter uma irmandade à prova de tudo, que se assume como o grande reduto seguro dos dois. Em situações limite como aquele que agora o humorista vive, é este um dos amores que o mantém à tona.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
22 de novembro de 2025 às 20:14
Irmãos Markl: união familiar forte após susto de saúde de Nuno
Irmãos Markl: união familiar forte após susto de saúde de Nuno

Ao longo dos últimos dias, o país susteve o fôlego perante a notícia de que Nuno Markl tinha sofrido um AVC, aos 54 anos e, de repente, em vez dos habituais comentários de ódio que, invariavelmente, arrebatam as redes sociais, assistiu-se ao diametralmente oposto: mensagens gentis e publicações com votos de rápidas melhoras, que vieram um pouco de todos os quadrantes: não foram só dos colegas ilustres, mas dos anónimos que, de alguma forma, lhe sentiram a doença quase como a de um familiar e torceram pelo humorista com preces e mãos apontadas ao céu. No meio deste movimento, tornou-se mais visível do que nunca que Nuno é, talvez, das figuras mais unânimes e acarinhadas do momento, o que despertou ainda mais interesse em torno da sua figura.

Sobre a companheira, Teresa Sacramento, sabe-se que tem estado incondicionalmente a seu lado, além dos amigos e da família, sobretudo a irmã, Ana, também figura pública, que este sábado, dia 22 de novembro, quebraria o silêncio sobre o susto de saúde do irmão, nove anos mais velho, mostrando que, entre os dois, lidaram com o assunto da mesma forma que até aqui o fizeram: a falar de música. "A música a ligar-nos desde sempre e para sempre! Mas aquela que temos de escutar com mais atenção é a do nosso corpo, quando nos canta 'tens de parar, pá'. Obrigada por todas as mensagens de apoio", escreveu a autora e criadora de conteúdos na sua conta de Instagram.

Apesar de algumas diferenças, os dois foram sempre muito próximos, desde os tempos em que, miúdos, faziam a vida normal na zona de Benfica, em Lisboa. "Apesar de sermos os dois introvertidos, eu sempre gostei de sair, era um pouco mais rebelde, contestava decisão dos pais por vontade de viver coisas", disse Ana, numa entrevista conjunta dos dois ao podcast 'Geração 70', em que revelaram que cresceram com pais separados, em famílias remediadas da classe média. "Éramos de uma classe média. Tínhamos alguns resquícios, do lado paterno, de alguma opulência, mas depois na prática não havia muito dinheiro, os meus pais eram funcionários públicos", disse Nuno, relatando que o nome Markl vem do avô paterno, que tinha origens austríacas.

Apesar de terem crescido lado a lado, talvez a maior diferença entre os irmãos tenha acontecido durante a adolescência de Ana, quando esta começou a descobrir o lado mais cool da vida, enquanto Nuno já trabalhava na rádio. "O Nuno era mais fechado e entregue ao trabalho", explicou Ana, em algo que o humorista confirma. "Não era um bon-vivant. Saía à noite mas nunca era 100 por cento feliz, pensava: 'quando é que eu posso voltar para casa'. Divertia-me, mas enquanto eles estavam prontos para ficar até de manhã já eu estava a pensar em apanhar um táxi. Sempre me evadi um pouco do mundo real, sempre fui muito nerd."

Irmãos Markl: uma ligação forte desde a infância
Irmãos Markl: uma ligação forte desde a infância

Um lado mais fechado que admite ter herdado do pai, um homem que vivia para o trabalho e que, quando se reformou, acabou por entrar em depressão e sucumbir à doença. "A reforma tem um fantasma porque o nosso pai entrou numa depressão muito grande e todos os problemas de saúde chegaram nessa altura", diz Ana, para admitir que isso teve o efeito oposto em si, que agora pretende viver um pouco mais devagar, tanto que se despediu da Antena 3, onde estava a vários anos para se tornar freelancer e criar os seus próprios conteúdos.

Já Nuno Markl, assume-se incapaz de viver sem trabalho, ainda que a rubrica da Rádio Comercial 'O Homem que Mordeu o Cão' por vezes o atemorize, na mesma medida em que o enche de orgulho. "A dada altura comecei a questionar-me: é só isto que as pessoas esperam de mim? Tenho aquele carimbo, e eu senti isso. Às vezes, podia abrir portas para outras coisas, mas o espírito inicial é: isto é o gajo do 'Homem que Mordeu o Cão'. Continuo a adorar fazer aquilo e aprendi a viver com esse peso", explicou para no final do podcast se declarar à irmã, com quem cresceu e de quem soube sempre manter-se próximo.

"A minha irmã e uma inspiração constante, é um farol que também me indica caminhos. Ela tem uma visão das coisas que é muito necessária na minha existência", enalteceu, enquanto Ana já admitiu que o irmão é o seu "principal cuidador".

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