
Dor, lágrimas, destruição. Centenas de milhares de morte. Um campo de batalha. Não há nada que ultrapasse a mágoa e a crise humanitária que se avizinha depois da invasão da Ucrânia por parte dos russos.
Com as grandes multinacionais a fecharem as lojas na Rússia, são milhares os cidadãos que vão ficando sem emprego, dia após dia. A "nova profissão" e a mais desejada pelas jovens - e que hoje é o meio de sustento de milhares de pessoas por todo o mundo - foi das primeiras a ver o trabalho boicotado: as influencers.
As criadoras de conteúdos digitais ficaram desesperadas quando o governo de Vladimir Putin proibiu o Instagram na Rússa, bem como o Twitter e o Facebook. Nas verdade, todas as suas principais ferramentas de trabalho. E, se para muitos, isto não passa de uma "banalidade", para muitos é o seu ganha pão.
Jovens "lutam" dia a dia para ter mais gostos, maior interação, mais seguidores e captar atenções de marcas que se queiram associar a eles. Vivem de contratos, acordos e publicidade para os quais as redes sociais são a monstra para, algumas vezes, acumularem fortunas. Para muitos são anos, horas agarrados ao telemóvel onde relatam o seu dia a dia, os seus 'looks' e os produtos que usam, dependendo da área que dominam ou as atenções que querem captar.
O DESESPERO DOS INFLUENCERS
Esta medida tomada pelo líder russo, levou vários inflenciadores ao desespero. Por exemplo, Karina Nigay, blogger de Moda, seguida por mais de três milhões de pessoas, acordou com a notícia de que o seu trabalha iria ser interrompido por tempo indeterminado. "Esta é a minha vida, esta é a minha alma. É com isto que tenho acordado e adormecidos nos últimos cinco anos. Este é o meu trabalho. Imaginem serem completamente despedidos do trabalho e não receberem dinheiro nenhum, mas ao mesmo tempo terem despesas com a família, com a vossa equipa, se tiverem, e, de repente, não terem nada para lhes paga", comentou antes do bloqueio.
No seu grito de revolta, justificou que "uma grande parte dos influencers fizeram uma grande aposta e investiu milhões de rublos para promoverem as suas contas". Preocupada com o futuro, a instagramer teme o pior: "O Instagram será desbloqueado algum dia? Não sei."Mas há vários exemplos deste desespero. Olga Buzova, uma estrela da televisão russa com mais de 17 mil seguidores, chorou ao dar conta de como o seu trabalho ficaria comprometido. "Estou a escrever isto a chorar. Espero que nada disto seja verdade."
No seu grito de revolta, justificou que "uma grande parte dos influencers fizeram uma grande aposta e investiu milhões de rublos para promoverem as suas contas". Preocupada com o futuro, a instagramer teme o pior: "O Instagram será desbloqueado algum dia? Não sei."Mas há vários exemplos deste desespero. Olga Buzova, uma estrela da televisão russa com mais de 17 mil seguidores, chorou ao dar conta de como o seu trabalho ficaria comprometido. "Estou a escrever isto a chorar. Espero que nada disto seja verdade."
A ela juntou-se Ksenia Sobchak, com 9 milhões de fãs. "Despeço-me sem longos discursos – estou simplesmente grata a cada um dos nove milhões [de seguidores] e pelo facto da minha página ter sido interessante para vocês, pela minha explosão diária direta, pela comunidade que se formou ao longo dos anos", escreveu num post de despedida, onde aparece vestida de preto, como se de um luto se tratasse.
A ela juntou-se Ksenia Sobchak, com 9 milhões de fãs. "Despeço-me sem longos discursos – estou simplesmente grata a cada um dos nove milhões [de seguidores] e pelo facto da minha página ter sido interessante para vocês, pela minha explosão diária direta, pela comunidade que se formou ao longo dos anos", escreveu num post de despedida, onde aparece vestida de preto, como se de um luto se tratasse.
Mas se pensarmos bem, as influencers não são as únicas a viverem das redes sociais. Atrizes usam as plataformas para dar retorno às marcas que as patrocinam e, com a pandemia, o Instagra, o Facebook e o Twitter, tornou-se a base para muitos negócios. Muitos tiveram que se reinventar e atualmente têm o seu negócio completamente virado para a era digital e para chegarem aos outros sem sequer sairem de casa. NEGÓCIOS EM CRISE
Mas se pensarmos bem, as influencers não são as únicas a viverem das redes sociais. Atrizes usam as plataformas para dar retorno às marcas que as patrocinam e, com a pandemia, o Instagra, o Facebook e o Twitter, tornou-se a base para muitos negócios. Muitos tiveram que se reinventar e atualmente têm o seu negócio completamente virado para a era digital e para chegarem aos outros sem sequer sairem de casa.
NEGÓCIOS EM CRISE
Prova de que as redes sociais não são só um "entretenimento", como muitos as vêem, foi o facto de até organizações que dependem do Instagram para angariar dinheiro para as suas causas, reinvindicaram os seus direitos. "O Instagram não são só fotografias. É também um grande número de empregos e uma oportunidade de nos envolvermos em boas ações", lê-se na página de um abrigo para cães de Moscovo, o 'Husky Help' "uma das ferramentas principais de ajuda aos cães".
COMO "FINTARAM" A LEI E CONTINUAM ONLINE
Putin justificou o bloqueio das redes sociais como uma forma de condenação aos apelos à violência contra a população russa no seguimento da invasão à Ucrânia permitidos nas publicações das plataformas de Mark Zuckerberg.
Mas todos aqueles que dependem das redes sociais para sobreviver não se deixaram ficar. Na Rússia, as pesquisas por serviços VPN, multilplicaram em apenas uma semana. É desta forma que muitas das influencers russas conseguem fugir às medidas extermistas de Putin e continuar a alimentar as suas contas e "pagar" a quem nelas investiu.