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Sexo, polícia, racismo e televisão: a estranha história do cantor que virou concorrente de reality show e agora é acusado de violação... sem provas

Nego do Borel, que já gravou com Anitta e David Carreira, meteu-se na cama com uma concorrente completamente embriagada. Movimentações debaixo do edredão rapidamente se multiplicaram na internet a acusarem o funkeiro de ter abusado sexualmente da colega. A modelo afirma que não tiveram relações, apesar de não se lembrar de episódios dessa noite. E ele acabou expulso sem alegadamente existirem provas. Culpado ou difamado? "Nunca mais vai conseguir limpar a sua imagem", garante Quintino Aires. Onde estão os limites dos reality shows?
Carolina Pinto Ferreira
Carolina Pinto Ferreira
30 de setembro de 2021 às 22:48
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Foi nas primeiras horas de sábado, dia 25, que o escândalo rebentou no Brasil. A revolta tomou conta dos internautas e telespectadores do reality show 'A Fazenda', da TV Record, depois de uma grande festa que tomou conta dos concorrentes do formato. Um serão bem regado a álcool e muita diversão tornou-se um verdadeiro pesadelo televisivo. 

O excesso de álcool levou Dayane Mello a ficar embriagada. Com dificuldade até em manter-se de pé, os colegas ampararam-na até à cama e questionaram-na se queria que o Nego do Borel dormisse ao seu lado. A questão não obteve resposta. Mesmo assim, o funkeiro deitou-se na mesma cama. Minutos depois as movimentações por baixo do edredão levantaram suspeitas de que os dois se estariam a envolver sexualmente. 

Os vídeos multiplicaram-se pela internet. Os internautas não demoraram a acusar o cantor de ter abusado da modelo, que se apresentava vulnerável e sem consciência para tomar decisões. Na conta oficial de Dayane multiplicaram-se as acusações e os pedidos de reação por parte da estação e da produtora. Mais tarde, ouviu-se o depoimento da alegada vítima. 

"Tenho consciência. Dormimos abraçados. A gente não transou, não fizemos nada. Ele não foi em nenhum momento abusivo, nada. Falo do fundo do meu coração. Deitei-me perto dele, dormimos abraçados mas nada aconteceu", disse. Mas, o facto de não se lembrar de vários pormenores desta noite- inclusive de dizer que não podia ir mais longe porque tem uma filha -, fez com que a Record TV tomasse a "decisão jurídica" de expulsar o Nego do Borel do jogo por questões morais. "Qualquer atitude que possa meter em causa a integridade física de um ou mais participantes, pode levar à expulsão", mandam as regras do jogo. 

"Tenho consciência. Dormimos abraçados. A gente não transou, não fizemos nada. Ele não foi em nenhum momento abusivo, nada. Falo do fundo do meu coração. Deitei-me perto dele, dormimos abraçados mas nada aconteceu", disse. Mas, o facto de não se lembrar de vários pormenores desta noite- inclusive de dizer que não podia ir mais longe porque tem uma filha -, fez com que a Record TV tomasse a "decisão jurídica" de expulsar o Nego do Borel do jogo por questões morais. "Qualquer atitude que possa meter em causa a integridade física de um ou mais participantes, pode levar à expulsão", mandam as regras do jogo. 

Muitas foram as versões transcritas nos sites brasileiros. Os familiares de Dayane garantem que no próprio dia se deslocaram até à esquadra para apresentar queixa do sucedido. Ao minuto, lia-se que a família e as entidades competentes já estavam no local para averiguar os factos e, até ao dia de hoje, nunca se percebeu se a polícia esteve dentro da casa d'A Fazenda para apurar a verdade. 

Muitas foram as versões transcritas nos sites brasileiros. Os familiares de Dayane garantem que no próprio dia se deslocaram até à esquadra para apresentar queixa do sucedido. Ao minuto, lia-se que a família e as entidades competentes já estavam no local para averiguar os factos e, até ao dia de hoje, nunca se percebeu se a polícia esteve dentro da casa d'A Fazenda para apurar a verdade. 

Celebridades, políticos e milhões de brasileiros saíram em defesa de Dayane, mas afinal onde pára a verdade? Fora do jogo, o Nego do Borel, um cantor de funk que se tornou conhecido com a música 'Você Partiu meu Coração', ao lado de Anitta, e já chegou a gravar com David Carreira, chora e diz-se inocente mas a Polícia Civil de São Paulo abriu uma investigação contra o cantor por alegadamente, ter forçado sexualmente a modelo. Que linhas podem ter sido pisadas? O psicólogo Quintino Aires examina ao detalhe este caso de polícia do qual o funkeiro "nunca mais se levantará". 

CULPA OU DIFAMAÇÃO?

Numa primeira análise ao acontecimento, Quintino Aires deixa bem claro: "A primeira grande questão é que seja tudo isto verdade ou difamação, esta situação destrói a vida dele. Primeiro profissionalmente e a seguir emocionalmente. A violação é uma coisa muito séria", salienta. 

O psicólogo deixa bem claro que no sexo há um regra que nunca pode ser ultrapassada. "Tudo é permitido desde que as pessoas envolvidas estejam lúcidas e com capacidade cognitiva para dizer que não." E esta afirmação é perentória neste contexto. "Se realmente se envolveram sexualmente e ela está mais bêbeda do que ele, a responsabilidade recairá sempre sob o mais sóbrio e o mais capacitado."

CULPA OU DIFAMAÇÃO?

Numa primeira análise ao acontecimento, Quintino Aires deixa bem claro: "A primeira grande questão é que seja tudo isto verdade ou difamação, esta situação destrói a vida dele. Primeiro profissionalmente e a seguir emocionalmente. A violação é uma coisa muito séria", salienta. 

O psicólogo deixa bem claro que no sexo há um regra que nunca pode ser ultrapassada. "Tudo é permitido desde que as pessoas envolvidas estejam lúcidas e com capacidade cognitiva para dizer que não." E esta afirmação é perentória neste contexto. "Se realmente se envolveram sexualmente e ela está mais bêbeda do que ele, a responsabilidade recairá sempre sob o mais sóbrio e o mais capacitado."

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Não há certezas de que a polícia tenha estado no local para apurar a verdade. Mas esta presença ou ausência podem ser cruciais para a leitura da decisão de expulsar o Nego do Borel do programa. "Os 'reality shows' são uma janela para refletir sobre a vida e a produtora pode definir aquele comportamento inapropriado num programa de televisão e definir a expulsão do concorrente. Agora, se a polícia entrou dentro do programa e vai investigar, é o Estado que está a agir e aí temos que para todos! Se a polícia não interveio faz todo o sentido tirá-lo de jogo. Se entrou e não se esperou por uma sentença final, furou-se uma regra de democria ao condenar-se uma pessoa antes de se ter as provas e o veredicto final."

Apesar da produção ter expulsado o Nego do Borel do formato, os familiares de Dayane não aprovaram a forma como a Record TV fechou o caso e publicaram uma nota de repúdio. 

Não há certezas de que a polícia tenha estado no local para apurar a verdade. Mas esta presença ou ausência podem ser cruciais para a leitura da decisão de expulsar o Nego do Borel do programa. "Os 'reality shows' são uma janela para refletir sobre a vida e a produtora pode definir aquele comportamento inapropriado num programa de televisão e definir a expulsão do concorrente. Agora, se a polícia entrou dentro do programa e vai investigar, é o Estado que está a agir e aí temos que para todos! Se a polícia não interveio faz todo o sentido tirá-lo de jogo. Se entrou e não se esperou por uma sentença final, furou-se uma regra de democria ao condenar-se uma pessoa antes de se ter as provas e o veredicto final."

Apesar da produção ter expulsado o Nego do Borel do formato, os familiares de Dayane não aprovaram a forma como a Record TV fechou o caso e publicaram uma nota de repúdio. 

"A PRODUÇÃO ESTÁ A DIZER QUE ELE É CULPADO"

A leitura feita pelos telespectadores sobre a expulsão do Nego do Borel é que ele é culpado. Em vários sites lê-se que esta tomada de decisão por parte da Record TV só aconteceu por ameaça dos patrocinadores, algo que para Quintino Aires, a ser verdade, é totalmente condenável. "Os patrocinadores não podem ser autores da condenação de uma pessoa que pode ser inocente! Eu sei que este tipo de formatos é muito caro e vive, em parte, do dinheiro de quem os financia, mas se têm este poder, voltámos à Idade Média.", afirma.

"A PRODUÇÃO ESTÁ A DIZER QUE ELE É CULPADO"

A leitura feita pelos telespectadores sobre a expulsão do Nego do Borel é que ele é culpado. Em vários sites lê-se que esta tomada de decisão por parte da Record TV só aconteceu por ameaça dos patrocinadores, algo que para Quintino Aires, a ser verdade, é totalmente condenável. "Os patrocinadores não podem ser autores da condenação de uma pessoa que pode ser inocente! Eu sei que este tipo de formatos é muito caro e vive, em parte, do dinheiro de quem os financia, mas se têm este poder, voltámos à Idade Média.", afirma.

O caso está entregue às autoridades e todos esperam pelo seu desfecho. "Se, porventura, a polícia investigar o que aconteceu e ele for inocente, os patrocinadores e a estação tiveram o poder de destruir alguém. Com a expulsão, a produção está a dizer, de forma subliminar, que ele é culpado."

A DESTRUIÇÃO PARA A VIDA E OS LIMITES DOS REALITY SHOWS

Segundo Quintino Aires, "a condenação moral, da sociedade, é muito mais dura do que propriamente uma detenção. É uma coisa muito dura!" 

Esta não é a primeira vez que o Nego do Borel vê o seu nome envolvido num escândalo sexual. O cantor já tinha sido acusado pela ex-namorada, Duda Reis, do mesmo crime e de agressão. "Nunca mais vai limpar a sua imagem. Ser destruído pela opinião pública é muito mais avassalador. Pode definir o fim da carreira dele e, caso ele seja inocente, por mais horas que se dê de notícias sobre a sua inocência, por muito que os media insistam nessa divulgação, esse "rótulo" nunca mais lhe vai ser tirado."

A DESTRUIÇÃO PARA A VIDA E OS LIMITES DOS REALITY SHOWS

Segundo Quintino Aires, "a condenação moral, da sociedade, é muito mais dura do que propriamente uma detenção. É uma coisa muito dura!" 

Esta não é a primeira vez que o Nego do Borel vê o seu nome envolvido num escândalo sexual. O cantor já tinha sido acusado pela ex-namorada, Duda Reis, do mesmo crime e de agressão. "Nunca mais vai limpar a sua imagem. Ser destruído pela opinião pública é muito mais avassalador. Pode definir o fim da carreira dele e, caso ele seja inocente, por mais horas que se dê de notícias sobre a sua inocência, por muito que os media insistam nessa divulgação, esse "rótulo" nunca mais lhe vai ser tirado."

O psicólogo e antigo comentador do 'Big Brother' chama a atenção para a importância de definir limites neste tipo de formatos e aponta o dedo às estações. "Um reality show não pode amputar a personalidade de uma pessoa. Infelizmente, este limite não está claro em que os produz e nas estações que o transmitem. Há uma maior preocupação naquilo que o programa lhes traz do que propriamente na defesa dos concorrentes. Está na altura de se pensar nas obrigações das produtoras e estar definido o que realmente é ou não permitido."

 

 

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