
A atriz Sofia Alves, de 48 anos, foi, recentemente, a estrela convidada pela Universidade Católica de Lisboa para apresentar no Auditório Cardeal Medeiros a 24.ª edição do livro 'Caminho', a obra principal do bispo Josemaría Escrivá Balaguer, uma espécie de guia espiritual para católicos seguidores e simpatizantes da Opus Dei, que já vendeu mais de 4,5 milhões de exemplares desde que foi escrito, em 1934.
À saída do evento, a 'maléfica' Carlota Espinho, da novela 'A Serra', na SIC, fez questão de frisar que, apesar da sua simpatia pela obra e não obstante o facto de 'Caminho' ter mudado a sua vida, ainda não pediu a admissão à Opus Dei, através de declaração formal, nem é, ainda, supreanumerária da instituição. Celso Cleto, o marido da atriz e encenador teatral, garante à The Mag que a mulher não é seguidora da ordem religiosa mais poderosa do Vaticano: "A Sofia não tem nada contra a Opus Dei, é amiga de pessoas que são membros, mas nunca recebeu nenhum convite ou manifestou qualquer desejo de pertencer à instituição"
"ASSUME-SE" EM EVENTO LIGADO À OPUS DEI
Sofia nunca escondeu publicamente a sua devoção a Fátima e a Deus, mas nunca tinha revelado publicamente a sua simpatia pelos escritos de Josemaría Escrivá, o fundador de uma das ordens mais secretas e enigmáticas da Igreja Católica.
Foi ao lado do Cardeal D. José Tolentino de Mendonça, um inteletual e poeta que é visto nos corredores do Vaticano como sendo um dos putativos sucessores do Papa Francisco I, que Sofia Alves se dirigiu a uma plateia composta, maioritariamente por mulheres e mães, algumas delas figuras públicas conhecidas no meio intelectual e empresarial ligadas à Opus Dei.
De forma pausada e serena, Sofia Alves leu, durante dois minutos, o seu testemunho de como o livro 'Caminho' mudara a sua vida e de como este foi "um choque" para si, que se achava uma cristã católica que andava no bom caminho, ou pelo menos no caminho suficiente de fé.
"Queria partilhar com todos o meu primeiro contacto com o livro Caminho, que tenho a certeza que vai surpreender-vos", introduziu a atriz, avisando logo de seguida o que se passou: "Confesso-me que me assustei logo no prólogo e que fiquei com medo de continuar. Fiquei mesmo muito assustada".
O livro não está mal escrito, nem serve para pregar sustos aos crentes, mas algo desassossegou Sofia: "Porque apesar de achar que estava no caminho correto na minha vida, e eu sabia que estava, depois de ser ali confrontada com tantas coisas senti-me mal. E comecei a ter dúvidas. Fechei o livro e coloquei-o mesmo de lado na prateleira. E durante umas longas horas fui tentando gerir internamente esse choque".
Depois de muito refletir sobre o susto inicial, a atriz decidiu voltar a tirar o livro da prateleira: "Depois pensei: Meu Deus, será que ainda existe tanto a fazer neste meu caminho que ainda não tenha dado conta? E que por isso só hoje este livro se cruza na minha vida?". Parece que sim.
Uma das pesssoas presentes na plateia achou estranha a presença de Sofia Alves, bem como do cardeal D. Tolentino de Mendonça, deixando no ar a ideia de que ambos podiam comungar uma simpatia especial e particular pela Opus Dei, ou as suas presenças significarem uma qualquer filiação. "O D. José Tolentino e a Sofia até parecia que tinham combinado o que disseram, tal foi a forma como ambos se complementaram nos seus discursos. A Sofia Alves relatou a sua experiência pessoal com o livro, desde o seu primeiro impacto de leitura aos ensinamentos, mas a intervenção do senhor cardeal não foi muito diferente", garante a testemunha ocular do evento.
TOLENTINO FEZ REVELAÇÃO SURPREENDENTE NA CATÓLICA
Tolentino de Mendonça terá aceitado apresentar a 24.ª edição da obra principal de D. Josemaría Escribá por motivos familiares. "O senhor cardeal levou a apresentação para um campo muito pessoal, dando um exemplo pessoal que sensibilizou a plateia. O pai do senhor cardeal, nos últimos momentos de vida, agarrou-se muito aos ensinamentos do livro antes de falecer e isso marcou o D. Tolentino, facto que ele descreveu na sua intervenção", relata.