
Aos 36 anos, Cristiano Ronaldo voltou a ter um ano movimentado, digno de uma das maiores estrelas mundiais. Entre os eventos dignos de registo na família e no futebol, pairou também o fantasma de uma luta contra a justiça, devido ao caso Mayorga, no retorno a Inglaterra.
O destaque vai, logicamente, para a notícia de que será pai de dois gémeos. O anúncio foi feito em outubro, com uma imagem do casal sorridente acompanhado das ecografias: "Os nossos corações estão cheios de amor, estamos ansiosos por conhecer-vos", escreveram nas redes sociais.
Mais tarde, revelaram que será composta por um menino e uma menina a dupla que se prevê que irá nascer em abril do próximo ano, e que se irá juntar a Alana Martina, com 4 anos, também ela fruto da relação entre CR7 e Gio, e também aos restantes descendentes do astro luso: Cristianinho, de 11 anos e os gémeos Eva e Mateo, de 4.
O SUCESSO DE GEORGINA E A VEIA EMPRESARIAL
Georgina Rodríguez tem vivido uma era de sucesso a nível profissional, com o apoio de Ronaldo. Depois de ter, em fevereiro, criado a sua própria marca de roupa, ‘Om by G’, anunciou que irá ser a protagonista de uma série documental da Netflix sobre a sua vida, com o nome de ‘Soy Georgina’, com estreia agendada para janeiro. Recentemente, o ‘The Sun’ alegou que a fortuna da espanhola já atingiu o equivalente a 23 milhões de euros.
2021 ficou também marcado para o casal, de forma mais negativa, pela infame polémica da marquise na luxuosa casa comprada por mais de 7 milhões de euros pelo par em Lisboa, junto ao Parque Eduardo VII. Após a obra ter sido revelada, o arquiteto do edifício, José Mateus, revoltou-se, e o projeto foi mesmo considerado ilegal pela Câmara Municipal de Lisboa. Como consequência, o acrescento pedido pelo futebolista acabou mesmo por ser demolido.
Foi igualmente um ano agridoce ao nível dos negócios para Cristiano: a covid-19 obrigou-o a fechar temporariamente alguns dos seus hotéis, assim como o museu e o restaurante da sua mãe, Dolores Aveiro. Por outro lado, abriu uma nova clínica de implantes capilares da sua marca Insparya, em Madrid, e alargou o seu lote de hotéis, com novos espaços na capital espanhola, na Gran Vía, e em Nova Iorque, na Times Square.
Se em 2020 foi Dolores Aveiro a ter um susto quando sofreu um acidente vascular cerebral do qual diz ainda estar a recuperar, este ano foi menos simpático para Katia Aveiro, que foi hospitalizada devido a uma infeção à covid-19, momento no qual não deixou de causar polémica com as suas opiniões sobre o assunto – recorde-se que no ano anterior, Ronaldo foi obrigado a isolar-se por ter testado positivo e esteve envolto em controvérsia por colocar em causa os testes PCR.
A TRANSFERÊNCIA PARA MANCHESTER E O FRACASSO DA SELEÇÃO NACIONAL
Claro que a revista do ano de Cristiano Ronaldo não poderia ficar completa sem uma menção à sua transferência altamente mediática, trocando Turim e a Juventus pelo futebol inglês, mais concretamente, o Manchester United. O rumo do clube italiano não estava a agradar ao avançado português, que até se sagrou o melhor marcador do campeonato italiano, a Serie A, no final da época: a Juventus, que tinha sido por nove vezes campeã italiana, apenas alcançou a qualificação para a Liga dos Campeões na última jornada, terminando em quarto lugar, a 13 pontos do campeão Inter de Milão. Ademais, a campanha na Champions redundou num estrondoso fracasso, com a eliminação às mãos do FC Porto nos oitavos de final da prova.
La reacción de Cristiano Ronaldo en el entretiempo tras ir perdiendo 0-1 con el Porto, cuando tenían que remontar el 2-1 de la ida.
— Leonhart Betancur (@LeonhartBetanc4) November 25, 2021
Este fue su último partido de CR7 por Champions con los binaconeri.
Amazon Prime ha estrenado un documental llamado "Juventus - Todo o nada". pic.twitter.com/RmHOJ1vqMx
A troca de treinadores na ‘vecchia signora’ durante o verão, com a substituição do novato Andrea Pirlo pelo experiente Massimiliano Allegri, acabou por não ter sido o suficiente para convencer o craque, que à primeira jornada já havia pedido para começar no banco, com vista a transferir-se para outro emblema. Assim, depois de no período estival ter sido ligado a vários clubes, entre eles o Paris Saint-Germain, que tinha protagonizado a outra grande contratação do verão ao assinar com Lionel Messi, e o Manchester City, que ficou na luta pelo português até à última hora, na qual CR7 acabou por voltar a um local onde tinha sido feliz: o Manchester United, clube que representara entre 2003 e 2009. A época, até à data, não começou de forma brilhante, já registando o despedimento do treinador Ole Gunnar Solskjaer, trocado pelo alemão Ralf Rangnick, e um atraso de 17 pontos em relação ao líder Manchester City.
Ainda assim, o sonho da Liga dos Campeões mantém-se, por enquanto, vivo. O ano mais infeliz a nível de resultados fez com que o avançado tenha ficado fora do lote de favoritos pela Bola de Ouro, que acabou conquistada pelo arquirrival argentino.
2021 foi, claro, também ano de Europeu de futebol. As expetativas na seleção portuguesa estavam altas, devido à forma de muitos dos jogadores escolhidos por Fernando Santos, mas também aí Ronaldo e a seleção foram incapazes de alcançar o sucesso, com a eliminação nos ‘quartos’ contra a Bélgica. Não obstante a contestação ao selecionador nacional, Fernando Santos manteve-se ao leme da equipa das Quinas que ainda teve tempo de falhar o último objetivo do ano, a qualificação direta para o Campeonato do Mundo do Catar, a realizar-se no inverno de 2022, com o golo não validado na Sérvia, que redundou no famoso momento de raiva de Cristiano, atirando a braçadeira ao chão.
Portugal ficou assim obrigado a ter de vencer o difícil play-off de apuramento, no qual pode ter de defrontar a Itália, se não quiser falhar uma grande competição de seleções pela primeira vez em 24 anos – algo que afeta especialmente Cristiano Ronaldo, dado que poderá ser a sua última oportunidade de lutar por um Mundial.
Nem tudo foi mau, contudo, porque CR7 bateu o recorde que já procurava há muito tempo, tendo-se tornado no melhor marcador de sempre a nível de seleções, agora com 115 golos, ultrapassando o anterior detentor desse registo, o iraniano Ali Daei.
Finalmente, a sua chegada a Inglaterra ficou igualmente marcada pela manifestação por parte de grupos de defensores dos direitos das mulheres daquele país, dada a acusação de violação, feita por parte da norte-americana Kathryn Mayorga contra o futebolista, caso que teve início em 2017 e ainda não teve um fim. Se em junho, um juiz do tribunal do Nevada recomendou o arquivamento do processo, foi noticiado mais tarde, já em dezembro, que os representantes legais de CR7 estariam a tentar obstruir a disponibilização pública dos registos policiais de Las Vegas, caso esse que poderá ter mais desenvolvimentos no próximo ano.