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"Todos vamos ser infetados". A covid veio para ficar. Por isso, quando voltamos à normalidade e tiramos as máscaras? As respostas dos especialistas

Vamos ter que aprender a viver com o vírus. Esta é praticamente a única certeza que temos perante os desenvolvimentos e a mutação do SARS-CoV-2. Mas novas as questões são outras: devemos continuar fechados em casa? Evitar estar com quem gostamos? Levar mais doses da vacina? As opiniões dividem-se mas há especialistas que defendem que está na altura de desconfinar e encarar o "bicho" de frente.
Carolina Pinto Ferreira
Carolina Pinto Ferreira
27 de janeiro de 2022 às 22:12
Milão em quarentena
Milão em quarentena
Rio de Janeiro em quarentena
Rio de Janeiro em quarentena
Madrid em quarentena
Vaticano em quarentena
Vaticano em quarentena
Londres quebra a quarentena
Londres quebra a quarentena
Nova Iorque em quarentena
Nova Iorque em quarentena
Nova Iorque em quarentena
Nova Iorque em quarentena
Xangai começa a sair da quarentena
Xangai começa a sair da quarentena
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Paris em quarentena
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Rio de Janeiro em quarentena
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Londres quebra a quarentena
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Nova Iorque em quarentena
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Xangai começa a sair da quarentena
Xangai começa a sair da quarentena
Xangai começa a sair da quarentena
Paris em quarentena
Paris em quarentena

Quase dois anos depois da chegada do coronavírus a Portugal, os portugueses - e, na verdade, o mundo - continua sem saber como lidar com esta nova normalidade. Já vamos na terceira dose da vacina, o Estado continua a defender e a manter o uso de máscara obrigatório em espaços fechados. Continuamos com medo de abraçar quem amamos, de jantar com amigos e, de certa forma, de viver. Trocámos afetos por encontrões nos cotovelos, brindes por frascos de álcool gel e convívios por videochamadas. 

rua cor de rosa, cais do sodré, lisboa, noite, bares
rua cor de rosa, cais do sodré, lisboa, noite, bares

Se, por um lado, nunca tivemos números tão altos de infetados em Portugal; por outro nunca estivemos tão protegidos como hoje. Então, afinal, o que devemos fazer para enfrentar esta nova variante? O que mudou com a omicron?

As opiniões dividem-se: há quem acredite que temos que continuar a limitar a nossa liberdade e há especialistas que defendem que está na hora de dar "o corpo às balas", porque o vírus veio para ficar

Voltemos uns meses atrás: já em agosto, Pedro Simas, o famosos virologista no Instituto de Medicina Molecular que nos habituámos a ver nas televisões desde início da pandemia, afirmava que estava na altura de arriscar. "Neste momento era muito importante começar a aliviar o uso da máscara e a desconfinar", disse em entrevista à 'The Mag', aqui mesmo, na FLASH!. Porém, esclareceu: "Este vírus não vai desaparecer da nossa vida."

A premissa mantém-se, mas o cientista alerta para o facto das regras terem que mudar, ou seremos para sempre escravos deste vírus que transformou a nossa vida. 

O "rosto" das várias variantes da covid 19
O "rosto" das várias variantes da covid 19 Foto: getty images

ACABAR COM O MEDO 

Para Pedro Simas é simples: o número de novos casos é alto "porque testamos muito". Para o investigador científico esta testagem massiva não tem que ser propriamente boa e tem efeitos na sanidade mental das pessoas e na forma como encaram o vírus. "Esta testagem massiva está quase a criar uma sociedade distópica", disse, esta semana, em entrevista ao 'Jornal da Noite', na SIC.

ACABAR COM O MEDO 

Para Pedro Simas é simples: o número de novos casos é alto "porque testamos muito". Para o investigador científico esta testagem massiva não tem que ser propriamente boa e tem efeitos na sanidade mental das pessoas e na forma como encaram o vírus. "Esta testagem massiva está quase a criar uma sociedade distópica", disse, esta semana, em entrevista ao 'Jornal da Noite', na SIC.

pedro simas, virologista
pedro simas, virologista

Tal como agosto, a opinião de Pedro Simas mantém-se: "O que eu acho, como virologista, é que devemos voltar praticamente à normalidade, já o devíamos ter feito antes. Abrir a sociedade toda, proteger os grupos de risco com as terceiras doses todos os anos – é previsível que façamos da mesma forma que já o fazemos para a gripe. E, nesta fase que é transitória, talvez testar, mas só num contexto hospitalar, eventualmente alguma autogestão das famílias com autotestes. Mas temos de abrir a sociedade."

"Esta testagem massiva está quase a criar uma sociedade distópica"

Pedro Simas, virologista

Depois de referir que há uma grande possibilidade de, daqui para a frente, a vacina anual ser apenas dirigida para os grupos de risco, o cientista afirma que é importante que as pessoas percam o medo de ficar infetadas porque, a longo prazo, vai ser inevitável. Estamos prontos para receber o vírus. "Preparar a sociedade portuguesa e desmitificar o medo de estar infetado com covid-19. Todos vamos ser infetados, vai fazer parte das nossas vidas e ser infetado, neste momento, tem um efeito muito benéfico na construção da imunidade natural e na entrada da verdadeira endemia."

"Esta testagem massiva está quase a criar uma sociedade distópica"

Pedro Simas, virologista

Depois de referir que há uma grande possibilidade de, daqui para a frente, a vacina anual ser apenas dirigida para os grupos de risco, o cientista afirma que é importante que as pessoas percam o medo de ficar infetadas porque, a longo prazo, vai ser inevitável. Estamos prontos para receber o vírus. "Preparar a sociedade portuguesa e desmitificar o medo de estar infetado com covid-19. Todos vamos ser infetados, vai fazer parte das nossas vidas e ser infetado, neste momento, tem um efeito muito benéfico na construção da imunidade natural e na entrada da verdadeira endemia."

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Novas previsões da covid-19 em Portugal apontam números recordes

Sem medos, reforçou que o facto de termos, atualmente, 90% da população vacinada é fulcral para controlar a pandemia e que não nos podemos esquecer que número de internados e de pacientes nos cuidados intensivos "têm estado incrivelmente estáveis. Isso dá-nos uma grande segurança."

SAÚDE OU DINHEIRO? 

Pedro Simas não é o único especialista a falar sobre a necessidade de voltarmos a lutar pela nossa liberdade de volta. Margarida Abreu, médica, especialista em Medicina Geral e Familiar partilhou o seu ponto de vista e vai mais longe: fará sentido continuarmos a testar em massa?  

"Falo da obrigatoriedade da utilização de máscaras em espaços públicos fechados e inclusive na rua, sem que a utilização de máscaras alguma vez tenha dado prova de ter qualquer eficácia na prevenção da transmissão dum vírus respiratório. Basta olhar para o mundo, todo mascarado, e com Covid-19 e outras infeções respiratórias, a grassarem por todo o lado aos milhares e aos milhões", lê-se no seu texto de opinião ao site 'Observador'. 

"Como se tem verificado, os testes não impedem em nada que a doença se espalhe; apenas dão dinheiro a ganhar a muita gente" 

Margarida Abreu, médica de medicina geral e familiar

"Obrigou-se à utilização de testes em larga escala para doentes e saudáveis, para que as pessoas pudessem comprar a sua liberdade", salienta, tirando as suas conclusões: "Como se tem verificado, os testes não impedem em nada que a doença se espalhe; apenas dão dinheiro a ganhar a muita gente."

A Dra. Margarida Abreu vai mais longe e faz uma severa crítica à forma como as vacinas têm sido "impingidas" à população. "Há países que despedem pessoas que não se vacinam para esta doença, países que vão impor sanções aos não vacinados, países que não deixam não vacinados sair de casa. Países que querem coagir e alguns até mesmo obrigar os seus cidadãos a vacinarem-se para uma doença que é hoje equivalente à gripe. Que se cura habitualmente em menos de 7 dias."

SAÚDE OU DINHEIRO? 

Pedro Simas não é o único especialista a falar sobre a necessidade de voltarmos a lutar pela nossa liberdade de volta. Margarida Abreu, médica, especialista em Medicina Geral e Familiar partilhou o seu ponto de vista e vai mais longe: fará sentido continuarmos a testar em massa?  

"Falo da obrigatoriedade da utilização de máscaras em espaços públicos fechados e inclusive na rua, sem que a utilização de máscaras alguma vez tenha dado prova de ter qualquer eficácia na prevenção da transmissão dum vírus respiratório. Basta olhar para o mundo, todo mascarado, e com Covid-19 e outras infeções respiratórias, a grassarem por todo o lado aos milhares e aos milhões", lê-se no seu texto de opinião ao site 'Observador'. 

"Como se tem verificado, os testes não impedem em nada que a doença se espalhe; apenas dão dinheiro a ganhar a muita gente" 

Margarida Abreu, médica de medicina geral e familiar

"Obrigou-se à utilização de testes em larga escala para doentes e saudáveis, para que as pessoas pudessem comprar a sua liberdade", salienta, tirando as suas conclusões: "Como se tem verificado, os testes não impedem em nada que a doença se espalhe; apenas dão dinheiro a ganhar a muita gente."

A Dra. Margarida Abreu vai mais longe e faz uma severa crítica à forma como as vacinas têm sido "impingidas" à população. "Há países que despedem pessoas que não se vacinam para esta doença, países que vão impor sanções aos não vacinados, países que não deixam não vacinados sair de casa. Países que querem coagir e alguns até mesmo obrigar os seus cidadãos a vacinarem-se para uma doença que é hoje equivalente à gripe. Que se cura habitualmente em menos de 7 dias."

A médica fala do aumento de casos diários mas reforça que o número de óbitos desceu bastante, sendo "inferior à mortalidade das épocas mais ligeiras de gripe". E, tal como Pedro Simas, garante que está na altura de perdermos o medo: "Não há nenhum motivo (e a meu ver nunca houve) para se continuar a amedrontar as pessoas e a utilizar estratégias perversas e cruéis de controlo de seres humanos por outros seres humanos. A não ser que os interesses em jogo sejam outros que não o da saúde das populações…"

VÊM AÍ MAIS VARIANTES?

Apesar de tudo, os especialistas não excluem o aparecimento de novas variante do vírus, mas acreditam que o facto de dois milhões de portugueses já terem estado infetados e 90% da população estar vacinada, poderão levar à passagem da pandemia para um endemia.

No entanto, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) chama a atenção para poderem surgir novas mutações, que possam fugir à imunidade criada e, por isso, possam causar uma doença mais grave do que a Ómicron.

"No entanto, a combinação de uma taxa de crescimento mais elevada e fuga imunitária indica que quaisquer características clínicas potencialmente favoráveis da Ómicron em termos de diminuição da gravidade poderiam ser contrariadas, pelo menos em certa medida, por taxas de infeção muito elevadas na comunidade, levando a uma carga adicional substancial para os sistemas de saúde", realça o ECDC.

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Psicologa Joana Amaral Dias filma-se a furar regras de combate ao covid nos restaurantes

JÁ HÁ QUEM VIVA EM LIBERDADE

Dois anos após o aparecimento da Covid, a Dinamarca deixa, finalmente, de a considerar uma doença "crítica". A partir de dia 1 de fevereiro, todas as restrições serão levantadas apesar de, tal como em Portugal, os números de novos infetados continuarem a bater recordes. 

Manifestação anti-vacinação em Copenhaga, Dinamarca, a 9 de janeiro deste ano
Manifestação anti-vacinação em Copenhaga, Dinamarca, a 9 de janeiro deste ano Foto: getty images

Ou seja, a partir do primeiro dia do mês, as máscaras deixam de ser obrigatórias em espaços fechados e deixam de existir as restrições relativas a restaurantes e em toda a vida cultural e social, marcado também pela reabertura de discotecas. 

Mette Frederiksen
Mette Frederiksen

O Governo justifica esta decisão com o facto da variante Ómicron ser menos perigosa e pelo número elevado de imunizados. "Estamos prontos para sair da sombra do coronavírus, despedimo-nos das restrições e saudamos a vida que tínhamos antes. A pandemia continua mas já passámos da fase crítica", disse Mette Frederiksen, primeira-ministra dinamarquesa, numa conferência de imprensa. 

Manifestação anti-vacinação em Copenhaga, Dinamarca, a 9 de janeiro deste ano
Manifestação anti-vacinação em Copenhaga, Dinamarca, a 9 de janeiro deste ano Foto: getty images

Tal como Pedro Simas defende, a primeira-ministra dinamarquesa diz que é importante que as pessoas não se foquem apenas no número de novos casos. "Pode parecer estranho e paradoxal que eliminemos as restrições com níveis atuais de contágio, mas devemos olhar para mais números. Um dos mais importantes é o dos doentes graves e essa curva foi partida."

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