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Volta o glamour e a tradição de Sanremo, o festival da canção italiano que promoveu nomes como Eros Ramazzotti e os Måneskin

Disputa-se este sábado a final daquele que para muitos é o concurso musical mais famoso da Europa e ainda hoje para Itália. Já passaram por lá nomes de calibre internacional, mas agora é também palco para o ativismo.
Afonso Coelho
Afonso Coelho
08 de fevereiro de 2023 às 22:38
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
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Chiara Ferragni
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Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni
Chiara Ferragni

Para aqueles que acompanham o panorama musical europeu, o Festival de Sanremo é uma data permanentemente reservada no calendário. O equivalente italiano ao nosso Festival da Canção é, para lá de um prestigiado concurso musical, um evento que ainda faz parar a população daquele país e reunir famílias em frente ao ecrã, como outrora sucedeu em Portugal - basta notar que a última hora e meia da decisão de 2022 teve um share de 72,1%. As meias-finais da edição deste ano já estão em andamento e a grande final ocorrerá no próximo sábado.

Desde 1951 que a pequena cidade de 55 mil habitantes na costa da Ligúria recebe o festival (inicialmente no Casino de Sanremo e, a partir de 1977, no Teatro Ariston), todos os anos emitido pela RAI, a estação pública italiana. Daqui já saíram premiados muitos dos nomes que se afirmaram na música transalpina, alguns dos quais viraram mesmo estrelas internacionais.

O principal exemplo deu-se quando, em 1984, o jovem Eros Ramazzotti, de 21 anos, conquistou o galardão de melhor tema da categoria dos novatos com ‘Terra Promessa’, tendo vencido dois anos depois o prémio dos Grandes Artistas com o seu ‘Adesso Tu’. O resto, como se diz, é história, e quase quatro décadas depois, o agora veterano romano reuniu 40 mil pessoas na Altice Arena, em Lisboa.

Já em 1964, vinte anos antes da primeira vitória de Ramazzotti, a veronesa Gigliola Cinquetti havia ganhado Sanremo aos 16 anos, com ‘Non ho l’età’, que venceu a Eurovisão (tendo sido interpretada a seguir à ‘Oração’ de António Calvário) e se tornou num sucesso em vários países europeus, como França ou Reino Unido.

Vários artistas à escala mundial, aliás, interpretavam os seus temas em Sanremo para conseguir alcançar o público italiano, considerado como chave à época, entre estes encontram-se nomes como Louis Armstrong, Cher, Stevie Wonder, Bonnie Tyler, os Kiss ou mesmo Roberto Carlos. Até Georgina Rodríguez, em 2020, surgiu como uma das figuras que embelezaram o tradicional evento.

UM RENASCER INTERNACIONAL

E foi em março de 2021 que, sob a condução do carismático apresentador Amadeus, Sanremo viu uma nova estrela nascer. Aliás, quatro novas estrelas.

Os Måneskin, que já haviam tido sucesso em programas como o ‘X Factor’, triunfaram com o seu hino de revolta ‘Zitti e Buoni’, que haveria de conquistar a Europa em maio seguinte, na Eurovisão de Roterdão, impressionando o público com a sua visão moderna do rock.

O quarteto oriundo da Cidade Eterna, encabeçado pelo irrequieto Damiano David, voltou a colocar na ribalta a música italiana, com sucessos que se tornariam depois virais em plataformas como o TikTok, como 'Beggin'' ou 'I Wanna Be Your Slave'. Com mais de 4 mil milhões de reproduções nas plataformas de streaming no bolso, e várias participações em conhecidos programas nos Estados Unidos, os Måneskin lançaram este ano o seu terceiro álbum de originais, ‘Rush!’.

O impacto do desempenho da banda é até visível no sucesso que o tema que venceu no ano seguinte, ‘Brividi’, de Mahmood e Blanco, conseguiu nos ‘tops’ semanais europeus, tendo figurado em 13 das listas nacionais de singles, incluindo em Portugal. Blanco, diga-se, esteve sob os holofotes da polémica logo no primeiro dia desta edição, ao ser vaiado por ter destruido as rosas do cenário durante a sua atuação, ato que justificou por não estar a conseguir ouvir a sua voz através dos auriculares, tendo depois pedido desculpa pela sua conduta.

ZELENSKY E FERRAGNI PROTAGONISTAS

Este ano, são 28 os artistas que irão concorrer ao prémio máximo, com várias atuações ao longo dos cinco dias de festival (quatro meias-finais disputadas entre os dias 7 e 10 de fevereiro, e uma final, como já referido, no dia 11), incluindo de convidados de luxo como os Depeche Mode, os Black Eyed Peas e os próprios Måneskin, entre outros.

Contudo, importa mencionar que o alcance de Sanremo faz com que o festival seja agora também utilizado para exercer ativismo, difundindo mensagens e ideias. A inicialmente acordada intervenção do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky causou polémica entre os políticos italianos, com vários a criticar a ideia por se tratar de uma "politização" do evento: como consequência, esta passou a ser somente uma declaração a ser lida por Amadeus.

Igualmente relevante é a participação de Chiara Ferragni: a famosa ‘influencer’ foi a co-apresentadora durante o primeiro dia do festival, algo que se irá repetir na final, e aproveitou a oportunidade para dedicar algumas peças do seu guarda-roupa à resistência feminina. O primeiro dos seus vestidos tinha inscrita a frase "pensa livremente", enquanto o segundo ‘outfit’ replicava um corpo nu no seu traje. O último foi um manifesto anti-ódio, com o vestido branco da personalidade digital a ter inscritas a negro algumas das frases e insultos que já lhe foram dirigidos.

Por fim, destaque para uma das outras co-apresentadoras, a voleibolista Paola Egonu, de pais nigerianos, convidada para esta função após ter anunciado que iria fazer uma hiato na sua participação pela seleção nacional, devido ao racismo que frequentemente enfrenta no país.

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