No meio de todo o drama que a Espanha está a viver [é o segundo país da Europa com mais casos] devido à pandemia do Covid-19, os espanhóis estão a ser confrontados com um escândalo sem precedentes no seio da Casa Real. E a figura central de toda a polémica é Juan Carlos, que arrastou também o filho.
A polémica rebentou depois de ontem [15 de março] se saber que Felipe VI tinha o seu nome ligado a duas fundações do Panamá [Fundação Zagatka e Fundação Lucum] supostamente criadas pelo rei emérito. O atual chefe da Família Real foi dado como segundo titular das contas e seu beneficiário. O problema é que os 100 milhões de euros dessas contas podem ser resultado de comportamentos corruptos e lavagem de dinheiro. As autoridades suíças estão a investigar esses fundos, tal como o Ministério Público espanhol.
O atual chefe da Família Real foi dado como segundo titular das contas e seu beneficiário. O problema é que os 100 milhões de euros dessas contas podem ser resultado de comportamentos corruptos e lavagem de dinheiro. As autoridades suíças estão a investigar esses fundos, tal como o Ministério Público espanhol.
Diga-se que estas investigações em curso resultam das denúncias feitas por uma das amantes de Juan Carlos, a alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn. Denúncias que estão a salpicar de vergonha os Borbón, entre eles o rei, figura maior da monarquia espanhola.
Para evitar um "cataclismo" ainda maior, Felipe VI emitiu um comunicado ainda ontem, 15 de março, distanciando-se da polémica e assegurando que desconhecia ter o seu nome ligado às referidas fundações.
No primeiro caso (Zagatka), o Palácio da Zarzuela afirma que Felipe VI não tinha conhecimento; no segundo (Lucum), soube da sua existência através de um escritório de advogados em março de 2019 e que em abril compareceu perante um notário para manifestar que havia endereçado uma carta ao pai para que "se for verdadeira essa designação ou da princesa de Astúrias como beneficiários da mencionada fundação, deixasse sem efeito tal designação, manifestando igualmente que não aceitaria participação ou benefício algum nessa entidade".
Assim, fica-se também a saber que o rei abdica da parte da herança que lhe couber por morte de Juan Carlos e que este deixará de receber os 194.232 euros anuais que saem do orçamento da Casa Real. Como se vê, a relação de pai e filho já conheceu melhores dias.
