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O calvário de Melão e José Calado: como um rumor destruiu a vida de dois homens

Em 2000, o cantor dos Excesso e o futebolista do Benfica não aguentaram o cerco que lhes foi feito pelos portugueses depois de alegações de que estariam a viver um caso amoroso. As consequências prolongaram-se pelas suas carreiras de forma indelével.
Por Afonso Coelho | 18 de fevereiro de 2023 às 17:20
melão Flash
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Melão Foto: Instagram
Melão Foto: Instagram
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Corria o mês de setembro de 2000 quando a vida de dois homens mudaria para sempre, fruto de um rumor cuja veracidade nunca esteve perto de ficar confirmada. Pelo contrário, amplamente negado pelos visados.

O rumor dito em surdina ganhou dimensão pública com uma crónica de Manuel Serrão no jornal ‘O Jogo’, intitulada 'Calado que nem um melão' – que o empresário nortenho negou tratar-se de qualquer insinuação sobre a vida pessoal do médio benfiquista – e com uma notícia do jornal semanário 'O Crime', que dava conta de um alegado caso entre Melão, cantor dos Excesso, e José Calado, capitão da equipa de futebol do Benfica.

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Numa altura em que a homossexualidade era ainda mais do que hoje um tabu, o boato espalhou-se rapidamente por todo o País e nem os vários desmentidos das duas figuras mencionadas conseguiram apagar o fogo que se havia criado. Ambos sofreram injúrias por parte do público e foram forçados a alterar o rumo das suas carreiras.

O músico, prestes a regressar aos palcos com a boysband, voltou agora a falar sobre o assunto, no programa ‘Alta Definição’, da SIC emitido neste sábado, e admitiu que as consequências deste assunto foram extremamente nefastas: "Estragou-me completamente a vida. Nesse ano tinha 250 mil euros em concertos agendados. Foram todos cancelados, todos. Condicionou a minha vida por 20 anos, fora o que és gozado na rua", referiu Melão a Daniel Oliveira.

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Já José Calado sentiu de forma distinta as consequências das alegações. Primeiramente, o à altura capitão das 'águias' foi provocado por adeptos no final de um treino de preparação para um jogo contra o Sporting de Braga, que iria decorrer no estádio da Luz na segunda-feira seguinte. Entre as ofensas ouvia-se o termo "capitão gay".

Titular no confronto com a turma bracarense, as piadas e insultos que surgiram do primeiro anel do reduto benfiquista enfureceram Calado que, após o intervalo, recusou-se a entrar para a segunda parte. Seguiu-se a perda da braçadeira de capitão e um processo disciplinar, enquanto acusava o clube de não o defender. O atual comentador da CMTV daria depois uma conferência de imprensa a adjetivar um boato como "uma coisa muito cobarde" e voltou a frisar que se não correspondia à realidade.

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No ano seguinte, Calado abandonaria o Benfica rumo aos espanhóis do Betis e nunca mais regressaria ao futebol português, tendo reaparecido em terras lusas já só pela porta do reality show 'Big Brother VIP', da TVI. Em 2005, já como jogador do Poli Ejido, afirmou, de acordo com o 'Diário de Notícias', que a sua saída dos encarnados esteve em parte relacionada com o tema.

"As pessoas têm uma ideia feita sobre a vida dos jogadores, associada a muitas mulheres, farra, uma vida de cinema. É uma irrealidade. A homossexualidade não faz parte disso e ser confrontado com um boato desses no meio desportivo é muito complicado. Cada vez que andava pela rua com a família tinha de enfrentar bocas e olhares de gozo", explicou ainda o ex-futebolista àquela publicação.

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