
Foi pouco depois de André Ventura sofrer o primeiro episódio de saúde, na passada terça-feira, quando caiu inanimado enquanto discursava, em Tavira, que Gustavo Carona - conhecido por ter sido um dos médicos na linha da frente no combate à pandemia - usava as redes sociais para alertar as muitas vozes críticas que sugeriam que o líder do Chega estava a fingir para granjear atenção na reta final da campanha. Na sua opinião de médico, o assunto parecia sério e tudo apontava para uma condição do foro cardíaco.
"Na minha opinião, falível claro, eu diria que André Ventura teve a linguagem corporal, não sendo a mais frequente, de um enfarte agudo do miocárdio. Espero estar enganado e desejo as melhoras", começou por escrever no Instagram, justificando, de seguida, o porquê de, no seu entender médico, parecer este o cenário mais provável e o porquê de descartar que este seja um momento "teatral" do político.
"Claro que já há especulações avulso que afirmam que ele poderá estar a fingir. Acho altamente improvável, porque depois de pôr a mão no peito à esquerda, ele agarra-se à garganta. A dor do Enfarte agudo do miocárdio por ir até ao queixo, mas é raro, por isso eu diria que ele se quisesse fingir manteria a 'ilusão de dor' no peito e/ou no braço esquerdo que são os locais mais típico. Daí que não creio que esteja a fingir numa análise puramente médica das imagens que vimos."
No entanto, este cenário não foi confirmado no Hospital de Faro, onde Ventura foi sujeito a exames e teria alta na manhã seguinte com um diagnóstico de refluxo gastro esofágico com pico hipertensivo associado.
Depois do susto, voltou à campanha, mas logo na manhã desta quinta-feira, em Odemira, voltou a sentir-se mal, repetindo o gesto de aflição do primeiro episódio, quando se agarrou à garganta. Não chegou a perder os sentidos, mas depois de observado no centro de saúde de Odemira, seria transferido primeiro para o Hospital de Santiago do Cacém e depois para o de Setúbal, onde será sujeito a um cateterismo cardíaco - procedimento invasivo que permite diagnosticar e tratar problemas nas artérias coronárias, válvulas do coração ou músculo cardíaco, sendo geralmente realizado em caso de enfarte do miocárdio, tudo apontando para o problema cardíaco, tal como Gustavo Carona suspeitou inicialmente.