Iñaki Urdangarin, ex-marido da infanta Cristina, deu esta quinta-feira a sua primeira entrevista televisiva desde que saiu da prisão, onde cumpriu pena de quase seis anos por vários crimes de corrupção.
Ao programa de televisão catalão 'Pla Seqüència', o ex-cunhado do rei Felipe VI falou sobre o quão difícil foi o seu período na prisão, mas também abriu o coração em assuntos mais íntimos.
"Não me saí bem nos primeiros três meses. Não me orgulho de como lidei com a situação emocionalmente. Entrei numa espiral negativa e foi difícil reagir e cuidar de mim mesmo. Chorei muito", começou por admitir.
Em declarações inéditas, Urdangarin apresentou também a sua versão sobre o principal motivo para o divórcio de Cristina: o afastamento ter-se-á dado precisamente devido ao tempo que passou na prisão e não devido a uma alegada traição conjugal, garantindo que só começou a sua relação com Ainhoa Armenta, atual namorada, depois da separação.
"A melhor coisa da prisão foi tornar-me uma pessoa mais equilibrada, ter a oportunidade de me conhecer muito bem, estudar e preparar-me para esta nova etapa. Mas a pior coisa é que perdi muito tempo e não foram apenas seis anos, foram também os sete anos anteriores da investigação. Perdi todos os bens materiais que tinha e um dos amores da minha vida, Cristina. E sinto-me muito mal por isso".
Urdangarin não quis entrar em pormenores sobre a sua condenação, mas deixou transparecer o seu sentimento de inocência ao falar dos seus quatro filhos, que ama "mais do que tudo no mundo". "Eles conhecem-me e sabem que é impossível que eu tivesse vontade de cometer um crime", garantiu.
Sobre ter estado longe deles durante esses seis anos, afirmou: "Só posso ser grato: eles foram um exemplo de resiliência e de compreensão do papel que tiveram de assumir quando o pai desapareceu".
Já sobre o período de adaptação depois de ter sido libertado, Urdangarin diz: "Nos primeiros três meses, senti-me discriminado. As pessoas não percebem que mudamos na prisão, e eu sofri muito por causa desse estigma". Agora, porém, as pessoas na rua tratam-no "cada vez melhor. No início eram mais frias, mas agora há muito mais normalidade".
O ex-genro de Juan Carlos e Sofia anunciou ainda que o seu livro de memórias, intitulado 'Tudo o que Vivi', será publicado em 26 de fevereiro.