O caso foi tornado público na última terça-feira, dia 21 de outubro, horas depois da morte de Susana Gravato, vereadora da Câmara de Vagos, distrito de Aveiro.
De acordo com o comandante dos Bombeiros de Vagos, o alerta chegou através do 112, às 15h08, e dava conta de "uma vítima em paragem cardiorrespiratória". "À nossa chegada, deparámo-nos com o marido da vítima em manobras [de reanimação] e continuámos até à chegada da viatura médica, que declarou o óbito no local", disse o comandante José Santos, revelando que o caso tinha sido entregue à Polícia Judiciária.
Não demorou a ser deslindado o mistério, que culminou em choque nacional. O filho, de apenas 14 anos, tinha matado a própria mãe. O rapaz usou a pistola que os pais guardavam em casa, e que estava guardada num cofre. Susana Gravato, de 49 anos, estava ao telefone com uma amiga quando foi atingida pelas costas e foi essa amiga que alertou o marido da advogada e vereadora, que viria a encontrá-la deitada no sofá com um ferimento na cabeça, coberta com uma manta.
A seguir ao crime, dirigiu-se ao cemitério, tendo escondido a arma na campa dos avós paternos, voltando mais tarde a casa para simular um assalto. Tudo ficaria registado nas câmaras de videovigiliância. No final desse dia, acabaria por confessar o crime às autoridades, justificando-o com o facto de a mãe ser muito exigente e de se sentir "muito pressionado" por esta.
"Isto pode ter sido uma decisão impulsiva, porque um adolescente ainda não tem, muitas vezes, a capacidade de fazer um verdadeiro jogo entre o que é o seu pensamento e a sua ação", explicou a psiquiatra Maria Moreno à RTP.
Na escola, o jovem foi descrito como calmo e educado, no entanto as autoridades suspeitam que o filho de Susana pode sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo.
Na quarta-feira, recorde-se, foi decretada a medida preventiva de internamento em regime fechado para o jovem, que permanecerá os próximos três meses na mesma instituição até nova reavaliação.