Depois de matar e esquartejar médico com uma faca de cozinha, espanhol Daniel Sancho espera ser declarado inocente

Daniel Sancho, o chef espanhol que está a ser julgado na Tailândia pelo homicídio premeditado, esquartejamento e de esconder os restos mortais do cirurgião plástico Edwin Arrieta, declarou esta terça-feira, 9, que cometeu o crime em legítima defesa.

O chef espanhol fez a declaração na primeira sessão do julgamento, que deverá decorrer até ao início de maio. De acordo com o site 'Marca', o arguido afirmou que não tinha intenção de matar o médico colombiano Edwin Arrieta. Tudo aconteceu depois de uma "discussão", que ele não começou, argumentou. Daniel disse ao juiz que "há muita mentira" e que estava "a arriscar a vida".

Esta mesma versão foi defendida pelo pai de Daniel, o conhecido ator espanhol Rodolfo Sancho, que lançou um documentário na HBO Max esta segunda-feira, com a primeira entrevista sobre as acusações contra o filho.

"Houve uma discussão e nesta discussão houve um acidente", defendeu Rodolfo Sancho. Além disso, "tenho a percepção de que há duas vítimas e sem dúvida uma falecida. E isso é terrível", disse também.

Rodolfo é um dos principais apoios do filho na Tailândia, tendo feito já feito várias deslocações àquele país, e tendo adiado trabalhos que estavam previstos para este ano. A própria porta-voz da família Sancho, Carmen Balfagón, admitiu que o ator aceitou fazer o documentário da HBO Max por questões financeiras. 

"Ele fez isso por dinheiro. O objetivo de Rodolfo era cobrir a necessidade económica que um pai tem para tentar salvar a vida do seu filho", disse Carmen Balfagón. Rodolfo está a pagar elevadas quantias de dinheiro há oito meses para manter Daniel em boas condições dentro da prisão de Koh Samui; despesas que devem ser somadad às com advogados, tradutores, viagens, hospedagen, entre outras questões.

O pai de Daniel Sancho tem esperança que o filho seja declarado inocente. "Eliminei da minha mente o conceito de prisão perpétua. Temos esperança de que o declarem inocente", afirmou naquela entrevista.

Como tudo aconteceu

Daniel Sancho e Edwin Arrieta estavam a passar uma temporada na Tailândia. O chef espanhol estava naquele país para fazer algumas formações relacionadas com a culinária e o médico colombiano estaria a visitá-lo.

Daniel e Edwin estavam juntos há cerca de um ano, segundo o próprio Daniel, numa relação aparentemente aberta. O filho de Rodolfo Sancho garantiu ao companheiro que não era homossexual e tinha namorada, segundo a 'Semana', mas ao tentar acabar com a relação sexual, Edwin terá ameaçado o jovem, então com 29 anos, dizendo que ia publicar as fotos íntimas para afetar a família de Daniel – além do pai ser um ator famoso em Espanha, Daniel tem a mãe e tios ligados ao cinema, e o seu avô era Sancho Gracia.

As autoridades acreditam que Daniel Sancho planeou o crime, noticiou a 'BBC'. O chef de 30 anos comprou uma faca, luvas de borracha e um produto de limpeza e também alugou um barco. Dois dias depois, Daniel foi a uma esquadra denunciar o desaparecimento de Edwin. Na altura, a polícia já tinha relatos de algumas partes de um corpo terem sido encontradas num aterro sanitário, que mais tarde o ADN mostrou ser Edwin.

Após uma semana de buscas, Daniel confessou o crime e levou as autoridades a outros sete locais onde escondeu o corpo desmembrado, explicando também que o assassinato aconteceu no quarto de um resort em que os dois estavam hospedados. Daniel espancou Edwin até o cirurgião ficar insconsciente, descreveu a 'Semana'. O ataque durou uma hora.