
O rei Carlos III está a atravessar um momento especialmente delicado no que concerne a sua saúde, após ter sido revelado o diagnóstico de cancro. Estas circunstâncias levaram a que se gerasse curiosidade acerca de quem está encarregado de observar a saúde do monarca de 75 anos.
O atual chefe médico da família real é Michael Dixon – escolha do próprio soberano depois da sua ascensão ao trono, dado que já havia com ele trabalhado quando era príncipe de Gales – uma personalidade que é vista como sendo controversa por já ter defendido vários métodos de medicina alternativa no passado. Ademais, este foi eleito como patrono da Faculdade de Homeopatia, em 2017.
Na altura, a polémica levou mesmo o palácio de Buckingham a emitir um comunicado, no qual esclareceu a posição de Michael Dixon acerca deste tema, com palavras que se tornaram particularmente relevantes desde que foi descortinada este novo desafio de Carlos III: "O Dr. Dixon não acredita que a homeopatia possa curar o cancro. A posição dele é que terapias complementares podem coexistir com os tratamentos convencionais, desde que sejam seguros, apropriados e tenham base em provas", pôde ler-se no documento citado pelo ‘Telegraph’, em dezembro.
"Enquanto príncipe de Gales, a posição do rei sobre terapias complementares, saúde integrada e escolha do paciente foi bem documentada. Nas suas próprias palavras: ‘Não é sobre rejeitar a medicina convencional a favor de outros tratamentos: a expressão ‘medicina complementar’ significa precisamente isso’", referiu ainda o palácio.
Dixon, que ficou ainda conhecido por levar um curandeiro cristão ao seu consultório para doentes crónicos, já soma múltiplas críticas por parte da comunidade científica: "Qualquer pessoa que promova a homeopatia está a prejudicar a medicina baseada em provas e o pensamento racional. A primeira enfraquece o Serviço Nacional de Saúde e a segunda causa danos à sociedade", explicara Edzard Ernst, professor da Universidade de Exeter ao ‘The Guardian’.
À mesma publicação, Michael Marshall, diretor de projetos na Good Thinking Society, acrescentou: "Não é apropriado. O papel da monarquia não é o de promover os projetos e crenças pessoais ou usar o seu poder e influência para apoiar causas que contrariam as provas diretas que temos."