
A tragédia aconteceu em 1956, quando a família real espanhola se encontrava exilada em Portugal: Alfonso, o filho mais novo dos condes de Barcelona, de 15 anos, é atingido mortalmente por um tiro vindo de uma pistola que se encontrava armazenada em casa. A versão oficial foi de que Alfonsito e Juan Carlos, na altura com 18 anos, estavam a limpar as armas quando uma bala foi acidentalmente disparada.
Se as acusações de que o responsável pelo tiro fatal foi Juan Carlos têm surgindo por parte de várias direções ao longo da sua vida, agora são feitas por parte de uma personalidade especial: Vítor Emanuel, filho de Humberto II, último rei de Itália, que, tal como o rei emérito de Espanha, esteve exilado em Portugal, em declarações feitas no documentário ‘O Príncipe que Nunca Reinou’, realizado por Beatrice Borromeo, a mulher de Pierre Casiraghi, de acordo com 'Semana'.
"Tenho muitas coisas para contar sobre o Juan Carlos, mas não posso. Ele era muito pouco educado com a minha mulher [Marina Doria] e comigo quando tínhamos desencontros. E não sei porquê, sempre fomos muito amáveis e ele sabia", começou por relatar ao documentário.
"Eu estava lá. Estávamos no exílio e disparávamos contra garrafas na praia de Cascais. O Juanito causou um drama. Disparou contra o irmão e matou-o. Chamava-se Alfonsito. Não disparou diretamente, mas através de um armário. Eu estava lá. Foi um acidente, de certeza. Escondi a minha arma imediatamente ou culpavam-me", conta o príncipe de Nápoles, de 85 anos.
"Depois disso, o Franco chamou-o e disse: ‘Vou convertê-lo em rei’", concluiu Vítor Emanuel, que, ao contrário de Juan Carlos, nunca teve a oportunidade de chegar ao trono, dado que a monarquia nunca retomou a terras transalpinas depois da sua abolição em 1946.