Após o choque da morte simultânea de Alice e Ellen Kessler, de 89 anos de idade, começaram a surgir muitas interrogações sobre as razões que terão levado a este drama familiar. Aos poucos, começam a sair pormenores sobre o que terá acontecido na passada segunda-feira, 17, às gémeas alemãs.
Parece que as duas mulheres, que tiveram uma carreira auspiciosa no mundo artísticos ao longo de três décadas – anos 50, 60 e 70 –, decidiram morrer através de suicídio assistido na casa que ambas partilhavam em Grünwald, nos arredores de Munique, na Alemanha. Assistiram aos seus últimos suspiros um médico e um advogado.
Entretanto, coloca-se também a questão sobre a fortuna de Alice e Ellen já que nenhuma das duas chegou a casar ou a ter filhos. Não havendo, portanto, herdeiros diretos, quem vai ficar com a herança das gémeas? Antes de morrerem, as duas irmãs deixaram as suas últimas vontades estipuladas em testamento.
Querem que as suas cinzas sejam misturadas com as da mãe "para que possamos descansar juntas". Quanto aos bens materiais, as gémeas Kessler – como ficaram conhecidas – decidiram deixar grande parte do património à instituição internacional 'Médicos Sem Fronteiras'. Mas há mais herdeiros: a missão CBM, para pessoas cegas; a UNICEF; a fundação Paul Klinger Künstlersozialwerk, que apoia artistas necessitados, e a Deutsche Stiftung Patientenschutz, dedicada à defesa dos direitos dos doentes.
Não se sabe (ainda) o valor de património deixado, mas é garantido que é muito dinheiro. Tanto que as irmãs ainda contemplaram uma amiga de longa data, Crolin Reiber, de 85 anos, uma antiga apresentadora da televisão alemã. Esta mulher recebeu uma encomenda com a ordem de só ser aberta na terça-feira, 18, um dia após a morte. Disse Reiber que lá dentro vinham várias joias e pedras de jade, além de uma carta escrita por Alice e Ellen.