Como Gyokeres passou da vida discreta e a ser desvalorizado para estrela que gosta de festas e shisha
Antigos amigos e vizinhos da estrela do Sporting, Viktor Gyokeres, recordam anos em que o jogador era só obcecado pelo futebol e nem hobbies queria ter.
Viktor Gyokeres passou mais de 10 anos a gerar dúvidas sobre as suas capacidades no futebol, foi convencido pelo pai a manter-se perto da família quando muitos outros adolescentes do futebol são desafiados, aos 13, 14 anos, e agora é uma estrela nos relvados, uma promessa de milhões.
O 'Expresso' mostrou esta semana como Gyokeres era obcecado por futebol desde os 6 anos, num bairro dos subúrbios de Estocolmo, Aspudden, e onde os vizinhos recordam o início da carreira da estrela do Sporting, enquanto ainda era desacreditado por muitos.
Gyokeres passou 10 anos a treinar no IFK Aspudden-Tellus, onde o seu pai, Stefan, foi diretor, e conseguiu convencê-lo a manter-se por lá em vez de dar o salto no início da adolescência. "Sei que ele e o pai discutiram muito isso e decidiram que o melhor era ele ficar cá mais algum tempo", contou Bjorn Thuresson, que foi diretor do clube de bairro com o pai de Gyokeres. "O Viktor gostava de ter ido embora mais cedo". Aos 14 anos, já "sabia que era o melhor aqui". Mas "ele e o pai falaram muito sobre essa ideia de controlar o desenvolvimento", sem ninguém "interferir".
Quando foi descoberto por um olheiro do Brommapojkarna (BP), David Eklumd, Gyokeres ainda passou três anos a gerar dúvidas. Primeiro o jogador foi considerado pelo olheiro como "interessante", tornou-se depois "um bocadinho lento, gordinho", de acordo com David Eklund, ao final de mais um ano, Gyokeres voltou a chamar atenção. "Tinha as mãos tão grandes e tão fortes que senti que o adolescente era eu".
"Quando o apresentei ao BP", recordou o olheiro, "o 'academy manager' não o queria contratar, dizia que ele não era bom tecnicamente". Mas o que prevaleceu na decisão para contratar foi: "Primeiro, porque era fisicamente muito forte, sim, mas, em segundo, porque conseguia marcar golos de todo o lado", contou David Eklund.
Enquanto passava todo o tempo livre a treinar, Gyokeres tinha alguns amigos por perto mas não era a pessoa favorita nas escolas por onde passou. "Estava sempre a 100%", mesmo nos treinos leves, "o que nem toda gente apreciava", disse Bjorn Thuresson, diretor do primeiro clube do jogador. "Digamos que não te tornas o preferido desta forma".
Silencioso e discreto, sabe-se pouco da vida pessoal de Gyokeres. Bjorn Thuresson não se lembra de o jogador ter 'hobbies'. Sobre festas, os mais próximos também não lembram de ver o adolescente Gyokeres a divertir-se assim. Das paixões, só uma tornou-se conhecida, Amanda Nildén, que ele conheceu na escola secundária e também jogava no BP. Os dois estiveram juntos ao longo do início da carreira no futebol a partilhar o mesmo objetivo. Ambos foram para Inglaterra, ambos começaram a jogar para a seleção sueca, mas, entre as muitas mudanças de clube de Gyokeres, decidiram acabar a relação. O jogador agora namora com Inês Aguiar.
Mesmo nos primeiros meses em Portugal, depois da contratação mais cara do Sporting, Gyokeres fazia questão de manter a sua disciplina, e foram poucas as vezes em que foi apanhado a aproveitar a folga. A FLASH! chegou a fotografar o jogador num restaurante na praia da Fonte da Telha na companhia de dois amigos, no verão do ano passado, num momento descontraído, pelas 20h, em que nem sequer estava a jantar.
Que comece a festa
No entanto, Gyokeres deu recentemente sinais de querer recuperar alguma diversão que deixou escapar na adolescência, por estar focado no futebol. Recentemente, o jogador de 26 anos foi celebrar uma vitória do Sporting numa discoteca em Lisboa, onde foi filmado a fumar shisha, um cachimbo de água que é utilizado para fumar tabaco aromatizado, queimado em carvão vegetal.
Não demorou para começarem as críticas ao jogador, mas o treinador, Rúben Amorim, desvalorizou a polémica, sublinhando que de vez em quando os jovens precisam de experimentar alguns excessos.
"Obviamente, com a responsabilidade que tenho, não é a coisa mais saudável para um atleta", disse Rúben Amorim numa conferência de imprensa esta quinta-feira, 17, citado pelo 'Record'. "Mas temos de ver pelo outro lado. Primeiro, [Gyokeres] estava na folga. Depois, são jogadores jovens e que passam os anos em que têm de viver certas experiências [a jogar futebol]. Têm de fazer outras coisas. Vi tudo com normalidade. Não é a coisa mais saudável, mas estava na sua folga e, como todos os outros, tem de cometer um ou outro excesso. Se cumprir o regulamento do clube, tudo bem".