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Leonor, uma menina de 12 anos "com dor nas costas" morre após ter alta de urgência da CUF

Mãe de Leonor aguarda resultado da autópsia. Médica desvalorizou sintoma e falou em "chamada de atenção".
04 de janeiro de 2020 às 12:14
Leonor Flash
Leonor Martinho Flash
Leonor Martinho Flash
Leonor Martinho Flash
Leonor Martinho Flash

Leonor, de 12 anos, morreu a 22 de dezembro depois de ter alta das urgências da CUF onde suspeitaram que as dores que a menina sentia nas costas eram "uma chamada de atenção". É a mãe de Leonor, Xana Martinho, que no Facebook e face reage às perguntas de muitas pessoas sobre a morte da filha, que faz o relato do que aconteceu.

Na terça-feira, dia 17 de dezembro, Leonor queixou-se à mãe de que tinha dado um "jeito às costas" mas "desdramatizou o caso" porque dizia ter sido a colocar a mochila às costas.

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No dia seguinte de manhã, Xana decidiu levar a filha às urgências da CUF do Monte da Caparica ao perceber que as dores continuavam e que a filha estava com febre. "Foi a pediatra da Leonor que estava de serviço. Observou-a, pediu análises à urina para despiste de infeção urinária e como estas estavam com valores normais, medicou-a para um problema muscular que deveria à partida desaparecer em 3, no máximo 5 dias", explica a mãe da menina.

Foto: Flash

Na quinta e sexta-feira, Leonor já tinha tomado a medicação e apesar de ter passado grande parte do dia deitada já se sentia melhor. Xana conta que de sexta para sábado a menina já não dormiu durante a noite porque não "arranjava posição para se deitar".

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Como a medicação já não estava a fazer efeito, a mãe de Leonor decidiu voltar a levar a menina às urgências da CUF, no sábado.

"A Leonor entrou cheia de dores, com pulseira laranja (a 2ª mais grave). Fomos atendidas por uma pediatra que nem a camisola lhe mandou tirar. Mandou aplicar-lhe por via intravenosa, a medicação que ela tinha estado a tomar em casa: diazepam, paracetamol e cetorolac. A Leonor adormeceu quando estava a receber o tratamento (estava exausta), mas quando acordou começou novamente a gritar com dores", descreve a mãe.

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Xana conta ainda que um enfermeiro pediu a Leonor que não gritasse porque "havia outras pessoas doentes" e uma médica chamou a mulher à parte para lhe dizer que "Leonor não podia estar com tantas dores porque o que tinha tomado era muito forte". A médica disse ainda que suspeitava de uma "chamada de atenção" porque teria visto a criança a caminhar normalmente para a enfermaria.

Leonor e a mãe saíram do hospital com a ordem de que deveriam marcar uma consulta de pedopsiquiatra porque a menina estava na "adolescência" e que se as dores não passassem que deveriam marcar consulta para "um ortopedista ou para a pediatra".

Foi exatamente nessa noite, depois da alta dada no Hospital da CUF que Leonor entrou em hipotermia e começou a ficar com manchas roxas no corpo. Xana chamou o INEM e Leonor foi transportada para o Hospital Garcia de Orta onde Leonor chegou "hipotensa e com taquicardia".

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"Fizeram-lhe análises ao sangue, TAC ao tórax, raio-x, tudo o que na CUF não fizeram. O sangue estava normal, não tinha pneumonia, mas a TAC ao tórax acusava o músculo cheio de sangue. Os médicos iam fazer-lhe uma TAC ao cérebro quando a minha menina entrou em paragem cardíaca. A primeira vez conseguiram reanimá-la, na segunda o coraçãozinho dela não resistiu", conta a mãe.

Xana e a família aguardam agora pelos resultados da autópsia. No Facebook, a mãe aconselha os amigos a ficarem atentos às queixas das crianças e pede que nunca acreditem que se trata de "dores psicológicas" sem que lhes sejam feitos os exames "possíveis e imaginários".

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A mulher acrescenta ainda que no Hospital Garcia de Orta foi incansável a tentar salvar a criança e que "os hospitais privados não são melhores que os públicos".

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